08/05/2025
Com o Papa escolhido, veio ao meio público o Nome do Filósofo Agostinho de Hipona, ou Santo Agostinho.
Este filósofo tem teorias muito interessantes sobre o mundo interior e que pude se relacionar com a Psicanálise.
Agostinho, especialmente em suas "Confissões", realiza uma profunda introspecção, buscando compreender a si mesmo, suas motivações e seus conflitos internos.
Essa ênfase na vida interior e na busca pela verdade dentro de si pode ser vista como um precursor da exploração do inconsciente na psicanálise.
A famosa frase de Agostinho: "Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro de mim, e eu fora, e te procurava fora." (Confissões, Livro X, XXVII, 38), ilustra essa busca interior por algo fundamental, que pode ser relacionada à busca psicanalítica pelo núcleo do ser e pelas motivações inconscientes.
Agostinho discute a complexidade do desejo humano, muitas vezes direcionado a objetos transitórios e incapazes de trazer a verdadeira felicidade.
Essa compreensão de um desejo fundamental e por vezes mal direcionado pode encontrar paralelos com o trabalho analítico.
A profunda reflexão de Agostinho sobre a memória nas "Confissões" (Livro X) é notável. Ele explora as diversas camadas da memória, incluindo a memória das coisas, das emoções e até mesmo o esquecimento.
Essa investigação sobre a complexidade da memória pode ser relacionada ao papel crucial da memória na formação da história psíquica do indivíduo.
Por fim, a filosofia agostiniana, com sua ênfase na busca por Deus como o bem supremo e a fonte da verdadeira felicidade, implica um reconhecimento de uma falta inerente ao ser humano.
Essa busca por algo que falta pode ser relacionada à noção psicanalítica de castração em sentido amplo, como a falta estruturante que impulsiona o desejo.
É claro que são aproximações e curiosas similaridades. A obra de Agostinho é enorme e sem dúvidas merece o lugar na estante dos grandes pensadores da Filosofia universal.