
09/05/2025
A influência do exercício físico na ansiedade: da infância à terceira idade
A prática regular de exercício físico tem se mostrado uma intervenção não farmacológica eficaz na modulação da ansiedade, com efeitos neuroquímicos e fisiológicos amplamente documentados na literatura científica. Em todas as faixas etárias, o movimento corporal afeta diretamente os sistemas neuroendócrino e nervoso central, promovendo homeostase emocional e redução de sintomas ansiosos.
Em crianças e adolescentes, o exercício atua na maturação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), reduzindo a hiperativação associada ao estresse. Atividades aeróbicas e lúdicas aumentam a expressão de BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro), essencial para a neuroplasticidade e regulação do humor, além de melhorar a cognição e o autocontrole emocional.
Em adultos jovens e de meia-idade, o exercício físico induz a liberação de endorfinas, dopamina e serotonina, substâncias diretamente ligadas à sensação de bem-estar e ao controle da ansiedade. Além disso, a prática regular modula os níveis de cortisol basal e pós-estresse, reduzindo a reatividade do sistema simpático.
Nos idosos, o exercício tem um papel preventivo contra o declínio funcional do eixo HHA e promove maior resiliência ao estresse psicossocial. Caminhadas, Pilates, musculação leve e treinamento funcional contribuem para a estabilidade emocional e redução dos sintomas ansiosos, além de manterem a funcionalidade física e a autonomia.
A intensidade moderada, frequência regular (3 a 5 vezes por semana) e a escolha de modalidades prazerosas são fundamentais para o sucesso da intervenção. A personalização do exercício, respeitando limitações e preferências individuais, potencializa os efeitos ansiolíticos e a adesão ao longo prazo.