21/06/2025
Podemos afirmar categoricamente que já ouvimos esta frase em grande parte das aulas que demos.
🔸Sempre é dita por pessoas de minorias sociais das mais diversas. Negras, LGBs, trans, pobres. Pessoas que não se veem em quem leciona para elas, nos exemplos dados e nos livros e artigos estudados. Pessoas que se perguntam se é possível que sejamos tão rasos assim em nossa visão de mundo e decidem que apenas não querem ou não conseguem fazer parte disso.
🔸A TCC é uma psicoterapia que parte da premissa da prática baseada em evidências, o que pressupõe um compromisso inquebrável com a ciência. E a boa ciência se alimenta não só de rigor científico, mas de criatividade, curiosidade, de novas perguntas. E novas perguntas partem não só do desejo de inovar, mas de visões e lugares de mundo diferentes. Cada pessoa que nos questiona faz perguntas difíceis que dariam pesquisas inteiras que se tornariam artigos, capítulos e práticas clínicas mais sofisticadas e efetivas. O problema é que é difícil demais se manter num lugar que não foi feito para você e não se preocupa em abrir as portas.
⚠️ Quando não temos uma TCC diversa, a nossa pesquisa sofre. Usando palavras mais duras, a TCC se torna mais medíocre, muito aquém do que pode ser. Porque esses cérebros estão em fuga da nossa abordagem e indo contribuir com o aprofundamento teórico e prático de outros espaços. Sim, aqui somos 4 pessoas contribuindo, mas não podemos nos conformar. Quatro é pouco. Temos que ser mais. Poderíamos ser muitos mais. Às pessoas que nos abandonam, esperamos que consigam ficar e contribuir com suas ideias, tão originais e necessárias para que a ciência ande. E a quem ocupa espaços de produção de conhecimento: já passou da hora de nos responsabilizarmos por não deixar essa galera ir embora. É parte do nosso compromisso com uma ciência melhor.
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