15/07/2025
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Muitas vezes, o que se manifesta na superfície da nossa vida — angústias, sintomas físicos, crises emocionais — é apenas o eco de algo muito mais profundo e antigo. Na psicanálise, compreendemos que o sintoma não é o inimigo, mas um mensageiro. Ele carrega em si um significado oculto, uma verdade que foi reprimida, esquecida ou silenciada dentro do inconsciente. E enquanto essa dimensão interior permanece negligenciada, o sintoma ganha força, ocupa espaço, pede atenção — como um ator solitário gritando no palco da nossa existência.
Mas algo poderoso acontece quando nos voltamos para dentro. Ao permitir que o inconsciente fale — por meio da escuta, da análise, da presença de alguém que não julga, mas acolhe — abrimos um caminho de reconexão com partes perdidas de nós mesmos. Então, pouco a pouco, a dor encontra palavras, o caos encontra sentido, e o sintoma, tendo cumprido sua função, pode se retirar. Ele não precisa mais se apresentar com tanto alarde.
O palco se transforma. De espaço de sofrimento, ele passa a ser um cenário de reencontro, de autenticidade, de liberdade. Nesse processo, o sujeito deixa de ser refém de seus conflitos ocultos e se torna protagonista de sua própria história. É aí que a verdadeira transformação começa.