21/05/2025
As Malformações Arteriovenosas (MAVs) na infância são anomalias raras e complexas, em que artérias e veias se conectam de forma anormal, sem a presença dos capilares que regulam o fluxo sanguíneo. Essa falha na arquitetura vascular pode causar um fluxo acelerado e desorganizado de sangue, gerando riscos graves, como hemorragias cerebrais, convulsões e déficit neurológico, mesmo em crianças sem sintomas prévios.
Existem diferentes tipos de MAVs na infância. As mais comuns são as MAVs compactas, em que há um ninho bem delimitado de vasos anômalos. Já as MAVs difusas têm vasos dispersos pelo tecido cerebral, o que torna o tratamento mais desafiador. Há também formas raras, como as fístulas arteriovenosas durais congênitas, que afetam as membranas que recobrem o cérebro, e as veias de Galeno dilatadas, uma condição grave que pode se manifestar ainda nos primeiros meses de vida com sintomas cardíacos e neurológicos.
O diagnóstico precoce e preciso, geralmente feito por exames como angiorressonância ou angiografia cerebral, é essencial para definir o melhor tratamento — que pode incluir cirurgia, embolização endovascular ou radiocirurgia, a depender do tipo, tamanho e localização da MAV. Informar e tranquilizar os pais faz parte do nosso papel, mostrando que com os avanços da neurocirurgia pediátrica, hoje é possível oferecer intervenções cada vez mais seguras e personalizadas.