Aline Pancieri Yoga

Aline Pancieri Yoga O objetivo dessa página é conectar, fazer pontes, e tornar acessível o conhecimento milenar do Yo

02/09/2025
Para um processo de análise caminhar existem algumas prerrogativas:É preciso que o analisante deseje o processo e, além ...
25/08/2025

Para um processo de análise caminhar existem algumas prerrogativas:

É preciso que o analisante deseje o processo e, além disso, realmente busque falar tudo que lhe vem à mente;

Ao analista cabe se desfazer do seu a priori, de qualquer ímpeto de antecipação;

Ao analista também cabe sustentar uma atenção flutuante, de modo a escutar tanto a história contada quanto aquilo que ficou de fora dela.

Nenhum tratamento clínico se assemelha ao outro, pois cada transferência é singular.

Cada analisante, por meio da sua demanda singular, modela o analista.

Cada clinicando inventa um lugar ao analista.

Cada analisante convoca o analista a desempenhar um certo papel.


para a realidade do inconsciente não existe tal coisa como “perder tempo”.para o nosso soma-psique mais problemático é o...
18/08/2025

para a realidade do inconsciente não existe tal coisa como “perder tempo”.

para o nosso soma-psique mais problemático é o medo de perder tempo e o efeitos disso em nós.

não querer perder tempo pode com frequência nos levar a atropelar processos, queimar etapas, dar passagem ao ato precocemente.

em geral, aceleramos com receio de que podemos potencialmente perder algo ou para evitar que isso aconteça.

mas é justamente a aceleração que provoca uma sensação de perda.

tentar não perder tempo algum é justamente o que provoca a sensação de perder tempo.

aceleração traz impulsividade e o que seria a impulsividade? justamente a perda da relação com o tempo.

ao acelerar nos desgarramos do tempo, ou do contato do tempo.

é preciso ter tempo para se relacionar com o tempo.

ambivalências e composições entre as psicanálises e as esquizoanálises:o real corta mas também multiplica.o inconsciente...
14/08/2025

ambivalências e composições entre as psicanálises e as esquizoanálises:

o real corta mas também multiplica.

o inconsciente repete mas também produz diferença.

o inconsciente guarda marcas mas também cria incessantemente.

o inconsciente faz sinestesia com o tempo: passado, presente e futuro se condensam, alongam e torcem.

o desejo se liga a objetos, mas não se reduz a eles.

o desejo é força produtiva, ainda que possa se mover por alguma ausência.

o desejo é forjado pela família porém mais ainda pelo campo social.

o desejo não busca ser preenchido, mas seguir em movimento.


mitos capitalísticos neoliberais: autossuficiência, méritocracia e livre arbítrio. o neoliberalismo instaura a falácia d...
11/08/2025

mitos capitalísticos neoliberais: autossuficiência, méritocracia e livre arbítrio. o neoliberalismo instaura a falácia do “american dream”, do “yes, we can”, como se o livre arbítrio, a meritocracia e o esforço pessoal pudessem dar conta de tudo.

entretanto, para spinoza o livre arbítrio não existe, pois na maior parte do tempo desconhecemos as causas exteriores que nos determinam a agir. spinoza nos fala que ninguém é autossuficiente: somos seres compostos e a nossa potência é sempre em relação. a psicanálise também sublinha a nossa fragilidade: nossa vida só vinga pois há um outro que nos cuida.

apesar de não sermos autossuficientes podemos desfrutar de momentos de solidão.
uma solidão que não é absoluta, que é povoada por outros entes. e, ainda assim, desfrutar da solidão só é possível quando sabemos como é estar junto. ficar sozinho só é possível quando não se ficou sozinho antes. a solidão só pode ser sustentada por quem já fez vínculo.


Pistas para uma esquizonálise:1. A esquizoanálise é uma abordagem teórico e prática que busca pensar e trabalhar os proc...
07/08/2025

Pistas para uma esquizonálise:

1. A esquizoanálise é uma abordagem teórico e prática que busca pensar e trabalhar os processos de subjetivações, o desejo e o inconsciente de um jeito não estruturalista, mas não só isso.

2. A esquizoanálise é uma ética de afirmação da vida e do desejo. Essa ética extrapola a clínica em si e nos ajuda a pensar no campo social. Quais são as capturas em jogo? Como não ser cooptado por elas? Como seguir afirmando a vida apesar do horror do mundo?

3. A esquizoanálise não é uma anti psicanálise, ao contrário. Trata-se muito mais de uma expansão do que uma contraposição. Deleuze foi um grande leitor de Freud, Lacan e Melanie Klein. Guattari foi analisando do Lacan.

4. A proposta de Deleuze e Guattari é fazer uma psicanálise sem interpretação. E como isso é possível? Através da cartografia. Nos interessa mais captar as linhas de força e perceber os movimentos que surgem no processo terapêutico.

5. Fazer uma genealogia da história de vida do sujeito é importante mas não é tudo. Não se trata de revelar o que está escondido, oculto, mas mapear o diagrama de forças do agora. Como fazer circular aquilo que trava?

6. Menos interpretação, mais experimentação. Mobilizar o olhar, abrir outros caminhos possíveis. Um sujeito não só fantasia, mas produz conexões no real. Ou seja, o real não está no plano do impossível, mas da composição e dos agenciamentos.

7. O desejo não é faltoso. O desejo é abertura, é potência que move a vida. A tarefa do esquizoanalista na clínica é colocar o desejo em movimento de experimentação. Para Deleuze e Guattari o desejo só funciona via conexão, se acoplando e se aliando.

8. Édipo não é universal, mas uma produção específica do inconsciente, em certas sociedades e culturas. Nem tudo é sobre Édipo. A esquizoanálise denuncia o capitalismo como produtor dos fantasmas que aprisionam o desejo. Como dizem Deleuze e Guattari: “uma criança não br**ca apenas de papai e mamãe”.

Deseja começar um processo terapêutico com essa abordagem? Mais informações pelo link na bio ou dm.


É intuição ou paranoia? Essa frase tão corriqueira no senso comum deflagra um certo jeito de pensar a intuição como algo...
04/08/2025

É intuição ou paranoia?

Essa frase tão corriqueira no senso comum deflagra um certo jeito de pensar a intuição como algo duvidoso, nebuloso, místico. Entretanto, para Spinoza a intuição é justamente a certeza do saber.

No escólio 2 da produção 40 da Ética II, nosso filósofo fala da ciência da intuição enquanto terceiro gênero do conhecimento. Sim, para Spinoza a intuição não é só um pressentimento, um sinal, mas uma ciência propriamente. E uma ciência é uma forma de conhecer a vida. Ao lado da imaginação e da racionalidade, Spinoza coloca a intuição como o gênero mais refinado de conhecimento, torcendo o senso comum. Aqui apenas sabemos, de modo certeiro, o que extrapola a racionalidade e a consciência.

Saber pela intuição é saber que se sabe, ainda que não seja possível explicar como isso acontece. É quando realizamos algo, simplesmente temos a convicção, a segurança da certeza do saber. E isso acontece quando nos conectamos com a essência das coisas, conhecendo as suas causas. Tal como um velejador que conhece a direção dos ventos, um surfista que sabe como entrar na onda, uma dançarina que se move no ritmo perfeito.

O conhecimento intuitivo para Espinosa tem a ver com o sentir, sentir o modo como nos afetamos afeto, se nos afetamos bem ou mal e buscar nos afetarmos cada vez melhor. É conhecer pela ideia do corpo, sem mediações.


se sentir escutada é umdos atos mais liberta-dores que existem.se sentir escutada é um ato de reconhecimento duplo: pelo...
30/07/2025

se sentir escutada é um
dos atos mais liberta-dores que existem.

se sentir escutada é um ato de reconhecimento duplo: pelo outro e por si, ao mesmo tempo.

na escuta há elo, ponte, conexão.

escutar alguém é algo muito mais complexo que ser um repositório das suas angústias.

escutar é alguém criar um pedaço de imanência, é legitimar a experiência, o que passa ao largo do binômio verdade-mentira.

se é importante para o sujeito, já é suficientemente verdadeiro.

não há uma imposição de uma verdade pretensamente universal, ou da verdade do receptor da escuta.

há uma ética na escuta: na superfície do escutar quem fala se autoriza.

se sentir escutada é poder romper com os estereótipos, patologizações e saberes-poderes.


a distopia que vivemos hoje é efeito da somatopolítica do capital. a alienação presente em certos modos de vida atuais e...
28/07/2025

a distopia que vivemos hoje é efeito da somatopolítica do capital. a alienação presente em certos modos de vida atuais está fundada no impedimento do acesso ao corpo. um indivíduo forjado em meio a saberes que o desvinculam do corpo, e, portanto, do desejo, serve mais facilmente à lógica do capital. o uso que se faz da corporeidade não é algo que se esgota na esfera individual, mas produz efeitos em todo o campo social.

há uma relação intrínseca entre a devastação da terra e o rebaixamento do corpo. alienígena é o antônimo de indígena. um alienígena ou alienado é alguém destituído da sua relação com a terra, sem vínculo com o território. trata-se de alguém que perdeu a sua conexão imediata com a vida. sem elo com a natureza, com os ciclos da vida e com a ancestralidade, resta ao homem fálico descorporificado um comportamento insustentável de degradação do planeta.


biologia e biografia são inseparáveis. do mesmo modo, não se pode separar mente e corpo, nem tampouco mente e cérebro - ...
24/07/2025

biologia e biografia são inseparáveis. do mesmo modo, não se pode separar mente e corpo, nem tampouco mente e cérebro - o qual está contido no corpo.

é um erro conceber o cérebro exclusivamente a partir da perspectiva bioquímica, pois isso é desconsiderar o elemento humano. o ponto de vista centrado na genética, na maior parte das vezes, ignora a história do sujeito
os acontecimentos pessoais e sociais são filtrados pela mente e moldam o corpo.
“o cérebro é um órgão histórico”, como diz
bruce perry. sua fisiologia é um produto da vida, a partir de cada história, movimento e contexto.

a crença de que de fato existe um livre arbítrio, ou seja, de que o sujeito é absolutamente livre para se auto determinar, ignora quais causas externas o levaram à uma determinada ação.

é a partir do que fui que estou sendo. é a partir do que aconteceu comigo e do que pude fazer com isso que estou aqui agora.


Somos uma unidade somatopsíquica. E apesar de sermos uma unidade, somos também uma multiplicidade. A linguagem, a motric...
22/07/2025

Somos uma unidade somatopsíquica. E apesar de sermos uma unidade, somos também uma multiplicidade.

A linguagem, a motricidade e os afetos se interpenetram. Você já percebeu como o uso da linguagem verbal afeta a sua corporeidade como um todo? Uma boa conversa pode evocar uma sensação de suavidade. Uma boa sessão de psicoterapia também pode produzir uma série de afetos e modulações corporais.

Entretanto, você já parou para pensar que o contrário também pode acontecer? Na psicoterapia somática entendemos que o trabalho com a musculatura de um
paciente produz efeitos reais em seu psiquismo. Reich (1984) foi um dos precursores ao dizer isso, apontando que “toda rigidez muscular contém a história e o significado de sua origem.”

Há uma correlação entre afeto e musculatura, um vai e vem aferente e eferente que fala do modo como percebemos o mundo e como nos organizamos para agir. Um padrão afetivo não se dá dentro da nossa cabeça, mas envolve o nosso corpo inteiramente, se expressando em uma certa ação no mundo. E para agir sempre fazemos um gesto, ainda que apático.

Como seria pensar em todos os nossos tecidos marcados por um certo padrão afetivo? Como seria pensar que um certo padrão envolve não só uma camada neural, mas também uma camada muscular e uma camada visceral?

Por exemplo, o momento em que uma certa criança aprende a andar pode estar marcado por um ressentimento na chegada de um irmão mais novo, e esse fato pode marcar o seu jeito de andar, trazendo certas qualidades específicas.


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