19/07/2024
Certa vez fiz uma postagem que dizia: "A geração atual precisa de muita terapia, porque, as gerações anteriores também precisavam, mas falavam que isso era frescura". Continuo acreditando nessa afirmação, mas também concordo com o sentido da expressão "Geração Floco de Neve". Como assim, Rodrigo? Leiam até o final, que vocês conseguirão entender.
Na faculdade, tive um professor de Psicologia do Desenvolvimento que dizia o seguinte: "a sua, foi a última geração que aprendeu obedecer aos pais e será a primeira que aprenderá obedecer aos filhos". Aí f**a uma questão bem séria, para vocês me ajudarem a pensar... A geração dos meus pais nasceu e cresceu em uma ditadura militar. Com a redemocratização do país, na tentativa de romper com a lógica grotesca imposta durante esse período, talvez, tenha errado a mão e criado minha geração com mais liberdade e menos limites do que precisávamos (que fique claro, não estou defendendo um modelo educacional repressivo, apenas pontuando que “limites” bem definidos são fundamentais para que o indivíduo se desenvolva de forma mais saudável e funcional). Para uma criança que está aprendendo como se relacionar com uma realidade totalmente estranha que, pouco a pouco, vai se materializando a sua volta, os limites funcionam como a borda da piscina para um sujeito que não sabe nadar. Mas não entendam "limites" como dogmas, no nosso contexto, metaforicamente falando, eles seriam os poderes que vamos conquistando em um jogo de vídeo game, à medida que passamos de fase. Gradativamente, conforme a criança transpõe os desafios que lhe são apresentados, passa de fase e ganha o direito de ampliar esses limites, ou pelo menos, deveria (fiz essa observação porque, em ambientes repressores os limites são engessados e, normalmente, o indivíduo pode receber punições caso tente transpô-los). Por outro lado, a falta de limites bem definidos pode estar entre os fatores responsáveis pela criação de adultos inseguros e disfuncionais.
Enfim, a ideia que quero deixar para que me ajudem a pensar é que: a geração dos meus pais, ao adotar a postura que mencionei anteriormente, pode ter produzido uma geração de pessoas inseguras e fracas. Adultos com a autoestima lá nos calcanhares, carentes da aprovação dos outros. Resultado: ao nos tornarmos pais, ao invés de controlarmos o funcionamento de nossas casas, norteando e orientando o crescimento de nossos filhos, acabamos invertendo os papeis e passamos a ser os “escravos” de “Vossas Majestades os Remelentos”.
Me perdoe planeta Terra, a minha geração é culpada pela criação da geração do “tudo não pode, tudo é ofensivo”, simmmm a culpa é nossa. Somos os “bananas” que inventaram o Merthioate indolor e, não sei porque cargas d’água, tiveram a ideia “Genial” (estou sendo irônico, tá!!!) de inverter os papéis e passar a tratar os filhos como os reis do castelo. Parabéns para nós, somos os responsáveis pela geração com o ego mais inflado que esse planeta já viu. A geração que inventou o termo “Cringe”.