
30/08/2025
Hoje de manhã houve uma Mostra de Iniciação Científ**a na escola do meu filho, e o trabalho dele, junto com alguns colegas, foi sobre a vida de Sócrates.
Na saída, conversamos sobre o método socrático - esse jeito de aprender e se conhecer por meio do diálogo, dos questionamentos, das contradições e das novas perguntas que surgem.
Enquanto caminhávamos, disse a ele:
— Muito bom teu trabalho, meu filho! Meu adolescente enorme!
Ele logo respondeu:
— Teu aborrescente…
— Não, não fale assim, Amor. Adolescer é um desafio: o corpo, a cabeça, os interesses, os hormônios mudam muito. Às vezes a gente f**a chatinho mesmo, mas isso pode acontecer com todos e em qualquer idade.
E continuei:
- O problema é que, quando usamos “aborrescente”, acabamos colando nessa fase uma ideia negativa. E ser adolescente é algo tão bom - mas crescer dói.
— É, mãe! Mas… quando para de doer?
— Então, meu filho… nunca.
Nos olhamos espantados com a minha resposta e caímos na risada.
Talvez porque viver seja justamente isso: sentir e passar pelas dores do crescimento, atravessar angústias, lidar com imprevistos, aprender com o que escapa do nosso controle. Questionar-se, abandonar certezas e criar novas perguntas, como Sócrates ensinou.
E isso não signif**a que a vida seja ruim. Ao contrário: ela se revela bonita também nos sustos, nas surpresas e nas novas possibilidades de caminhos e aprendizados que eles trazem.
Um beijo ♡
Marina Vidal