O Transbrincantes oferece um espaço de acompanhamento Educacional e Clínico, desde a gestação até a fase de Idoso, através das propostas da TransPsicomotricidade.
Um espaço lúdico e acolhedor, onde cada sujeito possa partilhar de experiências livre-expressivas resgatando ou realizando uma caminhada livre de grandes entraves à potência plena de Ser!
As matrizes da Psicomotricidade de base Complexa – Transpsicomotricidade - desenvolvidas por Eduardo Costa e Martha Lovisaro, junto à Universidade do Estado do Rio de Janeiro, se baseiam na Compreensão Complexa da Espiral do Desenvolvimento, em seus aspectos Individuais e Intersubjetivos, a partir da Ação. Suas práticas se sustentam a partir de metodologias livre-expressivas em prol da construção/evolução da unidade psicomotora do sujeito/criança, plenamente consciente da própria potência e da necessária solidariedade que exige nossa vida em coletividade planetária.
Compreensão Complexa
Trata-se de buscar religar saberes para ampliar o olhar sobre os fenômenos do desenvolvimento, compreendendo melhor aspectos sistêmicos e históricos.Em linhas gerais, tentar “olhar”, simultaneamente, aspectos afetivos, cognitivos, sócio-culturais, biológicos e econômicos. Sem acreditar que seja suficiente uma leitura unívoca e linear de causa e efeito.É preciso contextualizar nossa percepção da realidade, sempre sensíveis às mutações ao longo do tempo.Os exames clínico-laboratoriais não detectam a motivação e as alegrias da superação. É preciso conjugar esforços para compreender fenômenos complexos como o ser humano.
Espiral do Desenvolvimento
Compreendemos que para a construção de uma nova aprendizagem/adaptação, são necessários interações vivenciadas e maturações orgânicas anteriores, que são evocados para que possamos avançar, contudo, simultaneamente, é preciso uma relação sólida de confiança com um outro humano, que nos sustenta em nossas investigações.Acreditamos que as influências biológicas e culturais se entrelacem, de forma insolúvel, impedindo que possamos estabelecer uma lógica linear de fases que são substituídas pelas subseqüentes, e, dando lugar à uma visão transdisciplinar da infância, que busca integrar saberes para atender às verdadeiras necessidades do sujeito em foco.A infância saudável se sustenta, essencialmente, na capacidade dos adultos em compreender as complexas necessidades do infante, “Acompanhando” e servindo de referência às iniciativas do sujeito/criança.Acreditamos que todos nós pulsamos entre momentos de independência e autonomia e outros onde é necessário reencontrar o corpo do outro, como um porto seguro onde reparar as “feridas”. É preciso que o cuidador possa estar atento e possa acolher essas diferentes necessidades, favorecendo assim um desenvolvimento pleno das capacidades afetivas, cognitivas e sociais.
Em seus aspectos Individuais e Intersubjetivos
Acreditamos que não há singularidade sem intersubjetividade. A identidade de cada sujeito é fruto da qualidade dos vínculos que se constituem em cada encontro e desencontro. É preciso buscar a harmonização das relações, cultivando a tolerância e o respeito pelas diferenças.As marcas sócio-culturais vão modelando e condicionando condutas, gerando capacidades, mas também limitações em cada sujeito. Marcas constituídas na intersubjetividade e somente transformáveis no encontro com outros.
A partir da Ação
A capacidade de agir é que nos distingue. Acreditamos que acompanhar uma criança e permitir que ela encontre um espaço de ação, e não apenas de reprodução do desejo do educador/terapeuta, é fundamental para que a maturidade possa ser alcançada. Estado sempre provisório, pois somos sempre aprendizes, contudo, é importante ter competências para enfrentar às adversidades que a incerteza do viver nos apresentar.Cada vez mais a sociedade demanda cidadãos de ação, que possam gerir as dificuldades individuais e coletivas que estão anunciadas para o planeta e seus habitantes.
A abordagem Livre-Expressiva
A Psicomotricidade, tal como a entendemos, busca uma compreensão da subjetividade manifesta nos corpos em movimento, em suas interações e na conformação das identidades pessoais, sociais, culturais, através de comportamentos e ações no mundo. Um dos canais possíveis da expressão pela ação psicomotora é o Brincar em seu potencial interativo e de vinculação.Esse espaço da livre expressão, onde se joga, pela via simbólica, a compreensão da vida real e a aprendizagem de estratégias, implica o estabelecimento de acordo e regras, contudo, sempre na presença do prazer, na ação espontânea sobre si mesmos, na relação com os objetos e espaços, numa experimentação continua e na possibilidade de interagir com outros sujeitos plenos de singularidades, buscando a harmonia das comunicações, mesmo em meio aos conflitos inerentes à diversidade, e a compreensão de si e do mundo. Estas atividades psicomotoras podem ser compreendidas como práticas não competitivas, de livre expressão das corporeidades frente ao espaço e aos objetos, assim como outros sujeitos.
Cultivamos a colaboração, o respeito e o cuidado por seu aparato corpóreo, pelo outro e pelo ambiente, onde se experimenta a capacidade comunicativa não verbal, aprendendo sobre si, os outros, a sociedade e a ecologia. Em nossa prática, não se trata de dirigir os movimentos do grupo, mas buscar acompanhar as livre-associações não-verbais que se produzem espontaneamente frente aos espaços e objetos oferecidos para exploração.
As Metas Norteadoras da Prática Transpsicomotora
A partir de propostas de ação e movimento, onde cada sujeito possa expressar-se livremente, buscamos cultivar, desde a primeira infância, a consciência dos sete saberes necessários à educação do futuro (Morin, 2000)
1) CEGUEIRAS DO CONHECIMENTO: O ERRO E A ILUSÃOLevar os indivíduos/sujeitos a perceberem que suas visões de mundo, opiniões e valores, estão atravessados pelo “erro e a ilusão” provocada pela possessão da cultura que possuem. Só conseguimos ver o que acreditamos.
2) PRINCÍPIOS DO CONHECIMENTO PERTINENTELevar à reflexão do que seria importante para os indivíduos trabalhados, aprender e ensinar, em prol da harmonia nas interações de seu ambiente direto e da solução dos problemas planetários. Levar à reflexão da necessidade da religação disciplinar e contextualização dos saberes.
3) CONDIÇÃO HUMANALevar à reflexão sobre a complexidade humana e a necessidade de um olhar poliocular para compreenda-la em seus aspectos simultaneamente Sapiense Demens. Desenvolver a necessidade de comunhão e respeito pela diversidade e singularidade.
4) IDENTIDADE TERRENADesenvolver a identidade planetária, a consciência ecoantropológica.
5) ENFRENTAR AS INCERTEZASDesenvolver a consciência de que a Incerteza é irredutível e que é necessário maleabilizar-se e enfrentar estrategicamente as dificuldades. Desenvolver a possibilidade da lógica do terceiro termo incluso.
6) COMPREENSÃODesenvolver a comunicação, a comunhão, a busca da compreensão de si e do outro.
7) ÉTICA DO GÊNERO HUMANODesenvolver a Antropoética, a consciência da tríade Indivíduo/Sociedade/Espécie. Desenvolver a Cidadania Terrestre, a Democracia e a percepção da Terra como Pátria.
Um dos canais possíveis da expressão pela ação psicomotora é o Brincar em seu potencial interativo e de vinculação.
Estas atividades psicomotoras podem ser compreendidas como práticas não competitivas, de livre expressão das corporeidades frente ao espaço e aos objetos, assim como outros sujeitos.