31/12/2024
Um registro de antes do meu ano de 2024 dar início a uma sequência
"braba"de situações tristes da minha vida. A data da foto é de 09/03/2024. Mês tão esperado do meu aniversário.
4 dias antes do meu aniversário, recebi a notícia da morte do meu eterno psicoterapeuta. Lembro de ler a notícia na sala em que ele atendia.
O homem que me ensinou a lidar melhor com os homens. O homem que em uma sessão pesada de Psicoterapia me disse: "Eu não sinto pena de você, levante, decida, você é adulta".
Vivi a tristeza da perda de um lugar estranho, inesperado. Assim é a vida, assim segui na minha humanidade.
Meses depois, mais uma perda de um familiar tão querido, reservado, mas ainda sim, precioso. O tio do meu marido foi embora sem se despedir.
Mesmo diante das perdas e com o conhecimento que tenho, pude dar espaço e viver as outras emoções. Também amei, fiquei alegre, senti medo, raiva...
Aí vem essa tal trend " Como vou ser triste em 2024... blá, blá".🤢😡😓
Um monte de gente, inclusive profissionais de saúde nessa onda.
Eu entendo, ok. Mas essa história de esconder a Tristeza ou substituir por outras coisas dá muito ruim!
Gente que não chora e diz que o choro é ruim.
Gente que diz: " Não f**a triste não..."
Na Análise Transacional, chamamos de Emoções Substitutas, a gente esconde a que aprendemos ser proibida( tipo a Tristeza) e colocamos outra no lugar. Aí era todo mundo partilhando conquistas e muitas alegrias...colocando a Tristeza em um lugar bem apertado e quase imperceptível.
Meu povo: Sintam, se permitam. Expressem suas tristezas com quem fizer sentido nas suas vidas, mas não podemos desqualif**ar ou ignorar algo humano.
É gente que partilha o pedaço da vida aqui no Instagram e mente pra si mesmo, achando que a vida só tem o lado bom e agradável.
A Tristeza é uma emoção natural, desagradável de sentir, mas muito, muito importante em nossas vidas.
Seja qual for o motivo, eu tenho certeza que todo mundo foi triste de alguma forma. TODO MUNDO MESMO!
Eu espero que quando a Tristeza chegar em 2025, estejamos atentos,amorosos e disponíveis. Possamos cuidar, mas não parar a dor.
A dor precisa ser sentida, vivida...ela TB passa!