13/10/2021
Muito obrigada
por não resumir, um assunto tão importante que muitas pessoas vivem no seu dia a dia e muitas não se dão conta.
Vale muito a pena a leitura, vale muito a pena assistir a minissérie.
MAID
(Martha Medeiros)
Não resumirei superficialmente a série Maid, da Netflix. O que importa é que é urgente assisti-la, ainda mais se você é mulher. Os 10 episódios, com cerca de 50 minutos cada um, foi a terapia que me valeu na vida. Levei 60 anos para esclarecer zonas nebulosas dentro de mim. Você pode levar menos tempo.
Maid é sobre abuso. Nem físico, nem sexual. O assunto é mais entranhado. A personagem principal, Alex (Margaret Qualley), tem 25 anos e sofre abuso psicológico. Não o assédio moral, tão comum em relações de trabalho, e sim a violência emocional que acontece entre pessoas do círculo íntimo. Dentro da família e dentro de casamentos.
É sobre feridas que não ficam visíveis através de hematomas. Que são abertas na alma e sulcadas lentamente, dia após dia, sem chance de cicatrização, e tão triviais se tornam que a gente acaba se acostumando, achando que é assim mesmo, faz parte da vida.
Não é sobre paixão, esta palavra romântica usada para justificar desatinos. A mãe de Alex (vivida por Andie MacDowell, que é mãe mesmo de Margaret Qualley) também sofre abusos de seus parceiros, mas prefere se autoenganar, acreditando que eles fazem isso por amor. Tão mais conveniente. Não obriga ninguém a fugir. Mas a alienação cobra seu preço: pira.
Maid é sobre cortar o laço com a dor psíquica. É sobre ter coragem de se afastar em definitivo de quem nos faz mal.
Não é sobre o que eles fazem, mas sobre como nos sentimos. Se nos sentimos diminuídas,acuadas,fragilizadas, presas, impotentes, estamos sofrendo agressão emocional, e nesse aspecto a atuação de Margaret Qualley é perfeita. Só de olhar para ela, reconhecemos o dano. Sua coragem para interromper o ciclo e ir em busca de sua integridade é inspiradora e comovente.
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