02/09/2025
O tempo de exposição a telas digitais vem crescendo de forma acelerada e já preocupa autoridades de saúde em todo o mundo. Smartphones, tablets, computadores e televisores se tornaram parte do cotidiano, mas seu uso excessivo está associado a uma série de impactos negativos para a saúde física e mental.
Um estudo recente do CDC, nos Estados Unidos, revelou que mais da metade dos adolescentes entre 12 e 17 anos passa quatro horas ou mais por dia diante das telas. Nesse grupo, 27,1% apresentaram sintomas de ansiedade e 25,9% relataram sinais de depressão. No Brasil, a situação também é preocupante: pesquisas apontam que crianças que ficam mais de duas horas diárias conectadas têm menor probabilidade de alcançar marcos fundamentais do desenvolvimento. O uso precoce, antes dos dois anos de idade, foi associado à pior qualidade do sono, atraso cognitivo e dificuldades emocionais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também emitiu alertas: a proporção de adolescentes que utilizam redes sociais de forma problemática, com sinais de dependência digital, aumentou de 7% em 2018 para 11% em 2022. Além disso, os impactos físicos não podem ser ignorados. Um levantamento global, que envolveu mais de 300 mil crianças, demonstrou que cada hora extra diante das telas eleva em média 21% o risco de desenvolver miopia. A projeção é alarmante: até 2050, 40% das crianças no mundo podem ser míopes.
Os efeitos variam conforme a faixa etária. Em pré-escolares, até cinco anos, há risco elevado de atraso na linguagem e prejuízos no desenvolvimento cognitivo. A recomendação da OMS é que o tempo de tela nessa fase seja limitado a, no máximo, uma hora por dia, sempre com conteúdos educativos e de qualidade. Já na adolescência, o uso excessivo está fortemente associado à ansiedade, depressão, distúrbios do sono e sintomas de estresse.
Os reflexos também chegam ao Sistema Único de Saúde (SUS). A demanda por atendimentos relacionados a transtornos emocionais e de comportamento, problemas visuais e dificuldades no desenvolvimento infantil tende a aumentar, pressionando ainda mais os serviços públicos.
Fontes: Centers for Disease Control and Prevention; Organização Mundial da Saúde.