Prof. Dr. José Hercules Golfeto - Neuropsiquiatra

Prof. Dr. José Hercules Golfeto - Neuropsiquiatra Clínica de Psiquiatria, médico Responsável pelo Ambulatório de Psiquiatria da Infância e Adolescência do Hosp. das Clínicas da Fac. de Medicina de RP - USP
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31/12/2015
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE NARCISISTAOs transtornos de personalidade é uma desadaptação social crônica e permanente ao ...
16/12/2015

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE NARCISISTA

Os transtornos de personalidade é uma desadaptação social crônica e permanente ao longo da vida, causadora de sofrimentos às pessoas de seus meios sociais, principalmente pela rigidez de comportamentos que os portadores tem em relação aos outros indivíduos.

Embora traços de transtorno de personalidade possam ser observados na infância ou adolescência, os diagnósticos são feitos na vida adulta, pois a personalidade do ser humano somente se desenvolve definitivamente a partir dos 18 aos 21 anos de idade. A partir da formação cristalizada da personalidade, os portadores de transtorno de personalidade passam a apresentar formas rígidas de pensar e sentir no relacionamento com outras pessoas, e essa forma inflexível de pensar e sentir, causa no meio social uma série de situações desagradáveis e constrangedoras nos relacionamentos interpessoais. Geralmente os sofrimentos são das pessoas que convivem com o portador. Entretanto, o portador sofre somente quando é contrariado em seus comportamentos inadequados e autoritários.

Os transtornos de personalidade tem várias classificações, tais como: transtorno de personalidade paranóide, esquizóide, passivo-agressivo, entre outros, como o transtorno de personalidade narcisística.
As causas dos transtornos de personalidade são desconhecidas, contudo, entende-se que existem nesses portadores fragilidades genéticas associadas a vários fatores ambientais de risco. Como por exemplo, no transtorno de personalidade narcisística, são observados que geralmente seus pais são rígidos na educação dos mesmos e valorizam excessivamente a inteligência, a beleza e o sucesso no meio social em que convivem, valores familiares esses, que fazem com que,esses pacientes com seus potenciais genéticos narcisistas herdados, lutem para se sentirem superiores em suas atividades de vida em relação as outras pessoas, e desenvolvem pensamentos distorcidos em relação a sua imagem corporal e seus potenciais de inteligência. Quando eles se tornam bem sucedidos, mostram-se vaidosos, autoritários, presunçosos, arrogantes, orgulhosos e chegam a acreditar que são dotados de poderes especiais e com o direito para explorarem as pessoas de seus convívios. Ou seja, os mesmos estão inflacionados de valores psicossociais. Eles não tem consciência da irrealidade de suas formas de ser no seu meio social.Como por exemplo, chegam a dizer: “ se ser orgulhoso é defeito, esse é um defeito que quero ter”, ou “ eu sou mais eu” e ainda, “o direito é sempre todo meu”. Eles concentram toda energia psíquica em si mesmos e isso os impede de perceberem os direitos das outras pessoas.
O transtorno de personalidade narcisista é definido quando os indivíduos têm uma extrema sensibilidade em relação a sua imagem corporal, sofrem ao receberem críticas em relação a suas condições físicas e de inteligência, e dão extrema importância a sua aparência de beleza. A beleza é extremamente importante para essas pessoas. Como exemplo citamos um fato da artista que era considerada a mulher mais bela. Ao envelhecer, ela não suportava mais sua a aparência envelhecida e decidiu pela eutanásia. Quando um colega de trabalho tentou convencê-la a continuar vivendo, ela apenas respondeu: "nós eramos tão bonitos, caro colega" e a sua vontade pela eutanásia foi concretizada. Outra mulher também considerada belíssima rompeu o casamento quando seu marido colocou um anel de brilhantes em seu dedo e comentou :" que dedos gordos você tem", tal comentário foi o suficiente para que a mesma fosse tomada pela ira e solicitasse o divórcio a ele e divorciou-se. Outros narcisistas chegam ao ponto de afastar-se socialmente de forma definitiva, ao envelhecer, vivendo isoladamente em suas residências e não recebem visitas dos melhores amigos ou parentes. Esse tipo de clausura os fazem sentirem-se mais suportáveis na vida do que qualquer tipo de convivência social. Para eles a beleza acabou, e por isso, não suportam viver socialmente com outras pessoas.

Os portadores de personalidade narcisística não suportam derrotas, críticas e sentirem-se em situações de inferioridade, pois seus padrões de grandeza,de superioridade e de autoritarismo, são intocáveis para eles, mostrando uma forma de pensar irracional em relação aos seus valores de vida. Eles não são capazes de se colocar no lugar de outra pessoa e compreender o que essas pessoas estão sentindo, portanto, não são empáticos, e na maioria das vezes, não são simpáticos. O que é importante a eles é a extrema importância que dão a si mesmos, a seus potenciais de inteligência, e por isso, lutam para ocupar altos postos de trabalho que lhes dão status e aplausos. Eles tem sentimentos de grandeza muito vivo dentro deles e sentem-se talentosos de forma exagerada.Quando os mesmos são contrariados em relação a essas características tornam agressivos e cheios de ódio, pois não toleram críticas. Julgam-se especiais, e querem sempre ser admirados, bem sucedidos, e esperam ser reconhecidos pelos outros como tal e serem sempre o centro das atenções no local em que estão presentes. Apresentam-se em seus relacionamentos interpessoais de forma arrogante e é notória a inveja patológica que manifestam nos seus relacionamentos interpessoais. Eles acreditam que a inveja de outras pessoas é maléfica para as suas atividades profissionais, familiares, e enfim em suas vidas em geral. Como essa forma de ser na vida é inadequada e causa sofrimento psicossocial, e por definição, passam a ser portadores de transtornos psiquiátricos.

TRATAMENTO
Não existe tratamento farmacológico especifico para o transtorno da personalidade em geral e nem mesmo para o de personalidade narcisista e são prescritos medicamentos para tratamento dos transtornos comorbidos dos mesmos. As comorbidades mais frequentemente diagnosticadas nesses pacientes narcisísticos, são a ansiedade e a depressão. Pois, essas comorbidades são precipitadas nos mesmos quando sentem-se feridos em suas vaidades, quando sentem-se imperfeitos e derrotados. A depressão ocorre com mais frequência nos narcisistas quando estão envelhecendo ou são impossibilitados de seguir seus ideais de perfeição.

A única indicação terapêutica é a psicoterapia, mas os mesmos são geralmente muito resistentes a ela, pois seus sentimentos narcísicos os impedem de aceitar as abordagens psicoterapêuticas. Eles geralmente sentem a abordagem verbal do psicoterapeuta como ofensa, pois são patologicamente vaidosos e auto-suficientes. Como a psicoterapia é uma especie de espelho, e os narcisistas ao se mirarem nesse "espelho" não acreditam que são o que são. Alguns por vezes exclamam: “é horrível saber que tenho essas coisas”. Esses pacientes são muito frágeis nas suas autoestimas. O tratamento psicoterápico lhes tira uma de suas principais pretensões que é de sempre sentirem-se admirados. Os portadores de narcisismo que se beneficiam com a psicoterapia são exceção, porque os padrões de comportamento dos mesmos são de difíceis mudanças.

DISTIMIAA Distimia é um tipo de transtorno depressivo com características clínicas sintomatológicas leves e crônicas. Ob...
09/12/2015

DISTIMIA

A Distimia é um tipo de transtorno depressivo com características clínicas sintomatológicas leves e crônicas. Observas-se nesses pacientes o seguinte quadro clínico: tristeza, cansaço fácil, alterações dos equivalentes orgânicos como sonolência ou insônia, perda ou aumento de apetite e redução da atividade sexual devido ao rebaixamento da libido, pessimismo, constante sentimento de negatividade, dificuldade de atenção e concentração, sentimento de culpa e de perda, com baixa autoestima e dificuldade de relacionamento interpessoal, tendendo ao isolamento pessoal do meio em que vivem. A falta de prazer e de divertimento na vida é de fácil observação nos mesmos. Alguns sintomas físicos como dores, sinais e sintomas típicos de angustia como taquicardia, sudorese, tremores das extremidades do corpo, como das mãos, opressão no peito e sensação de falta de ar, podem estar presentes nas queixas desses pacientes.
É importante ressaltar que quando as queixas físicas são citadas pelos distímicos, deve sempre ser feita avaliação clínica para exclusão de causas orgânicas no quadro clínico dos mesmos. Contudo, as queixas de dores vagas e indefinidas nos pacientes distímicos são muito frequentes. Geralmente esses pacientes não perdem o interesse pelas atividades profissionais ou qualquer tipo de atividade que lhes possam ser gratificantes, eles cumprem com suas tarefas e obrigações, mas com grau acentuado de anedonia.

Neles observas-­se, quando estão em qualquer atividade: irritabilidade, intolerância e impaciência. Ocorre nesses pacientes a alteração do humor, como por exemplo, quando a distimia acomete crianças, brincam sem prazer, ficam irritadas, intolerantes e quase não conversam com outras crianças. Esses pacientes trabalham, cumprem com suas obrigações, mas a distimia os leva a sentir falta de prazer naquilo que fazem, é visível o estado de desânimo que os acomete.
Quando esse estado psicopatológico inicia na infância, prolonga-se até a vida adulta, quando relatam que sempre foram portadoras dessas sintomatologias, ou seja, são doentios na infância e na adolescência, sem terem consciência de sua psicopatologia, principalmente em crianças do s**o feminino. As distimias ocorrem menos frequentes nas pessoas do s**o masculino. Todavia, a distimia não tem idade para se manifestar no ser humano, ela pode ter início na maturidade e até mesmo na velhice, embora seja mais frequente em adolescentes e idosos.

A distimia pode ser precipitada pelo estresse excessivo, luto, perda de emprego e doenças físicas ou outros tipos de fracassos pessoais, entretanto as causas que levam o ser humano a ser distímico são desconhecidas.

A distimia difere de outros quadros depressivos porque sua sintomatologia inicia lentamente e é continua, tendo sinais e sintomas mais leves e pouco intensos. As pessoas leigas não reconhecendo esse estado psicopatológico acabam por classificá-los como pessoas "grosseiras, sem educação e estranhas". Vale ressaltar que muitos desses pacientes são confundidos como portadores de transtorno de personalidade, principalmente quando fazem uso de dr**as ilícitas.
Contudo, como todo transtorno psiquiátrico crônico têm uma longa duração, podemos até afirmar que as distimias são permanentes. Isso faz com que esses pacientes convivam com esse tipo de depressão por um longo período da vida sem nenhum tipo de tratamento, por esse motivo os mesmos sofrem psicossocialmente por longo período de tempo, tendo prejuízos no trabalho, na vida estudantil e em outras atividades de sua vida. Por outro lado, quando são tratados por especialistas, sua qualidade de vida geralmente melhora.

A distimia difere também de outros tipos de depressão, porque essas últimas têm crises abruptas e com intervalos, ou seja, ocorrem de tempos em tempos, portanto, elas não são constantes, com períodos de crises depressivas e períodos de normalidade e seus sinais e sintomas são mais intensos e graves que a sintomatologia distímica. As distimias são permanentes com sintomatologia leve e as depressões, ao contrário, são passageiras e periódicas com sintomatologia mais grave em relação às distimias.

Quando os pacientes depressivos estão em crise depressiva, tornam-se pessoas incapazes para as atividades do dia a dia e podem até sofrer crises de euforia, ou terem ideias suicidas e mesmo tentativas de suicídio ou a concretização do próprio suicídio, principalmente quando o estado depressivo é severo.

Julgo importante ressaltar que ao se fazer diferenciação entre as distimias e os demais tipos de depressões, é mais uma diferenciação de requinte entre as depressões e tem mais uma importância classificatória acadêmica e de pesquisa, pois, na prática clínica, os transtornos depressivos tem o mesmo tipo de ação e conduta médica psiquiátrica.

As principais comorbidades das distimias são: os transtornos ansiosos, os transtornos de pânico, os transtornos obsessivo ­compulsivo e as dependências químicas.

TRATAMENTO

A distimia requer tratamento medicamentoso e psicoterápico. A medicação utilizada geralmente envolve antidepressivos de última geração, e nos casos em que há comorbidades, os tratamentos destas também se fazem necessário. A psicoterapia é
fundamental no tratamento desses pacientes. O mais importante no tratamento é buscar ajuda junto ao psiquiatra da família para avaliação e indicações terapêuticas. E’ importante ressaltar que em muitos casos distímicos o tratamento familiar se faz necessário quando o paciente é criança, adolescente, ou mesmo quando é adulto jovem. Os pacientes distímicos podem apresentar recaídas e seus sintomas distímicos reaparecem após o tratamento. Em muitos casos não ocorre uma cura definitiva e os sinais e sintomas reaparecem devido sua cronicidade. Portanto, esses pacientes devem ter constantes monitoramentos médicos, como fazem os hipertensos, diabéticos e outros portadores de patologia crônica.

NINFOMANIA E SATIRIASEO Transtorno sexual compulsivo é a disfunção  caracterizada por nível elevado de desejo e fantasia...
02/12/2015

NINFOMANIA E SATIRIASE

O Transtorno sexual compulsivo é a disfunção caracterizada por nível elevado de desejo e fantasias se***is e de manter relações se***is frequentes de formas incontroláveis a ponto de causar prejuízos nas vidas desses portadores de disfunção sexual hiperativa.

A ninfomania é o termo denominado as mulheres que sentem apetite sexual intenso, envolto em fantasias eróticas e de praticas se***is exageradas. Quando o desejo de manter relações se***is de forma compulsiva ocorre nas pessoas do s**o masculino a denominação é satiríase. O que define a ninfomania e a satiríase não é apenas os intensos desejos e fantasias se***is mas também a dificuldade de controle do impulso sexual excessivo. Embora a ninfomania seja mais comumente divulgada nos meios sociais, o transtorno de compulsão sexual é de igual ocorrência em ambos os s**os.

Por outro lado, a ninfomania é pouco aceita socialmente, já a satiríase, é por vezes mais aceita no nosso meio sociocultural.

Alguns pesquisadores referem-se a essa disfunção sexual como vício igual as dr**as, as bebidas ou aos jogos compulsivos. Contudo, entender as razões ou as causas da hiperatividade sexual masculina e feminina é difícil, segundo dados bibliográficos atualizados. Nesse transtorno não são descritas as lesões ou disfunções cerebrais, as alterações hormonais ou as fragilidades genéticas. As pesquisas, embora escassas, não explicam o porquê desses padrões de comportamentos se***is intensos e frequentes.

Alguns fatores de risco na história de vida desses pacientes podem ser encontrados, como relatos de abuso sexual na infância e início precoce da vida sexual desses, com parceiros mais velhos que eles.

As observações clínicas desses pacientes mostram que os mesmos podem apresentar: fantasias se***is de forma recorrente; sentimentos de culpa profundo causados pelos excessos de atividades se***is, e compreensão dos mesmos das próprias promiscuidades se***is quando vão em buscas de diversos parceiros, e dos desejos incontroláveis de mais que um ato sexual no mesmo dia; uso constante de objetos ou brinquedos se***is para masturbações; certo grau de fenestrações, e por isso, vão assistir apresentações teatrais com s**o explicito, ou filmes contendo cenas de s**o, sites de s**o virtual, e outros pacientes são colecionadores de revistas e
fotos relacionadas a pornografia. Mais raramente, e com o evento dos smartfones e tabletes, portadores de hiperatividade sexual, com narcisismo patológico, filmam os próprios atos se***is para depois assistirem as projeções de suas praticas se***is, para excitarem-se e masturbarem-se durante essas projeções.

Esse padrão de atividade sexual sem controle prejudica a atenção e concentração desses pacientes nos exercícios profissionais, nos relacionamentos interpessoais e nas atividades estudantis. Os jovens portadores dessa disfunção sexual podem fracassar nos seus estudos, apesar do esforço que fazem para fugir de suas fantasias se***is incontroláveis quando estão em salas de aula ou nos períodos de estudos de suas matérias escolares. O fracasso escolar nesses pacientes pode ser marca registrada.

A literatura médica psiquiátrica inclui nesse transtorno as possíveis comorbidades: Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Transtorno de Personalidade Borderline, Transtorno Afetivo Bipolar, Transtorno de Ansiedade e Transtorno Depressivo.

As pessoas que sofrem de hiperatividade sexual devem buscar ajuda nas clínicas especializadas em psicoterapias se***is. As medicações devem ser administradas em casos de comorbidades como a euforia, a ansiedade, e a depressão. As medicações psiquiátricas podem reduzir a libido desses pacientes, essa redução de libido é devido ao efeito colateral dos psicofármacos, que ocorre geralmente nas pessoas que fazem uso de medicações psiquiátricas, efeito colateral esse, que pode ajudar no controle das atividades se***is dos portadores desse transtorno sexual. Em casos mais graves, pode-se fazer uso de algumas medicações a base de hormônios que inibam o desejo sexual, podendo até mesmo ter necessidade de internações hospitalares desses pacientes, para contenções de riscos de suas integridades físicas e inclusive das integridades de outras pessoas, embora essas ocorrências de alto risco sejam pouco frequentes. O que é de ocorrência médica mais comum nesses pacientes são as leves lesões dos orgãos genitais e as infecções quando contraem doenças sexualmente transmissíveis, e portanto, necessitam de tratamentos médicos especializados.

TRANSTORNO DE AVERSÃO SEXUALAs pessoas portadoras de Transtorno de Aversão Sexual  têm  sentimento crônico de aversão ou...
23/11/2015

TRANSTORNO DE AVERSÃO SEXUAL

As pessoas portadoras de Transtorno de Aversão Sexual têm sentimento crônico de aversão ou nojo do órgão sexual de outras pessoas ou de seus possíveis parceiros. Elas rejeitam o desejo de ter relações se***is no seu dia a dia. Além do asco, essas pessoas sentem-se ansiosas com a ideia de entrar em contado com a genitália dos possíveis parceiros, e por isso, evitam o contato, e a ansiedade que sentem é definida por elas como intenso medo. Essas pessoas vivem assexuadamente, no sentido de não praticarem nenhum tipo de contato sexual, portanto, ficam excluídas nesses pacientes outras práticas se***is, a frigidez e a impotência sexual ou a perda de libido dos mesmos.

Esse transtorno, diferente da homossexualidade, é classificado no Manual de Diagnóstico de Doenças Mentais, pois esses pacientes sofrem porque os estímulos se***is internos e externos existem, esses impulsos se***is os estimulam sexualmente e eles sentem-se embaraçados socialmente e até mesmo ameaçados pelos estímulos se***is, o que os fazem relatar que estão sofrendo de fobias. Nessas situações, quando a perturbação sexual for intensa, eles podem sofrer de transtorno de pânico, com sofrimentos emocionais, tais como: baixa auto- estima, sentimentos de culpa e de perdas indefinidas e queixas físicas como: náuseas, vômitos, taquicardias, falta de ar, desmaios e diarreias, com perda de controle dos esfincteres.

No histórico de vida dos pacientes com Transtorno de Aversão Sexual, geralmente são diagnosticados, alem da ansiedade, o transtorno depressivo. Eles não são
capazes de manter relações afetivas com outras pessoas e assim ficam desnutridos afetivamente, e com isso, é notável a infelicidade constante desses pacientes, e, gradativamente, com o decorrer da vida, eles vão isolando-se das relações interpessoais, padecendo do sentimento de solidão. Nesses casos, muitos deles relatam ideias suicidas, perdem o desejo por outras atividades que a vida possa lhes proporcionar com satisfação e prazer. A título de exemplo, descrevo o relato de uma pessoa portadora desse transtorno: "minha vida é seca, cheia de temores, sinto medo ao ver um casal se beijando na novela, e por isso, até desligo a televisão. Hoje em dia tem muitas cenas de s**o nessas novelas, que nojo! ”.
Por outro lado, muitos desses pacientes sentem intensa dificuldade em falar sobre sua sexualidade. Eles são pessoas com intenso conflito que se reflete em outras áreas de suas vidas, prejudicando-os nas atividades profissionais, sociais e até mesmo nos equivalentes orgânicos como a alimentação e o sono. Muitos deles, nesses momentos de insônia, relatam sentir vergonha por não namorarem ou não estarem casados e com filhos. E são nesses momentos que esses pacientes pensam em morte e até podem tentar ou cometer o suicídio. Outro exemplo, é de um jovem que resolveu tornar-se religioso, pois julgava que a vida religiosa era assexualizada. Como não tinha vocação para o sacerdócio, deixou o mosteiro tempos depois, e foi viver em uma determinada cidade grande, acreditando ser mais fácil passar desapercebido socialmente sua dificuldade sexual nessa cidade do que em sua pequena cidade natal. A partir então, tornou-se professor, alcoólatra e até hoje vive como um ermitão e colecionador de obras antigas. E os seus relacionamentos interpessoais se resumem em negociar objetos
antigos, assistir jogo no campo de futebol e gosta de se sentir anonimo entre os torcedores que lhe são desconhecidos e o mesmo acontece em celebrações religiosas das quais participa.

O mesmo é portador de sentimentos de inveja patológica que é manifestada em suas expressões como: “os jovens de hoje são promíscuos e as meninas, hoje em dia, banalizam a sexualidade”. Ele tem como refrão: minha zona de conforto é eu comigo mesmo e minha cerveja.

É relativamente comum observar nesses pacientes a busca de refugios para sua sexualidade, refúgios esses como: excesso de trabalho, ou buscar atividades de lazer para evitar o contato
sexual, e até mesmo não pensar em sexualidade. Outros buscam atividades profissionais com crianças, ligadas a religiosidade, por sentirem-se mais a vontade em relação a sexualidade,
pois geralmente, as crianças não os estimulam sexualmente. A análise que se faz a essas pessoas, que buscam refugio nesse tipo de atividade profissional, é que elas se tornam pessoas
rígidas, com muito pensar e pouco afeto, perfeccionistas, sentem-se superior a outras pessoas, muitas vezes, são exageradamente severas, sádicas e cruéis com esses menores de idade. Elas se vestem de forma simples, sem decotes, adornos ou maquiagem, devido ao medo de estimularem a sexualidade de outras pessoas. É um tipo falsa falta de vaidade, falsa humildade e a hipocrisia religiosa dessas pessoas. Elas não são solidárias, não sabem compartilhar com os colegas de profissão, nem mesmo tem amigos e são extremamente
apegadas em seu trabalho, sempre parecendo dizer: se é dever é prazer. Nesses processos de evitação da sexualidade eles podem sofrer intensa ansiedade, depressão ou fazer uso de
dr**as lícitas ou ilícitas para sentirem-se emocionalmente aliviadas de suas angustias. Ou outros pacientes, compensam suas limitações se***is com determinada inflação psíquica, pois
acreditam ser espiritualmente evoluídos, cumprindo missão religiosa pre-destinada a eles, e assim, com essa racionalização, conscientemente sentem-se aparentemente bem, pois elas
não sublimam, mas sim, procrastinam suas energias se***is. Portanto, são pessoas doentes e de classificação no Manual de Transtorno de Doenças Mentais. Contudo, a racionalização que
fazem de suas vidas as impedem geralmente de buscar tratamento, elas são pessoas sofredoras e não sabem que sofrem.

O Transtorno de Aversão Sexual é pouco pesquisado e suas causas não são conhecidas. A literatura científica cita alguns fatores de risco relacionados a esse transtorno, tais como:
histórico de abuso sexual na infância ou adolescência, crianças que sofreram punições físicas por parte de seus pais ou outras pessoas adultas, filhos de pais com transtornos psiquiátricos
severos, crianças que foram submetidas a educação religiosa moralmente crítica em relação a vida sexual, pais portadores de culpa em relação a própria sexualidade, que passam a
educarem seus filhos de forma crítica e punitiva em relação a sexualidade dos mesmos e em relação aos jogos se***is comuns da infância, e esses fatores de risco podem precipitar a aversão sexual nos seres humanos.

O tratamento indicado para as pessoas portadoras de Transtorno de Aversão Sexual é o tratamento psicoterápico associado aos antidepressivo e aos ansiolíticos quando os transtornos ansiosos, de pânico e depressivos forem também diagnosticados nesses pacientes.

TRANSTORNOS DE TIQUESOs Tiques são classificados em : motor, vocal, os ligados ao Transtorno de Tourrette e os chamados ...
11/11/2015

TRANSTORNOS DE TIQUES

Os Tiques são classificados em : motor, vocal, os ligados ao Transtorno de Tourrette e os chamados tiques transitórios.
Os tiques motores e vocais podem ser simples ou complexos. Os tiques motores simples são movimentos de grupos musculares que ocorrem subitamente, são repetitivos, estereotipados, não rítmicos e involuntários.

Os tique vocais ou tiques fônicos simples, ocorrem quando os pacientes fazem ruídos com a garganta, boca e nariz, como pigarros e fungadas, de forma repetidas, involuntárias, arrítmicas e sem propósitos.

Os tiques complexos são mais graves e incluem os tiques motores que é observado quando o paciente p**a, salta, toca rapidamente em qualquer coisa, cheiram objetos e podem fazer gestos obscenos. Os tiques vocais complexos incluem tossir, repetição de palavras e dizer palavrões, como xingar de forma involuntária.
Os tiques do Transtorno De Tourrette se caracterizam por serem múltiplos e são associados aos tiques vocais e gestos involuntários bruscos. Eles começam pela musculatura da cabeça ou face e depois tem uma progressão cafelo caudal, ou seja, ocorre inicialmente com a contração breve das musculaturas da cabeça e face, depois do pescoço, em seguida dos membros superiores, os tiques progridem para o tronco e finalmente os tiques ocorrem nos membros inferiores. Geralmente ocorre nesse transtorno a cropalalia, que é o fato dos pacientes espontaneamente falarem palavrões de forma súbita e inconsciente, pois eles não tem explicações do porquê emitiram palavras inadequadas, que é um tipo de tique vocal, ou gestos obscenos que é um tipo de tique motor. Os gestos obscenos são denominados de cropropaxia. Pode ocorrer que esses pacientes repitam as palavras emitidas por outras pessoas seguidamente, palavra por palavra, essa repetição é denominada de ecopraxia. Geralmente essas palavras ou gestos obscenos não são dirigidas a nenhuma pessoa, ou seja, não existe desejo por parte dos pacientes ofender as pessoas que se encontram em seu ambiente e nem mesmo existe intensão dos mesmos de estarem fazendo ” gracinhas” ao emitir palavrões ou gestos considerados erroneamente ofensivos. Essas crianças referem que se sentem envergonhadas com esses ocorridos emitidos por elas.
As ocorrências dos tiques são sempre diários, o que causa sofrimentos a esses pacientes e constrangimentos nas pessoas que convivem com eles. Eles podem ocorrer de forma leve, ou moderada e, por vezes, intensos e de frequência variável.

Os tiques transitórios motores ou vocais ocorrem nos períodos em que esses pacientes estão ansiosos, eles são emitidos de forma espontânea, fazendo caretas, piscando ou sacudindo partes do corpo e são sempre despropositados e sem finalidades. Eles ocorrem de forma esporádica, são poucos frequentes nesses paciente e chegam a afetar até 16% das crianças em algum período da infância, segundo dados de referências epidemiológicas recentes. As crianças, por vezes relatam que os tiques ocorrem após surgir em suas mentes lembranças de fatos desagradáveis. Os mesmos não ocorrem todos os dias, algumas crianças podem ficar meses sem apresentar tiques.

A ocorrência de tiques na pop**ação, segundo algumas referências de pesquisas epidemiológicas atuais, gira em torno de 1%. Outros trabalhos epidemiológicos mostram que 4% das crianças em idade escolar apresentam Transtorno De Tourrette e esse número pode diminuir na vida adulta.

Os estudos genéticos apontam que a maioria dos casos tem fatores herdados, ou seja, defeitos ainda pouco conhecidos, nos cromossomas desses pacientes. Outras pesquisas apontam a evidência de atividade anormal da dopamina nos portadores de tiques, a dopamina é um neurotransmissor cerebral envolvido nos movimentos musculares em geral. Outro fator relacionado com os tiques é o estresse, principalmente o estresse materno gestacional. Muitos pacientes com tiques tem no seu histórico de vida dados que mostram que sua gestação foi conturbada, devido as ocorrências de fatores psicossociais estressantes e deprimentes sofridos pela mãe gravida dessas crianças.
As comorbidades que ocorrem com certa frequência nos transtornos de tiques são: o Transtorno Obsessivo-Compulsivo e o Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade. Outras dificuldades podem ser observadas nesses transtornos como: dificuldades de aprendizagem, transtornos do sono e flutuações do humor.

Os transtornos de tiques podem ser tratados com psicofármacos, que são de boa eficácia ou proporcionam parcial melhora nessas crianças. A psicoterapia e o treinamento psicopedagógico também são indicados. É importante ressaltar que o tratamento psicoterápico é fundamental para aliviar a ansiedade e a depressão que os tiques precipitam nesses pacientes e em seus familiares. A orientação dos pais, professores e colegas de classe se faz necessário para evitar maiores constrangimentos e bullyng aos pacientes com tiques.

EFEITOS DA COCAÍNA NO CORPO HUMANO O mecanismo de ação da co***na no Sistema Nervoso Central a curto prazo causa euforia...
04/11/2015

EFEITOS DA COCAÍNA NO CORPO HUMANO

O mecanismo de ação da co***na no Sistema Nervoso Central a curto prazo causa euforia nos usuários, e após certo tempo de consumo, pode levar a depressão com intensa ansiedade e avidez por mais co***na por parte do usuário.

A co***na é a droga que mais rapidamente causa malefícios aos organismos dos usuários. Basta algumas semanas para que ela cause perda de peso de fácil observação, deixando os drogados até mesmo caquéticos, com corizas persistentes, lesões das mucosas nasais, podendo inclusive causar perfurações dos septos e alterações musculares. Essas últimas são fatores de risco para acidentes como os automobilísticos e os de motos. As doses elevadas consumidas regularmente, causam palidez, suor frio e desmaios. Os mesmos queixam-se frequentemente de cansaço, ocorre a dilatação da pupila que é de fácil observação e apresentam expressão facial que é característico da droga adicção.

A co***na aumenta a liberação e prolonga o tempo de atuação dos neurotransmissores dopamina, noradrenalina e serotonina, os quais são atuantes no cérebro humano. A dopamina é o neurotransmissor que se relaciona à dependência química, sendo a responsável pela sensação de prazer associada ao consumo da droga, bem como interfere de forma nociva nos equivalentes orgânicos, tais como: comer, beber e fazer s**o. A noradrenalina e a serotonina se relacionam às funções mentais como: no controle de humor, na motivação, na atenção e concentração, na cognição, na psicomotricidade e na sensopercepção. As alterações dessas funções mentais pela co***na fazem com que os usuários tenham dificuldade de se relacionar com outras pessoas. Eles passam a ter maior interação com o mundo virtual dos computadores e dos smarts fones. Esses dependentes químicos tornam-se compulsivos por jogos eletrônicos. Além da dependência química, passam a ser dependentes do mundo virtual.

Algumas pessoas quando usam a co***na em dosagens muito elevadas podem sofrer convulsões. Isto ocorre com mais frequência, porque os usuários geralmente aumentam progressivamente o consumo da droga, sendo necessário consumir maiores quantidades da substância para se atingir o efeito desejado, que na expressão de muitos usuários é de “ficar numa boa”. Além disso, algumas pessoas que fazem uso dessa droga, sentem-se paranoicas, com delírios, alucinações e tornam-se agressivas . A quantidade e o aumento da frequência de uso pode causar também o estado de coma ou a morte súbita.

Com o tempo de uso, já a longo prazo, ocorre um processo chamado de tolerância a droga, que faz com que os usuários usem cada vez mais a co***na em quantidades maiores, e assim tornam-se viciados, com comportamentos inadequados ou bizarros, podendo apresentar processos psicóticos e ataques de pânico. As pessoas usuárias vão perdendo o interesse por outras atividades que antes costumavam se envolver ou desenvolver, como as atividades profissionais ou estudantis, geralmente ficando sem ocupações vivendo com outros drogados nas calçadas e logradores públicos, vagando ao leo, tornando-se pessoas indolentes, e, muitas vezes, moradores de rua, apesar de alguns poderem usufruir dos abrigos familiares. E se esses dependentes químicos deixarem de usá-la de forma abrupta, podem entrar em processos depressivos severos que os levam, por vezes, a cometerem o suicídio, ou, sofrendo de confusões mentais, podem cometer o homicídio. Outros, desesperados para consumir a co***na, sofrendo a síndrome de abstinência, e com dificuldades financeiras para adquiri-la, chegam a roubar e até matar para adquirir e consumir a droga.

A co***na quando usada pelos usuários por longo período de tempo, pode causar danos físicos como: alteração das coronárias com comprometimento da irrigação sanguínea do coração, tendo como consequência doenças cardiovasculares como o acidente vascular cerebral. Pode ocorrer também comprometimentos de outros órgãos vitais como: os pulmões, o figado e os rins. Os viciados ficam com dificuldades respiratórias, desnutridos e consequentemente com baixa resistência imunológica e acabam por sofrer de infecções, insônia, inapetência, perda de libido e consequentemente impotência sexual.

Portanto, a ação da co***na no corpo humano é poderosamente prejudicial, apesar de duração breve, cerca de meia hora, já que a droga é rapidamente metabolizada e eliminada pelo organismo dos usuários. Todavia, essa curta ação da co***na, leva os dependentes a fazer com mais frequência o uso da mesma.

Recomenda-se a esses usuários o tratamento psiquiátrico, o psicoterapêutico, a terapia ocupacional e buscar ajuda nos Grupos de Narcóticos Anônimos. Quando os usuários compartilham da mesma seringa para injetarem a droga, correm o risco de adquirir doenças transmissíveis, tais como a AIDS. Por isso, devem ser orientados a não compartilhar a seringa já usada por outros usuários. A internação em hospital deve ser indicada quando os usuários apresentarem sinais e sintomas de intoxicação pela droga, é sempre ocorrência de emergência médica, para serem desintoxicados através de condutas dos especialistas, procurando-se assim evitar entrarem em coma ou até mesmo virem a morrer.

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Rua Joaquim Antônio Nascimento, 156/sala 53
Ribeirão Prêto, SP
14024-180

Telefone

16 3911-5917

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