23/09/2020
NO LIMITE DA ANSIEDADE
De repente o coração dispara, começo a suar frio, sinto tremores, dor no estômago, falta de ar, uma sensação terrível de sufocamento. Quanto mais tento controlar a respiração, mais meu coração acelera. Parece que vou ter um infarto. Estou completamente angustiada. Sinto que vou enlouquecer ou pior, morrer. Estou no meio de um ataque de pânico.
Passo meus dedos entre os cabelos e puxo com força, em uma tentativa desesperada de me ter de volta. Não consigo. Parece ser mais forte que eu. É a minha mente lutando contra a minha mente. Cansada, começo a chorar e peço a Deus que me ajude. Aos poucos me acalmo e volto ao normal.
Fui diagnosticada com Síndrome do Pânico no início de fevereiro. Desde então faço tratamento psiquiátrico com um antidepressivo e um antipsicótico. Também tenho em mãos uma medicação com efeito tranquilizante a ser utilizada no momento do ataque de pânico, mas não cheguei a utilizar, pois embora eu tenha tido alguns ataques nesse período, a frequência deles e os sintomas diminuíram consideravelmente.
Além disso, aprendi algumas técnicas terapêuticas para me acalmar e me controlar no momento da crise, porque eu não quero usar remédios para sempre, e nem depender de um psicólogo o resto da vida para me ajudar a viver em paz.
Escrevi esse relato para que você que convive comigo possa me entender quando eu não estiver bem. E também para encorajar outras pessoas que sofrem com essa doença, a procurarem ajuda. Talvez eu sempre tenha que conviver com a ansiedade, mas quero me livrar do pânico que ela me causa. E irei.
SOBRE A DOENÇA
A Síndrome do Pânico é um distúrbio psicológico que leva uma pessoa a ter crises de medo, angústia e terror. O nível extremo de ansiedade provoca sintomas físicos e psicológicos, como os que eu relatei no início. O tratamento se dá por meio de medicamentos e psicoterapia. Quando não tratada, a síndrome pode levar o indivíduo a desenvolver fobias, evitando situações que podem levar ao pânico e deixando de fazer coisas por medo de sentir medo.