23/04/2020
Participei de uma gravação da Slash Educação muito bacana sobre habilidades comportamentais (em breve disponível). Uma das perguntas que surgiu foi: um robô pode desenvolver mindfulness?
🤖🤔
Implícita no questionamento, há uma questão correlacionada: até que ponto os robôs podem substituir os humanos no trabalho? Um estudo de 2015 previu que um terço dos empregos nos EUA será automatizado até 2025.
👉 Se você quer saber quão suscetível é seu trabalho à informatização, pode acessar o site https://willrobotstakemyjob.com/ .
O ex-presidente do Banco Mundial, Dr. Jim Kim, alertou que precisamos desenvolver habilidades de trabalho do século XXI que não possam ser substituídas por robôs e IA, temos que explorar e cultivar o que nos torna exclusivamente humanos. Mindfulness, por exemplo.
Mindfulness é mais do que apenas treinamento da atenção, sendo também o desenvolvimento de autoconsciência. Essa autoconsciência é a base para mais empatia e comportamentos compassivos.
Embora os robôs acabem assumindo a maioria das tarefas manuais e a IA venha a superar nossa inteligência, ainda não podem (poderão?) reivindicar autoconsciência, empatia ou compaixão.
Há um grande valor em ser visto, ouvido e em se relacionar com outras criaturas conscientes. Sentir-se ouvido por médico ou mentor, por exemplo, é tão importante quanto a competência técnica de seu diagnóstico ou orientação.
Pense em liderança. O que torna alguém líder aos nossos olhos? A coerência de suas argumentações e brilhantismo técnico? Isso ajuda. Mas e sua autenticidade? Sua capacidade de lidar com a própria vulnerabilidade e com isso, nos inspirar a lidar com a nossa?
A quarta revolução industrial não nos pede que sejamos melhores que os robôs, mas sim, melhores humanos.
Como no poema de Fernando Pessoa, “É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”.
É tempo de upgrade.