20/11/2021
Ainda que as intenções possam ser boas, quando deixamos de falar abertamente com nossos filhos sobre a desigualdade racial em nossa sociedade, de fato contribuímos para o desenvolvimento de seus preconceitos raciais. Desde bebê, a criança precisa saber que existem pessoas diferentes e como lidar com elas. Os detalhes da conversa vão variar conforme a idade, a identidade racial e o contexto social do seu filho, mas há várias coisas que todos os adultos podem fazer. A primeira coisa é não silenciar. O diálogo é o caminho. Explique que existem pessoas que tratam mal outras pessoas só por causa da cor da pele ou de características físicas, que há injustiças no mundo e que é responsabilidade de cada um mudar esse cenário. Quando a criança repercute uma fala ra***ta, independente da idade dela, não pode ser relevado, devemos explicar que é errado, que aquele comportamento é inadmissível. Outro ponto importante, é empoderar a criança negra, por isso é de extrema importância, incentivá-la a gostar de si mesmo e a se enxergar como uma pessoa negra, para que ela saiba que o padrão estético dela é valorizado em casa. No entanto, mesmo tomando todo o cuidado, dialogando e agindo contra a discriminação, o racismo não vai sumir do dia para a noite. O tema é dolorido e as conversas não são fáceis, mas precisa ser discutido urgentemente, e as maneiras de inclui-lo no cotidiano vão variar conforme o contexto familiar de cada um. Existem mais perguntas do que respostas, mas precisamos dessa reflexão. As crianças são a solução para enfrentar o racismo, mas é com os adultos que mudamos as crianças.