15/11/2025
Você já teve a sensação de que mais pessoas estão sendo diagnosticadas com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno do Espectro Autista (TEA)? Nos últimos anos, esses transtornos estão ganhando cada vez mais visibilidade, parecendo até que eles estão se multiplicando entre crianças, adolescentes e adultos.
Segundo o psiquiatra brasileiro Luis Augusto Rohde, vencedor do Prêmio Ruane, uma das honrarias mais prestigiadas na área da saúde mental, essa impressão não reflete um aumento real de casos na população. O que de fato mudou ao longo do caminho foi o reconhecimento: hoje se fala mais sobre o tema, os critérios de diagnóstico são mais amplos e as pessoas têm acesso mais fácil a serviços e informações sobre saúde mental.
Mas afinal, existem mais casos de TDAH e TEA hoje em dia? A resposta é: não exatamente. De acordo com o psiquiatra Luis Augusto Rohde, em entrevista ao jornal O Globo, não há evidências de que a prevalência desses transtornos tenha aumentado na população mundial. Segundo o médico, o que cresceu foi o número de diagnósticos formais, e isso tem relação direta com a conscientização sobre saúde mental e a ampliação dos critérios diagnósticos.
No caso do TDAH, por exemplo, o transtorno era antes mais identificado em meninos, por estar associado à hiperatividade. Hoje, já se sabe que o quadro pode aparecer de forma diferente em meninas, com predominância de sintomas de desatenção, o que fez aumentar o número de diagnósticos femininos.
Já no autismo, que possui diferentes graus, a mudança veio da forma como o próprio transtorno passou a ser compreendido na sociedade. Antigamente, apenas casos mais severos, como aqueles que envolviam a ausência de fala ou de contato social, eram considerados autismo. Com a ampliação do conceito de “espectro”, muitos perfis que antes eram vistos apenas como “traços de autismo” agora são incluídos dentro do diagnóstico de TEA.
Fonte: Terra / Xataka / Laura Vieira