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Apoena Clínica Ampliada Psicoterapia infantil e adolescente. Orientação aos pais e responsáveis. Atendimento domiciliar;

06/05/2022

Observatório Psicanalítico - OP 312/2022

Ensaios sobre acontecimentos sociopolíticos, culturais e institucionais do Brasil e do Mundo

O colapso da maternidade romântica

Juliana Lang Lima - SBPdePA

Todo ano, chega o mês de maio e com ele uma enxurrada de idealizações direcionadas para a figura das mães. Você pode escolher o adjetivo que mais lhe agradar: de rainha a musa, estarão todos lá, dispostos para serem usados indiscriminadamente. Dentre eles, preciso admitir que possuo um favorito às avessas - "diva", não tanto pela irrealidade de seu emprego mas pela proximidade com nosso prezado divã, acessório dos mais parceiros para a boa condução de uma análise.

Antes que alguma dúvida possa surgir, é prudente esclarecer: por certo, as mães merecem todo tipo de homenagem e reconhecimento. Sabemos hoje, talvez com mais consciência do que nunca, das dificuldades encontradas no maternar, além da importância dessa relação para os primeiros momentos de vida do bebê, estendendo-se a influência da mãe por toda a vida psíquica do adulto.

Contudo, romantizar a maternidade não é exatamente um elogio, senão mais uma forma de opressão. Por trás das bem intencionadas qualidades atribuídas às mães, encontramos mulheres exaustas com tantos afazeres e responsabilidades. Não à toa, muitas de nós vêm debatendo e problematizando as atribuições maternas, inclusive dentro do movimento feminista, que percebeu com certo atraso que a busca por uma verdadeira igualdade precisa tocar nas pautas das tarefas domésticas e cuidado com os filhos.

Dia desses, escutei de uma mulher sem filhos que ela até teria gostado de tê-los, mas que não o faria jamais por se recusar a assinar o contrato social enviado às mulheres quando de sua transformação em mães. Sua ponderação me pareceu muito sagaz e fez lembrar de um dos mais perturbadores relatos do mundo materno, o das mães arrependidas.

Mas não precisamos ir tão longe a ponto de chocar os ouvidos mais moralistas. Em uma etapa intermediária, pode-se localizar a narrativa daquelas que relatam amar seus filhos mas não gostarem de ser mães. Não identificadas com o papel tradicional designado às mães, inconformadas com a totalização atribuída a essa experiência, ousam dessacralizar a posição que ocupam. Assim, afirmam com coragem desgostar de não poder se desvencilhar de tarefas cotidianas, como cuidados com higiene ou educação. Detestam participar dos grupos de WhatsApp da escola. Abominam a fofurice do termo "mamãe", em contraponto ao peso com que desempenham essa função.

Talvez alguns pensem que seja o caso de nos perguntarmos o que acontece com as mulheres contemporâneas, que não mais se encaixam nos estereótipos tradicionais e rejeitam lugares outrora definidos como auspiciosos. A maternidade romântica, se alguma vez foi naturalizada, hoje entrou em colapso. É possível que uma interpretação mais apressada do tema sugira uma crise no caminho da feminilidade ou uma identificação com atributos ditos masculinos. Entre tantas, essas podem ser possibilidades. Mas, na passagem de diva para divã, podemos tornar mais complexa a questão. Ao não topar assinar as cláusulas subjacentes desse maternar, tais como dispostas hoje no laço social, as mulheres de agora estão reivindicando, como as do Salpêtrière, liberdade sobre seus corpos e seus desejos.

(Os textos publicados são de responsabilidade de seus autores)

Os ensaios do OP são postados no site da Febrapsi. Clique no link abaixo:

https://www.febrapsi.org

28/04/2022
03/04/2022

O canal de TV National Geographic vai exibir na noite deste sábado (2.abr.2022), às 21h55, "O que me faz pular", baseado no livro homônimo, atribuído a - Leia mais!

18/03/2022

Entenda por que não podem nascer bebês em Fernando de Noronha, Pernambuco. Gestantes da ilha não têm o direito de escolher onde dar à luz.

11/03/2022

Analista didata e secretária geral da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, a psicóloga e psicanalista Marta Foster concedeu entrevista à editoria Viva Bem, do portal UOL, acerca das especificidades da Psicanálise e das características que a difere da Psicologia e da Psicoterapia.

Entre suas afirmações, Marta ressalta que a metodologia “se baseia na relação entre analista e paciente em que se desenvolve um campo de observação tornando possível a investigação de fenômenos mentais que, ao serem percebidos e vivenciados na sala de análise, criam a possibilidade de que o paciente venha a ter o que de fato interessa: uma melhor qualidade de vida com toda a complexidade que envolve esse termo”.

A psicanalista explica, ainda, como Freud é berço unânime para a Psicanálise. “O que nos une é o conceito de inconsciente e a base será sempre Freud”.

Leia em nosso blog de psicanálise: https://www.sbpsp.org.br/blog/psicanalise-e-psicoterapia-qual-a-diferenca/

10/03/2022

Analista didata da Associação Alemã de Psicanálise com formação prévia em Psiquiatria e Neurologia, a médica doutora Claudia Frank será a palestrante da atividade Cisão como Phantasia Inconsciente Organizadora: Passado e Presente, que será promovida pela SBPSP no dia 30/04, das 10h às 12h.

A partir de suas pesquisas no Melanie Klein Trust, a psicanalista discutirá o conceito nascido na análise de Erna, e mostrará a relevância na análise de adultos na realidade.

Presidente da SBPSP, Carmen C. Mion abrirá a atividade, coordenada por Ana Maria Stucchi Vannucchi (diretora científica) e Regina Weinfeld Reiss (membro da diretoria científica). O investimento é de R$ 80 para membros da SBPSP, Febrapsi, IPA e Fepal, R$ 60 para membros filiados, candidatos Febrapsi, IPA e Fepal, alunos de graduação e de cursos da DAC e profissionais da rede pública; e R$ 180 para profissionais em geral.

Inscrições até 25/04: www.sbpsp.org.br/cursos-e-eventos/eventos/cisao-como-phantasia-inconsciente-organizadora-passado-e-presente-156/

03/02/2022

Saiba como crianças da primeira infância foram afetadas pelo período de isolamento por causa da pandemia de Covid-19 em periferias de SP

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São Bernardo Do Campo, SP

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