17/01/2024
Cada vez mais, ao perguntar a pacientes o que estão usando, recebo listas gigantescas de “suplementos”, dos mais variados tipos: CoenzimaQ10, omegas, probióticos variados, fórmulas com várias ervas, poli vitamínicos múltiplos, cúrcuma, óleos variados, e mais uma lista gigante. Percebo que há sempre os suplementos “da moda”, que muitos usam em anos específicos e depois caem em esquecimento.
👉É interessante notar que alguns desses pacientes dizem “não gostar de usar remedio”, mas usam essa infinidade de comprimidos diários sem qualquer preocupação.
👉Nesse sentido, pergunto: “para que tanto suplemento?”. “Você sabe por que está usando isso?”. E a grande maioria não sabe, além de comentários genéricos sobre “é bom para imunidade”, ou memória, ou “coração, ou algo do gênero. Alguns deles podem ter benefícios em cenários específicos ou serem promissores em algumas áreas, mas a a maioria das vezes o que vejo é apenas um uso indiscriminado.
👉Muitos, mesmo sabendo não existir comprovação, dizem gostar pois “mal não faz”, mas até essa lógica pode ser desafiada. Substancias misturadas podem ter interações e tudo que usamos pode ter efeitos adversos, mesmo que raros ou em doses altas: cúrcuma pode ter efeito anticoagulante leve, ômega 3 está associado a fibrilação atrial, probióticos podem ter contaminantes que geram infecção, vitaminas em excesso tem colaterais, ervas podem ser hepato ou nefrotóxicas (caso do chá verde, noz da Índia, entre outras) e assim por diante.
👉Claro que medicações de prescrição também tem colaterais, mas esses podem ser mais previstos, e em geral existe mais cautela no uso de várias em conjunto (o que é bom); assim, o importante é entender que na maioria das vezes “menos é mais”. Ao invés de usar uma infinidade de substâncias sem qualquer comprovação, com a ideia de que não são medicamentos, é importante entender individualmente quais sao suas queixas e necessidades clínicas e utilizar (caso necessário) aquelas medicações que realmente terão inpacto. Usar substâncias em excesso, sem necessidade não é bom, nem para sua saúde e nem para o bolso, e não é o fato de uma substância não ser vendida em farmácia com bula que muda essa lógica!
Via Dr. Bruno Halpern