28/05/2025
Na psicologia junguiana, a repetição de padrões emocionais e relacionais é compreendida como manifestação de complexos autônomos, que são núcleos psíquicos inconscientes carregados de afetividade, que atuam de forma independente da vontade consciente.
Esses complexos se originam, em geral, de experiências precoces que não puderam ser simbolizadas ou integradas. Ao permanecerem dissociados da consciência, eles se ativam sempre que o sujeito se depara com uma situação que ressoa com aquele conteúdo emocional primitivo.
Isso explica por que certas escolhas, reações ou vínculos se repetem, mesmo quando há consciência do dano que provocam.
Para Jung, aquilo que não se torna consciente retorna como destino.
Ou seja, o que não é elaborado psiquicamente tende a se repetir como acontecimento externo ou compulsão interna.
O padrão não é mero acaso, é a linguagem simbólica da psique.
Ele retorna como um sintoma relacional que carrega uma mensagem: algo dentro de nós ainda espera por escuta, acolhimento e integração.
Romper com a repetição, portanto, não é uma questão de força de vontade, mas de ampliação da consciência. Exige a disposição para olhar para a história pessoal, acolher as imagens que emergem do inconsciente e escutar a função simbólica do sofrimento.
É nesse sentido que o trabalho analítico se torna fundamental: oferecer espaço e linguagem para que o que se repete deixe de ser destino e possa tornar-se escolha.
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