19/03/2018
Terapia Focada no Esquema
A Terapia Focada no Esquema é uma abordagem que foi desenvolvida por
Jeffrey Young e colegas para ampliar e integrar os conceitos desenvolvidos já
existentes criados na terapia cognitiva comportamental por Aron Beck e seus
colegas, sendo um modelo integrativo de psicoterapia que combina as técnicas
cognitivas e comportamentais.
Segundo Young, Klosko e Weishaar (2008, p. 21) “mescla elementos das
escolas cognitivo-comportamental, de apego, da Gestalt, de ralações objetais e
construtivista, tornando-se um conceito rico e unificador. Foi desenvolvida para
tratamentos com transtornos caracterológicos de longa duração e em pacientes com
transtornos psicológicos crônicos arraigados e difíceis de tratar”.
Segundo Leahy (2008), tanto o modelo de Beck e colaboradores quanto o de
Young basearam-se na descrição de Adler (1926) de como os indivíduos tendem a
compensar suas inadequações percebidas ou a evitar situações que possam ativar
os esquemas.
A Terapia Focada no Esquema foi desenvolvida por Young, para tratar
pacientes com problemas caracterológicos crônicos que não estavam obtendo
sucesso de forma adequada pela terapia cognitivo-comportamental.
Diante deste insucesso, Young desenvolveu uma abordagem sistemática que
amplia a terapia cognitivo-comportamental, “ao dar ênfase muito maior à
investigação das origens infantis e adolescentes dos problemas psicológicos, às
técnicas emotivas, à relação terapêutica-paciente e aos estilos desadaptativos de
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enfrentamentos, que dependendo do paciente, a terapia pode ser breve, de médio
ou longo prazo”. (YOUNG; KLOSKO & WEISHAAR, 2008, p.21).
Nessa abordagem, o terapeuta se alia aos pacientes para lutar contras os
seus esquemas, usando estratégias cognitivas, afetivas, comportamentais e
interpessoais, quando estes repetem padrões disfuncionais baseados em seus
esquemas, o terapeuta os confronta empaticamente direcionando para mudança.
Por meio dessa estratégia o paciente progride, e em algum aspecto é paralelo
ao desenvolvimento infantil que aos poucos se identifica com a reparação parental
limitada realizada pelo terapeuta o qual supre as necessidades parcialmente as que
não foram atendidas adequadamente na infância. (YOUNG; KLOSKO & WEISHAAR,
2008).
Segundo Young, Klosko e Weishaar (2008) na sua revisão abrangente com a
ideia de explorar melhor os esquemas, ele a definiu como um subconjunto de
esquemas desadaptativos remotos, nessa definição um esquema desadaptativos é:
um tema ou padrão amplo difuso; formado por memórias, emoções, sensações
corporais; relacionado a si próprio ou aos relacionamentos com outras pessoas;
desenvolvido durante a infância ou adolescência; elaborado ao longo da vida do
indivíduo e disfuncional em nível significativo.
Em síntese, os esquemas desadaptativos remotos são padrões emocionais e
cognitivos autoderrotista iniciado em nosso desenvolvimento desde cedo e repetidos
ao longo da vida. (YOUNG; KLOSKO & WEISHAAR, 2008).