13/09/2025
TOD, O QUE É E COMO LIDAR
TOD, Transtorno Opositor Desafiador, é um distúrbio psiquiátrico que se manifesta na infância, na adolescência e pode se estender até a idade adulta. Ele se caracteriza por um padrão persistente de mau humor, irritabilidade, hostilidade, teimosia e comportamentos desafiadores, especialmente em relação a figuras de autoridade como pais e professores.
🚨 ATENÇÃO!
O TOD é bem diferente das birras comuns ou da oposição característica da idade, pois os comportamentos são mais intensos, frequentes e duradouros, causando problemas graves nas relações familiares, sociais e escolares.
SINTOMAS DO TOD
Para o diagnóstico, é necessário que a criança ou adolescente apresente um padrão de comportamento com os seguintes sintomas, por pelo menos SEIS MESES:
1. Perder a calma ou ter acessos de raiva com frequência.
2. Ser sensível e facilmente incomodado ou aborrecido pelos outros.
3. Ser rancoroso e vingativo.
4. Discutir com adultos e figuras de autoridade.
5. Desafiar ativamente ou se recusar a seguir regras e pedidos.
6. Importunar ou irritar pessoas de forma deliberada.
7. Culpar os outros por seus próprios erros ou mau comportamento.
COMO O TOD É DIAGNOSTICADO
O diagnóstico é realizado por um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra infantil, por meio da avaliação dos sintomas e do histórico do paciente. O especialista analisa a frequência, a intensidade e a duração dos comportamentos, para diferenciá-los de atitudes de oposição típicas do desenvolvimento infantil.
TRATAMENTO E MANEJO DO TOD
O tratamento envolve TERAPIAS para desenvolver habilidades sociais, habilidades para controlar a raiva e lidar com a frustração, INTERVENÇÃO FAMILIAR que inclui orientação aos pais e cuidadores sobre como estabelecer regras e limites e também como usar o reforço positivo e evitar confrontos, além de MEDICAÇÃO, em casos de comorbidades como o TDAH.
COMO LIDAR COM O TOD/ TEA/ TDAH EM CASA
1. COMUNICAÇÃO CLARA E CALMA:
Mantenha um tom de voz tranquilo e use linguagem objetiva ao dar instruções e estabelecer regras.
2. DEFINIÇÃO DE LIMITES:
Estabeleça limites claros e consistentes, ajudando a criança a entender o que é esperado dela e quais são as consequências do mau comportamento.
3. REFORÇO POSITIVO:
Elogie e recompense o comportamento positivo da criança de forma enfática e clara para motivá-la a continuar agindo de maneira adequada.
4. SER UM EXEMPLO:
Os adultos servem de modelo para as crianças, por isso, demonstre comportamentos respeitosos e evite agressividade e palavras rudes no ambiente familiar ou no ambiente social. Isto educa, ajuda a motivar um comportamento mais adequando, afinal aprendemos por repetição.
DURANTE A CRISE
1. MANTENHA A CALMA:
Não adianta reagir punindo a criança, batendo ou xingando.
Reagir de forma agressiva durante uma crise só intensifica o conflito; procure manter a calma para evitar que a agressividade aumente.
2. DIALOGUE COM RESPEITO:
Tente entender a raiz do comportamento, usando diálogo firme e respeitoso, em vez de argumentos ou punição imediata.
3. NÃO DISCUTA COM A CRIANÇA:
Evite discutir com a criança durante uma crise, pois isso pode desgastar a relação e não ser produtivo.
4. APOIO E TRATAMENTO
👉Rede de Apoio Familiar:
Não adianta levar a criança para a terapia e depois retornar com ela para casa onde a família permanece o tempo todo em desorganização, conflitos, brigas e confusão. As terapias não tratam apenas a criança, mas sim todos os envolvidos, isto inclui família, pais, cuidadores!!!
Converse com outros familiares para alinhar as estratégias de manejo do TOD, garantindo que todos atuem de forma consistente.
5. BUSQUE AJUDA PROFISSIONAL
O tratamento pode incluir terapias para desenvolver habilidades sociais e de comunicação, além de terapia familiar para orientar os pais e cuidadores.
6. TRATAMENTO DAS COMORBIDADES
Investigue e trate outras condições que possam estar presentes, como o Transtorno do Espectro Autista e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), pois isso pode melhorar o prognóstico do TOD.
O QUE EVITAR
1. EVITE REAÇÕES AGRESSIVAS OU PUNIÇÕES DESPROPORCIONAIS durante uma crise, o que pode gerar mais desgaste e conflito.
2. EVITE FALTA DE CONSISTÊNCIA NAS REGRAS e na aplicação das consequências.
3. EVITE IGNORAR OS SINTOMAS E O COMPORTAMENTO NA INFÂNCIA, pois o tratamento precoce é crucial para evitar a persistência dos comportamentos na vida adulta.
Psicóloga Glauce Gama
CRP 05/44602