09/07/2025
Vamos refletir sobre isso?
Hospitais existem para o tratamento de doenças, com foco em intervenções médicas e na recuperação de quadros agudos. Já as ILPIs são moradias coletivas voltadas ao cuidado, à proteção social e à convivência, acolhendo pessoas idosas que, por diferentes razões sociais, econômicas ou funcionais, não podem ou não desejam mais viver sozinhas.
Nem toda pessoa idosa está doente. E mesmo quem vive com uma condição crônica não precisa morar num hospital. Muitas pessoas idosas vivem em ILPls com plena saúde, ap***s por não contarem com rede familiar ou por escolha pessoal. Outras convivem com doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer ou outras demências, e necessitam de assistência contínua especializada, o que não significa necessidade de internação hospitalar.
O simples fato das ILPIs contarem com equipes multidisciplinares não as transforma em unidades de saúde. Ter profissionais da saúde no cotidiano da instituição é parte do cuidado integral, mas não altera sua natureza: são espaços de moradia, convivência e cuidado, onde a pessoa idosa deve ser reconhecida como sujeito de direitos, com sua história, preferências e rotinas respeitadas. São lugares de afeto, vínculos, trocas e dignidade.
E você? Gostaria de passar sua velhice num hospital?
Essa pergunta provoca uma reflexão profunda. Aquilo que desejamos para nós deve orientar o que construímos para os outros. A velhice merece um ambiente que promova autonomia, pertencimento e cuidado com humanidade, não uma estrutura pensada exclusivamente para o adoecimento.
Por isso, é importante lembrar: cuidar não é medicalizar. ILPls fazem parte da Política de Assistência Social, e não da lógica hospitalar. Inserir exigências próprias da saúde nesses espaços compromete sua missão e pode desumanizar o cuidado à pessoa idosa.