
30/09/2024
Phineas Gage foi um trabalhador ferroviário americano que, em 1848, sobreviveu a um grave acidente que causou uma lesão cerebral traumática, tornando-se um dos casos mais famosos na neurociência e psicologia. O incidente e suas consequências forneceram importantes insights sobre as funções do lobo frontal do cérebro, especialmente no que diz respeito à personalidade e ao comportamento.
O acidente:
Gage estava trabalhando na construção de uma ferrovia quando uma explosão acidental fez com que uma barra de ferro atravessasse seu crânio. A barra entrou pela bochecha esquerda, passou através do lobo frontal de seu cérebro e saiu pelo topo de sua cabeça. Surpreendentemente, ele sobreviveu ao acidente e, após o incidente, foi capaz de andar, falar e realizar algumas atividades cotidianas.
Consequências comportamentais:
Antes do acidente, Gage era descrito como uma pessoa responsável, trabalhadora e socialmente adequada. Após a lesão, no entanto, sua personalidade mudou drasticamente:
Mudança de Personalidade: Ele se tornou impulsivo, irritável e teve dificuldade em manter suas responsabilidades no trabalho. Também apresentava falta de planejamento e julgamento inadequado.
Problemas Sociais: Gage passou a ter comportamento socialmente inadequado, o que resultou em dificuldades de relacionamento.
Falta de Inibição: Ele se tornava facilmente distraído e não conseguia controlar adequadamente seus impulsos.
Importância na neurociência:
O caso de Phineas Gage foi fundamental para o entendimento de como o lobo frontal está relacionado a funções como:
- Controle emocional,
- Tomada de decisões,
- Planejamento,
- Comportamento social.
As mudanças em sua personalidade após o dano ao lobo frontal mostraram a relação dessa área com a regulação de comportamentos e emoções, além de fornecer evidências de que partes específicas do cérebro têm funções distintas.
O caso de Gage continua a ser amplamente discutido em estudos de neurociência, psicologia e neurologia, servindo como uma das primeiras evidências de que diferentes áreas do cérebro estão associadas a funções cognitivas e comportamentais específicas.