14/10/2025
Imagine descobrir o risco de desenvolver diabetes tipo 1 antes mesmo que os sintomas apareçam. Isso já é possível. Estudos recentes mostram que te**es genéticos conseguem identificar crianças e adultos com maior predisposição, permitindo um acompanhamento mais próximo e, em alguns casos, intervenções capazes de retardar o início da doença.
O teplizumabe, por exemplo, uma terapia aprovada nos EUA, pode adiar o aparecimento do diabetes tipo 1 por até três anos, dando tempo precioso para preservar a função do pâncreas e evitar emergências graves como a cetoacidose. E o mais promissor: essa abordagem pode mudar completamente o modo como pensamos o diagnóstico de algo reativo para algo preventivo.
Esses avanços se apoiam em décadas de pesquisa sobre os genes relacionados ao sistema imunológico, especialmente o complexo HLA, que influencia a resposta autoimune do corpo. Com isso, surge a possibilidade de criar programas de triagem genética em recém-nascidos, como já se discute em países da Europa, para identificar quem está em risco antes mesmo de apresentar alterações glicêmicas. Isso abre caminho para um novo modelo de atenção à saúde, baseado na prevenção e na medicina de precisão e não apenas no tratamento de complicações já instaladas.
Ainda há desafios: os te**es genéticos disponíveis foram desenvolvidos com base em populações europeias, o que limita sua precisão em outros grupos étnicos. Além disso, ainda se discute como aplicar essa triagem em larga escala e como lidar com os resultados em bebês e famílias.
Mesmo assim, o caminho é claro: a endocrinologia está migrando da cura impossível para a prevenção personalizada. Cada avanço nos aproxima de um cenário em que o diabetes tipo 1 poderá ser previsto e, talvez, evitado.
📖 Fonte: Scientific American, novembro de 2025 – “Diagnosing Type 1 Diabetes before Symptoms Strike”