23/11/2015
TRANSTORNO DE AVERSÃO SEXUAL
As pessoas portadoras de Transtorno de Aversão Sexual têm sentimento crônico de aversão ou nojo do órgão sexual de outras pessoas ou de seus possíveis parceiros. Elas rejeitam o desejo de ter relações se***is no seu dia a dia. Além do asco, essas pessoas sentem-se ansiosas com a ideia de entrar em contado com a genitália dos possíveis parceiros, e por isso, evitam o contato, e a ansiedade que sentem é definida por elas como intenso medo. Essas pessoas vivem assexuadamente, no sentido de não praticarem nenhum tipo de contato sexual, portanto, ficam excluídas nesses pacientes outras práticas se***is, a frigidez e a impotência sexual ou a perda de libido dos mesmos.
Esse transtorno, diferente da homossexualidade, é classificado no Manual de Diagnóstico de Doenças Mentais, pois esses pacientes sofrem porque os estímulos se***is internos e externos existem, esses impulsos se***is os estimulam sexualmente e eles sentem-se embaraçados socialmente e até mesmo ameaçados pelos estímulos se***is, o que os fazem relatar que estão sofrendo de fobias. Nessas situações, quando a perturbação sexual for intensa, eles podem sofrer de transtorno de pânico, com sofrimentos emocionais, tais como: baixa auto- estima, sentimentos de culpa e de perdas indefinidas e queixas físicas como: náuseas, vômitos, taquicardias, falta de ar, desmaios e diarreias, com perda de controle dos esfincteres.
No histórico de vida dos pacientes com Transtorno de Aversão Sexual, geralmente são diagnosticados, alem da ansiedade, o transtorno depressivo. Eles não são
capazes de manter relações afetivas com outras pessoas e assim ficam desnutridos afetivamente, e com isso, é notável a infelicidade constante desses pacientes, e, gradativamente, com o decorrer da vida, eles vão isolando-se das relações interpessoais, padecendo do sentimento de solidão. Nesses casos, muitos deles relatam ideias suicidas, perdem o desejo por outras atividades que a vida possa lhes proporcionar com satisfação e prazer. A título de exemplo, descrevo o relato de uma pessoa portadora desse transtorno: "minha vida é seca, cheia de temores, sinto medo ao ver um casal se beijando na novela, e por isso, até desligo a televisão. Hoje em dia tem muitas cenas de s**o nessas novelas, que nojo! ”.
Por outro lado, muitos desses pacientes sentem intensa dificuldade em falar sobre sua sexualidade. Eles são pessoas com intenso conflito que se reflete em outras áreas de suas vidas, prejudicando-os nas atividades profissionais, sociais e até mesmo nos equivalentes orgânicos como a alimentação e o sono. Muitos deles, nesses momentos de insônia, relatam sentir vergonha por não namorarem ou não estarem casados e com filhos. E são nesses momentos que esses pacientes pensam em morte e até podem tentar ou cometer o suicídio. Outro exemplo, é de um jovem que resolveu tornar-se religioso, pois julgava que a vida religiosa era assexualizada. Como não tinha vocação para o sacerdócio, deixou o mosteiro tempos depois, e foi viver em uma determinada cidade grande, acreditando ser mais fácil passar desapercebido socialmente sua dificuldade sexual nessa cidade do que em sua pequena cidade natal. A partir então, tornou-se professor, alcoólatra e até hoje vive como um ermitão e colecionador de obras antigas. E os seus relacionamentos interpessoais se resumem em negociar objetos
antigos, assistir jogo no campo de futebol e gosta de se sentir anonimo entre os torcedores que lhe são desconhecidos e o mesmo acontece em celebrações religiosas das quais participa.
O mesmo é portador de sentimentos de inveja patológica que é manifestada em suas expressões como: “os jovens de hoje são promíscuos e as meninas, hoje em dia, banalizam a sexualidade”. Ele tem como refrão: minha zona de conforto é eu comigo mesmo e minha cerveja.
É relativamente comum observar nesses pacientes a busca de refugios para sua sexualidade, refúgios esses como: excesso de trabalho, ou buscar atividades de lazer para evitar o contato
sexual, e até mesmo não pensar em sexualidade. Outros buscam atividades profissionais com crianças, ligadas a religiosidade, por sentirem-se mais a vontade em relação a sexualidade,
pois geralmente, as crianças não os estimulam sexualmente. A análise que se faz a essas pessoas, que buscam refugio nesse tipo de atividade profissional, é que elas se tornam pessoas
rígidas, com muito pensar e pouco afeto, perfeccionistas, sentem-se superior a outras pessoas, muitas vezes, são exageradamente severas, sádicas e cruéis com esses menores de idade. Elas se vestem de forma simples, sem decotes, adornos ou maquiagem, devido ao medo de estimularem a sexualidade de outras pessoas. É um tipo falsa falta de vaidade, falsa humildade e a hipocrisia religiosa dessas pessoas. Elas não são solidárias, não sabem compartilhar com os colegas de profissão, nem mesmo tem amigos e são extremamente
apegadas em seu trabalho, sempre parecendo dizer: se é dever é prazer. Nesses processos de evitação da sexualidade eles podem sofrer intensa ansiedade, depressão ou fazer uso de
dr**as lícitas ou ilícitas para sentirem-se emocionalmente aliviadas de suas angustias. Ou outros pacientes, compensam suas limitações se***is com determinada inflação psíquica, pois
acreditam ser espiritualmente evoluídos, cumprindo missão religiosa pre-destinada a eles, e assim, com essa racionalização, conscientemente sentem-se aparentemente bem, pois elas
não sublimam, mas sim, procrastinam suas energias se***is. Portanto, são pessoas doentes e de classificação no Manual de Transtorno de Doenças Mentais. Contudo, a racionalização que
fazem de suas vidas as impedem geralmente de buscar tratamento, elas são pessoas sofredoras e não sabem que sofrem.
O Transtorno de Aversão Sexual é pouco pesquisado e suas causas não são conhecidas. A literatura científica cita alguns fatores de risco relacionados a esse transtorno, tais como:
histórico de abuso sexual na infância ou adolescência, crianças que sofreram punições físicas por parte de seus pais ou outras pessoas adultas, filhos de pais com transtornos psiquiátricos
severos, crianças que foram submetidas a educação religiosa moralmente crítica em relação a vida sexual, pais portadores de culpa em relação a própria sexualidade, que passam a
educarem seus filhos de forma crítica e punitiva em relação a sexualidade dos mesmos e em relação aos jogos se***is comuns da infância, e esses fatores de risco podem precipitar a aversão sexual nos seres humanos.
O tratamento indicado para as pessoas portadoras de Transtorno de Aversão Sexual é o tratamento psicoterápico associado aos antidepressivo e aos ansiolíticos quando os transtornos ansiosos, de pânico e depressivos forem também diagnosticados nesses pacientes.