Daniela Gattas Fisioterapeuta

03/09/2025

29/08/2025

29/08/2025

20/08/2025

18/08/2025

A Demência com Corpos de Lewy (DCL) é o segundo tipo mais comum de demência degenerativa, depois do Alzheimer. Ela ocorre devido ao acúmulo de proteínas anormais chamadas corpos de Lewy dentro das células nervosas, afetando principalmente regiões do cérebro responsáveis pela memória, pelo movimento e pela percepção.

O que a torna diferente é a combinação de sintomas cognitivos, motores e alucinações visuais, que podem confundir familiares e até profissionais de saúde.

Principais sinais

Flutuações cognitivas: em alguns momentos a pessoa parece lúcida, em outros, muito confusa.

Alucinações visuais: comuns e detalhadas, geralmente assustadoras.

Sintomas motores parecidos com Parkinson: rigidez, lentidão, tremores, quedas frequentes.

Transtornos do sono: agir os sonhos, falar, gritar ou se mover muito durante o sono.

Sensibilidade a medicamentos: grande intolerância a neurolépticos e calmantes, que podem piorar o quadro.

Como agir no dia a dia

Mantenha a calma nas alucinações: não discuta, valide o sentimento (“deve ter sido assustador”) e redirecione a atenção para algo seguro.

Organize a rotina: horários fixos para sono, alimentação e atividades reduzem as flutuações cognitivas.

Atenção à segurança: quedas são frequentes; use calçados firmes, elimine tapetes e mantenha a casa bem iluminada.

Evite medicamentos sem orientação médica: alguns remédios para comportamento podem agravar os sintomas motores.

Estimule atividades cognitivas leves: música, leitura simples, artes, sempre respeitando o limite da pessoa.

Cuide do sono: ambiente tranquilo, sem barulhos ou luz excessiva à noite.

Apoio para o cuidador: lidar com mudanças bruscas de comportamento e alucinações é desgastante; buscar grupos de apoio e orientação é essencial.

Evolução da doença

A DCL é progressiva, com evolução média de 5 a 8 anos após o início dos sintomas. O ritmo varia, mas o que marca a doença são as oscilações inesperadas — o que pode ser desafiador para quem cuida.

💙 O segredo está em acolher com paciência, respeitar os limites e adaptar o ambiente, lembrando que, mesmo nas alucinações ou na confusão, a pessoa sente o vínculo e o cuidado.

17/08/2025

Guia IBA – A Evolução da Demência Frontotemporal

A Demência Frontotemporal (DFT) é um grupo de doenças neurodegenerativas que afeta principalmente os lobos frontal e temporal do cérebro — áreas ligadas ao comportamento, à personalidade, à linguagem e à regulação emocional. Diferente do Alzheimer, que começa com falhas de memória, a DFT geralmente se manifesta primeiro em mudanças de comportamento e dificuldades de comunicação.

1. Fase inicial (leve)

Alterações de comportamento e personalidade: desinibição, impulsividade, perda de empatia.

Dificuldade em planejar, organizar e tomar decisões simples.

Comportamentos repetitivos ou obsessivos (andar em círculos, repetir frases).

Mudanças na alimentação: compulsão por doces ou exagero na quantidade de comida.

No subtipo de afasia progressiva primária: surgem dificuldades para falar, nomear objetos ou compreender palavras.
➡️ Muitas vezes confundida com depressão, transtorno psiquiátrico ou até “rebeldia” do idoso.

2. Fase intermediária (moderada)

A perda da linguagem torna-se mais evidente (fala cada vez mais empobrecida).

Comportamentos sociais inadequados, que causam constrangimento em público.

Maior rigidez de pensamentos e rotinas, com resistência a mudanças.

Dificuldade para realizar tarefas básicas do dia a dia.

Dependência crescente do cuidador para higiene, alimentação e segurança.
➡️ Aqui, a sobrecarga familiar aumenta bastante, pois as alterações de comportamento são intensas.

3. Fase avançada (grave)

Perda quase total da linguagem (mutismo).

Comportamentos automáticos sem sentido.

Incapacidade de reconhecer familiares próximos.

Dependência total para todas as atividades.

Surgimento de sintomas motores (semelhantes ao Parkinson): rigidez, lentidão, dificuldade de engolir.
➡️ O idoso torna-se completamente dependente e vulnerável a infecções, quedas e desnutrição.

Tempo de evolução

A DFT costuma ter progressão mais rápida que o Alzheimer, durando em média de 6 a 8 anos, embora possa variar de pessoa para pessoa.

💙 Apesar de não ter cura, acolhimento, paciência e adaptações no ambiente fazem diferença para reduzir riscos e oferecer dignidade em cada fase.