17/08/2020
A grande dúvida de muitos pacientes que me acompanham ou me procuram para uma consulta, é: “Dr, como a Ortomolecular pode ajudar no meu tratamento psiquiátrico?”
Os transtornos psiquiátricos, são transtornos do comportamento que são reflexo de um desequilíbrio químico, prejuízo das conexões neurais e morte neuronal.
Essas alterações no sistema nervoso central, podem ser decorrentes de uma série de fatores. Por este motivo, as doenças psiquiátricas são multifatoriais.
Sabe-se há décadas que a Ortomolecular é capaz de modular a síntese de neurotransmissores (serotonina, noradrenalina, dopamina, GABA, etc), através da reposição de vitaminas, minerais e aminoácidos.
Na última década, ficou consagrado o conceito de que a inflamação crônica subclínica (ICS) à nível de Sistema Nervoso Central é capaz de provocar desequilibro neuronal, atuando como importante fator prejudicial à saúde mental. A ICS é consequência sobretudo dos maus hábitos de vida, como dieta pró inflamatória (rica em refinados e industrializados), estresse crônico, obesidade, sedentarismo, consumo de álcool e tabagismo.
Um novo conceito recentemente revelado foi sobre importância de alguns hormônios considerados “Neuroesteróides” (DHEA, Testosterona, Estradiol, Progesterona, Pregnenolona, etc), uma vez que influenciam diretamente no comportamento humano.
Outra achado recente é sobre intoxicação por poluentes do meio ambiente (Bisfenol A, mercúrio, alumínio, chumbo, etc) e a descoberta sobre a conexão cérebro-microbioma intestinal. Sobre este último, entende-se que um desequilibrio nas bactérias colonizadoras do intestino, pode gerar alteração do comportamento, uma vez que o intestino possui papel fundamental na produção de 80% de nossos neurotransmissores.
Sendo assim, a pergunta é: Classicamente, os transtornos psiquiátricos são tratados com psicofármacos e realmente são de grande valia! Mas as doenças são multifatoriais. Por que não ampliar a abordagem? A ortomolecular é muito útil também nos casos crônicos com baixa resposta ao tratamento convencional ou nos pacientes estáveis há algum tempo e que desejam fazer o desmame das medicações...
Dr. Rafael Braga
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