13/11/2023
"- Macron... vai usar o nome dele como insulto?
Sabe como isso é machista e ofensivo?... Foi bem apropriado, não é?
- E vovó?
- Medidas radicais! Impedi que o pior acontecesse.
- Todo líder mundial do s**o masculino, astro do esporte, magnata do cinema, bilionário da tecnologia, ou cara normal, eles transam, se apaixonam, ou se casam com uma garota 25 anos mais nova, e mundo inteiro dá parabéns.
Quando o Macron se apaixona por uma mulher linda, inteligente e maravilhosa 25 anos mais velha, o mundo inteiro pensa: "Ah, ele deve ser um gay enrustido."
Entende como isso é f**a, não é?
Como é mesquinho, como é ignorante, como...”
Filme: Em uma ilha distante (2023)
Apesar de recente, é um diamante do Netflix... Um filme, que trás um dos contextos de objetificação e invalidação da mulher, próximo aos seus 50 anos.
Um retrato real das mulheres em que seu “prazo de validade” é determinado pelo machismo estrutural, proveniente de típicas justificativas comum ao discurso social.
Por que estou trazendo este pequeno recorte da fala de Zeynap? Porque apesar dos discursos não apenas de homens, mas mulheres machistas, somos invalidadas a partir do momento em que um exame de USG identifica nossa genitália, quando nos colocam na condição que devemos “ser” femininas quando nascemos, de ser “comportadas” perante o social, da condição de que ainda devemos crescer para o casamento heteronormativo, de que a mulher tem sua vida profissional desde que “cumpra” seu papel social e familiar, e de que devemos morrer devota de um OUTRO.
As mulheres que não se “encaixam no padrão” à mulher bi*****al, a mulher lé***ca, a mulher trans, a mulher divorciada, a mulher mãe solteira, a mulher que decide não ser mãe, a mulher mais velha, a mulher independente de relações afetivas, “somos” a invisibilidade social e cultural.
Quem somos? Até onde temos realmente nossa liberdade de escolha, sem que o OUTRO não invada nosso lugar para tentar tirar nossa legitimidade?