
15/08/2025
TRANSTORNO BIPOLAR?
Na clínica, costumo receber pedidos de ajuda de pessoas, que se apresentam já com o diagnóstico de Depressão. Mas, quem fez este diagnóstico? Ela mesma, a família, uma Médica Generalista, ou uma Psiquiatra?
Também tenho muito contato com este quadro apresentado por pessoas internadas em hospitais, e muito requisitada para ajudar aquela "deprimida" do leito X.
Mas, o que é a Depressão? Será quevocê está preparada para diagnosticar isto?
Olha a importância de uma anamnese super, mega, hiper bem realizada, para nos fornecer importantes informações sobre:
1) Sua depressão cicla com Mania ou Hipomania?
2) Seria então um Transtorno Bipolar do Tipo I, do Tipo II, ou Inespecífico?
3) Ou é um Transtorno ciclotímico?
Complicado né? Precisamos saber as diferenças diagnósticas, pois o tratamento a ser indicado muda completamente, assim como o prognóstico.
Não se sabe ainda a causa destes transtornos, mas sabe-se que há relação com hereditariedade, mudança de níveis de neurotransmissores, e, fatores psicossociais.
O pior, é que afetam pessoas muito jovens (mais comum até a 3ª década), e interferem sobremaneira, quando não são tratados adequadamente, a vida produtiva delas.
Geralmente o início se dá de forma aguda, e se reveza com fases de recaídas e remissões, de forma constante. A pessoa pode experimentar fases de Mania, com a autoestima muito inflada e fuga de ideias, pouca necessidade de sono, necessidade de atividades intensas, dentre outros sintomas.
Estas fases se alternam com episódios de Depressão, o que inclui o humor depressivo na maior parte do tempo, perda de energia, capacidade diminuída de se concentrar e pensar, e, riscos de suicídio, entre seus sintomas.
E a vida não é só terrível para a pessoa que sofre deste Transtorno: as que convivem com ela sofrem demais, principalmente por não saberem como lidar com isto!
O tratamento, sabemos que conjuga: psicoterapia e diversos medicamentos estabilizadores do humor, com controle constante da psiquiatra que acompanha, com você, este tratamento. O controle deste equilíbrio não é nada fácil, e a recorrência, infelizmente, é muito comum.
Você acha que seria capaz de realizar o diagnóstico correto deste transtorno?
Caso não, bora procurar mais informação, mais cursos, pois somos, muitas vezes, procuradas para ajudar pessoas que apresentam o que possa parecer mera depressão, e não o é!
Um Abraço,
Maria Alice Lustosa, PhD
CRP: 05/1719