20/04/2022
Sobre depressão
TRISTEZA OU DEPRESSÃO?
A tristeza é uma emoção que faz parte da vida e apresenta-se como um estado em que o ser humano tem falta de ânimo e insatisfação. A alegria encontra-se ausente.
Esse estado pode ter sido desencadeado por um fato que vai desde algum evento com o qual a pessoa não soube aceitar e/ou lidar até uma perda significativa como um rompimento de relacionamento ou perda por morte.
As pessoas são diferentes ao vivenciar os eventos. O que para algumas pessoas é algo suportável para outras poderá ser algo quase letal. Isso porque somos a interação de nossa genética, experiências, referências e vivências proporcionadas pelo nosso meio ambiente, a começar pela nossa família nuclear. E ainda somos o resultado do que fizemos de todas essas interações que nos perpassam.
Quando tivemos um evento que nos causou insatisfação, frustração ou tristeza é absolutamente natural que fiquemos TRISTES. É saudável! O sentimento está adequado. Podemos colocar um “ok” no item AFETO/HUMOR. Estamos coerentes com o que estamos vivenciando, sentindo e demonstrando.
E isso poderá parecer um pouco estranho em um mundo onde experimentamos uma ditadura da alegria. Estar alegre é bom? Sim, muito bom. Mas somente quando estamos mesmo nos sentindo dessa forma. Fingir estar em um estado emocional em que não estamos chega a ser uma agressão conosco mesmos.
O que deverá nos chamar a atenção é a persistência desse estado de TRISTEZA ou a desproporção desse sentimento em relação ao evento, mesmo considerando que somos diferentes e que reagimos diferentemente às situações. Aí podemos pensar em uma tristeza patológica.
Para um psicodiagnóstico adequado devemos descartar quaisquer condições orgânicas e/ou metabólicas como, por exemplo, o Hipotireoidismo que pode apresentar sintomas que poderão ser facilmente confundidos com sintomas estabelecidos como critérios para DEPRESSÃO.
Outra condição importante a ser considerada é com relação á medicação que o paciente utiliza para não confundir efeitos colaterais de substâncias com sintomas e correr o risco de um psicodiagnóstico equivocado. O que irá modificar completamente o prognóstico do paciente.
E caso o paciente preencha os critérios para DEPRESSÃO o uso de medicamentos será necessário? Depende de vários fatores que o profissional irá considerar.
Em alguns casos a Psicoterapia poderá “dar conta” dos sintomas e das causas. Em outros não e a medicação poderá ser uma importante aliada. Até para que a pessoa tenha mais ânimo para a própria terapia. E em casos extremos onde haja um comprometimento e prejuízos na vida funcional do paciente a medicação é imprescindível, como em casos de ideação suicida por exemplo.
A família é muito importante como um núcleo de apoio ao tratamento da DEPRESSÃO. Ainda hoje temos muito preconceito com relação a esse e outros transtornos mentais. E devemos combater esse preconceito porque depressão é coisa séria e merece respeito, apoio e tratamento.
Cristina Gonçalves