Psicóloga Marina Vidal

Psicóloga Marina Vidal CRP 07/37839
Pós-graduação em Fundam. da Psicanálise
Formação permanente em Psicanálise em andamento

Hoje de manhã houve uma Mostra de Iniciação Científ**a na escola do meu filho, e o trabalho dele, junto com alguns coleg...
30/08/2025

Hoje de manhã houve uma Mostra de Iniciação Científ**a na escola do meu filho, e o trabalho dele, junto com alguns colegas, foi sobre a vida de Sócrates.

Na saída, conversamos sobre o método socrático - esse jeito de aprender e se conhecer por meio do diálogo, dos questionamentos, das contradições e das novas perguntas que surgem.

Enquanto caminhávamos, disse a ele:
— Muito bom teu trabalho, meu filho! Meu adolescente enorme!

Ele logo respondeu:
— Teu aborrescente…

— Não, não fale assim, Amor. Adolescer é um desafio: o corpo, a cabeça, os interesses, os hormônios mudam muito. Às vezes a gente f**a chatinho mesmo, mas isso pode acontecer com todos e em qualquer idade.

E continuei:
- O problema é que, quando usamos “aborrescente”, acabamos colando nessa fase uma ideia negativa. E ser adolescente é algo tão bom - mas crescer dói.

— É, mãe! Mas… quando para de doer?
— Então, meu filho… nunca.

Nos olhamos espantados com a minha resposta e caímos na risada.

Talvez porque viver seja justamente isso: sentir e passar pelas dores do crescimento, atravessar angústias, lidar com imprevistos, aprender com o que escapa do nosso controle. Questionar-se, abandonar certezas e criar novas perguntas, como Sócrates ensinou.

E isso não signif**a que a vida seja ruim. Ao contrário: ela se revela bonita também nos sustos, nas surpresas e nas novas possibilidades de caminhos e aprendizados que eles trazem.

Um beijo ♡
Marina Vidal

Como canta Djavan:"Desinflama, meu amorDo seu jeito é muita dorViveDeixa o tempo resolverSe tiver que acontecerViveDesen...
23/05/2025

Como canta Djavan:

"Desinflama, meu amor
Do seu jeito é muita dor
Vive
Deixa o tempo resolver
Se tiver que acontecer
Vive

Desencana, meu amor
Tudo seu é muita dor
Vive
Deixa o tempo resolver
O que tem que acontecer
Livre"

Um beijo ♡
Marina Vidal
Psicóloga

Conversas difíceis não são sobre convencer ou conquistar concordância.São sobre estar inteiro na relação — dizer como se...
21/05/2025

Conversas difíceis não são sobre convencer ou conquistar concordância.
São sobre estar inteiro na relação — dizer como se sente, com honestidade, sem impor verdades absolutas. É falar onde dói, sem ferir o outro, mas também sem anular a si mesmo.
Escutar bonito, como disse Rubem Alves: ouvir de verdade, sem pressa de rebater, apenas acolhendo o que o outro sente. Validar o sentimento antes de buscar razão.
Silenciar para manter alguém por perto, às custas de se afastar de si, não é um caminho sadio.

Em conversas difíceis, para criar laço e intimidade, não precisamos provar que nosso ponto de vista é o mais certo. Cada pessoa tem a sua verdade. O propósito não é chegar a um consenso forçado, muito menos “colonizar” a cabeça do outro.

A verdadeira questão é: Queremos fazer isso funcionar?
Se sim, que compromissos e acordos estamos dispostos a assumir para que essa relação seja possível? Como podemos costurar, juntos, um vínculo que respeite a verdade de cada um?

Uma frase que uso frequentemente no consultório e na vida é: “O combinado não sai caro!”

E não é que é?

Beijos ♡
Marina Vidal
Psicóloga

A escrita de Freud deixa claro que não existe fórmula ou protocolo para se chegar às respostas de cada sujeito.A psicaná...
20/05/2025

A escrita de Freud deixa claro que não existe fórmula ou protocolo para se chegar às respostas de cada sujeito.

A psicanálise se propõe a estudar, sempre de forma aberta e inacabada, como cada indivíduo pode se tornar agente de sua própria vida, dentro das condições que lhe são dadas, buscando construir uma existência em que possa se sentir suficientemente feliz — ao menos em alguns momentos, é claro — já que a felicidade é sempre parcial.

Na psicanálise, há um olhar singular para cada sujeito. E, nesse percurso, ele se desafia em análise a reconhecer que pode muito mais do que imaginava.

Com carinho ♡
Marina Vidal

Este post é menos filosófico e mais um alerta de utilidade pública.Senti a necessidade de falar de forma mais clara e di...
15/05/2025

Este post é menos filosófico e mais um alerta de utilidade pública.

Senti a necessidade de falar de forma mais clara e didática sobre a Síndrome de Burnout, diante da quantidade crescente de pessoas que têm me procurado com sintomas de exaustão física e mental.

É fundamental chamar atenção para a gravidade dessa doença ocupacional cada vez mais comum. Estima-se que cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros sofram com Burnout — e esse número provavelmente é subnotif**ado. Só em 2023, os afastamentos por essa causa aumentaram 136% em relação a 2019.

O imperativo da produtividade a qualquer custo tem ultrapassado os limites do corpo e da mente humana, gerando danos que nenhum período de férias de 30 dias consegue reparar. A recuperação de um Burnout, quando diagnosticado, leva no mínimo três meses de afastamento.

E não se trata apenas de excesso de trabalho. Há muitos fatores envolvidos: Condições precárias de trabalho; Jornadas exaustivas sem tempo de descanso adequado; Assédio moral e/ou sexual; Ambientes tóxicos; Metas inatingíveis com prazos absurdos, entre outros fatores.

Se você chega em casa e não consegue — ou não quer — interagir com ninguém, sente necessidade de se anestesiar com telas ou substâncias, evita atividades que antes gostava, apresenta irritabilidade constante, crises de ansiedade, pânico ou choro frequente, gripes e resfriados recorrentes… é hora de procurar ajuda.

Burnout é coisa séria. Exige atenção, acolhimento e tratamento adequado. O corpo mostra sinais de cansaço e o esgotamento e os sintomas chegam para mostrar que há algo de muito errado. Reconhecer e respeitar os limites do corpo e da mente é imperativo.

Com carinho ♡
Marina Vidal

Fonte de dados: OMS

Mães que foram possíveis, muitas vezes sozinhas, em uma sociedade patriarcal que as responsabiliza por tudo. Sem rede de...
11/05/2025

Mães que foram possíveis, muitas vezes sozinhas, em uma sociedade patriarcal que as responsabiliza por tudo. Sem rede de apoio, sem a presença ativa de parceiros para dividir as funções e responsabilidades no desenvolvimento dos filhos.

Precisamos desconstruir o mito da mulher guerreira — aquela que, por amor, sempre dá conta de tudo e ainda sorri. Filhos devem ser responsabilidade do pai e da mãe, mas também da família, da comunidade, da sociedade e do Estado.

Sempre digo às minhas pacientes: seus filhos e filhas precisam de uma mãe feliz. E por “feliz”, refiro-me a uma mulher que possa ser quem quiser além da maternidade. Que faça suas escolhas sobre a profissão, seus momentos de lazer, praticar atividades físicas, estudar, namorar, descansar… Que possa existir para além do papel de mãe - sem culpas.

É por isso que o provérbio africano é tão certeiro ao afirmar: “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança.” A ideia punitiva de que “quem pariu os seus, que os embale” é um desserviço. Ela aprisiona mulheres em um único papel, como se a maternidade fosse sua única ou maior razão de ser.

Precisamos repensar a maternidade como algo natural, inato ou instintivo. Parentalidade deve ser compartilhada.

A psicanálise, nesse contexto, oferece um olhar mais real sobre a mãe — sem idealizações. Ela escuta essa mulher com sua história, seus traumas, suas vivências. E pergunta: como é possível olhar para sua vida para além da maternidade?

Feliz dia para as Mães!

Com carinho ♡
Marina Vidal

O texto “Construções na Análise”, de 1937, foi escrito por Freud supostamente como uma resposta à crítica de que o anali...
11/11/2024

O texto “Construções na Análise”, de 1937, foi escrito por Freud supostamente como uma resposta à crítica de que o analista sempre teria razão em suas interpretações sobre a fala do paciente.
Se o paciente diz “sim” à interpretação, o analista teria a confirmação de sua razão, e caso dissesse “não”, seria apenas um sinal de resistência à interpretação feita.

Não, o analista nem sempre tem razão. Se assim for, deixa-se de ouvir, perde-se dessa construção que Freud menciona no texto. A célebre analogia entre o trabalho do arqueólogo e do psicanalista mostra sua clara oposição nesse sentido.
O trabalho de construção, ou de reconstrução do arqueólogo escava uma moradia destruída e soterrada ou uma construção do passado - aí a semelhança ao trabalho do analista.

Como principal diferença entre os dois trabalhos, Freud diz que, para a Arqueologia, a reconstrução é o objetivo e o fim de seus esforços, e para a análise, a construção constitui apenas um trabalho preliminar.

Freud deixa claro neste texto que apenas o próprio curso do tratamento pode dar confirmações de que o caminho construído a quatro mãos está sendo bem fundamentado.

Esses foram os últimos anos de sua atividade intelectual e nessa época dedicou-se intensamente à elaboração de seu testamento clínico e teórico.

Com carinho ♡
Marina Vidal

FREUD, S. Fundamentos da Clínica Psicanalítica. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.

A vida é um estado no gerúndio permanente.Nunca somos definitivos, acabados. Não somos resultados de uma ação, não somos...
02/11/2024

A vida é um estado no gerúndio permanente.
Nunca somos definitivos, acabados.
Não somos resultados de uma ação, não somos particípios.
Somos gerúndios, estamos no processo da ação. Não cessamos de acontecer.
Estamos indo, caminhando, aprendendo. Com sorte, estamos ouvindo mais e falando menos.

Estamos aprendendo a ser mãe, pai, filho, filha. Aprendendo a ser amiga, irmã. Aprendendo a lidar com as coisas que não saíram conforme o planejado. Aprendendo a viver sem alguém que se foi e com as perdas. Lutos são gerúndios, lutos são lutas, passa-se por ele lutando, resistindo, gastando a dor. Até ir se tornando uma saudade.

Aprendendo a ser eu. Entendendo minha história. Responsabilizando-me pelo que me queixo. Apropriando-me de minha vida e de minhas escolhas.
Falando em primeira pessoa.

Estamos lidando, mudando, melhorando, às vezes escorregando, levantando. Por vezes, nos culpando, mas lembrando que é fazendo e também errando que a coisa vai se aprimorando.

Há tempo! Sim, há tempo de mudar o curso, a profissão, os hábitos. Hoje estou, não sou. Estou estando. Amanhã, não sei. Certezas sendo abandonadas vão abrindo espaço para ir olhando o mundo, o outro, novas e infinitas possibilidades. O gerúndio indica movimento, indica vida. Indica conversação com o Presente, o Passado e o Futuro.

Ah, o gerúndio! Já tive ranço dele, principalmente nas ligações de telemarketing.
Mas hoje é o meu “conjugar” favorito!

Com carinho ♡
Marina Vidal

Um psicanalista, um filósofo e um poeta entram em um bar…. E saiu coisa muito séria dali… Schopenhauer, filósofo carranc...
13/08/2024

Um psicanalista, um filósofo e um poeta entram em um bar…. E saiu coisa muito séria dali…

Schopenhauer, filósofo carrancudo começou a questão, cronologicamente falando. Nos diz que o ser humano está constantemente insatisfeito em um pêndulo que f**a entre a ânsia de ter e o tédio de possuir. “Entre os desejos e as realizações destes transcorre toda a vida humana”, diz ele.

Então Lacan, psicanalista cheio de aforismos, diz que "somos seres desejantes destinados à incompletude e é isso que nos faz caminhar”. O papo do bar, vai mais além, Lacan diz que se houvesse algo que satisfizesse o ser humano por completo, seria nossa finitude - kaput.

Vinícius, nosso grande poeta, complementa o papo do bar, e diz que “o sofrimento é o intervalo entre duas felicidades.” Aí sim, esquenta a conversa que já estava pra lá de boa. Vinho, cerveja e uísque? O que será que beberiam esses três para pensar sobre as ambivalências e alternâncias de sentimentos na vida?

Vida é movimento e o desejo é o motor da vida. Estamos sempre buscando as satisfações dos desejos, e quando as alcançamos, dois minutos depois ela se afasta novamente. Lá vamos nós, a planejar, a ansiar o alcance da nova satisfação - para que essa sensação se distancie mais uma vez e se transforme em tédio.

Caminhamos, dando sinal que estamos vivos, lidando com as frustrações e seguindo, criando novos propósitos de vida impulsionados pelo desejo.

O fim seria encerrar a conta e passar a régua - chegamos ao fim da discussão, estamos satisfeitos por completo. Mas acredito que o dono do bar deixou a conta em aberto. Uma discussão dessas merece mais uma rodada.

Com carinho ♡

Marina Vidal
Psicóloga
CRP 07/37839

Um livro sobre a potência da paixão, que penso se assemelhar ao ato de escrever - ainda mais a escrita de Annie Ernaux, ...
04/08/2024

Um livro sobre a potência da paixão, que penso se assemelhar ao ato de escrever - ainda mais a escrita de Annie Ernaux, que se desnuda, que é ousada, honesta e visceral.

O luxo de uma vida está em sentir e ser. É o que Annie Ernaux nos revela em apenas 61 páginas.

O poder da literatura é infinito, para dar nome aos sentimentos e angústias. Eu sinto que a literatura desconstrói, nos dá palavras e sentido às curiosidades e estranhezas de nossas emoções.

Só lendo Annie para experimentar uma escrita impregnada de uma sinceridade de quem escreve textos 'tranquilamente, impunemente, tamanha a certeza que temos de que ninguém vai ler'.

Com carinho ♡

Marina Vidal
Psicóloga
CRP 07/37839

No processo terapêutico, ao falar sobre si, conteúdos do inconsciente escapam durante a narrativa. As emoções vivenciada...
07/07/2024

No processo terapêutico, ao falar sobre si, conteúdos do inconsciente escapam durante a narrativa. As emoções vivenciadas no fato narrado voltam na mesma intensidade, mesmo já tendo passado muitos anos. O sentimento relacionado aos fatos seguem vivos, inalterados e atemporais.

Como disse Freud: “a voz do inconsciente é sutil, mas ela não descansa até ser ouvida”

Com carinho ♡

Marina Vidal
Psicóloga
CRP 07/37839

Com carinho ♡Marina VidalPsicólogaCRP 07/37839
19/05/2024

Com carinho ♡

Marina Vidal
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