
21/07/2025
A violência contra profissionais da saúde no Brasil não é exceção: virou rotina.
Só em 2024, 12 médicos são agredidos por dia. Técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicas relatam ameaças, socos, tapas e xingamentos muitas vezes em silêncio, com medo de retaliações e sem apoio.
“Trabalho com medo de ser a próxima esfaqueada”, diz Karina, técnica de enfermagem agredida por uma acompanhante dentro do hospital, enquanto tentava organizar o fluxo de pacientes. Desde o ataque, ela está afastada com síndrome do pânico e alopécia provocada pela ansiedade.
E ela não está sozinha.
Casos de agressões físicas e verbais se multiplicam em UPAs, hospitais e prontos-socorros.
A violência contra médicos cresceu 68% em dez anos, segundo o Conselho Federal de Medicina. 80% dos profissionais de enfermagem em SP já sofreram agressões no trabalho.
Profissionais relatam medo, esgotamento e abandono. Muitos desistem dos plantões. Outros simplesmente adoecem.
Mas o problema é muito maior: insegurança, falta de estrutura e a sobrecarga do sistema de saúde fazem com que quem está na linha de frente vire o alvo da frustração de uma população também adoecida e sem acolhimento.
O CFM apoia um projeto de lei que aumenta a pena para agressões contra profissionais da saúde e propõe a criação de delegacias especializadas. Mas é urgente discutir segurança, acolhimento e condições reais de trabalho.
Porque quem dedica a vida a cuidar… não pode sair do plantão com medo de não voltar.
Fonte: g1 | Conselho Federal de Medicina | APM