04/02/2024
Sempre muito comentado, o advento das redes socias abriu um leque de possibilidades no que diz respeito a exposição da vida daqueles que as utilizam. Mas provoco: exposição da vida ou de um pequenino fragmento dela, selecionado para fazer tudo parecer mais bonito?
Quando vem à tona algum caso, por exemplo, de pessoas (famosas ou não) que se envolveram em brigas, golpes, traições, separações, dívidas, agressões etc, muitas vezes a primeira reação de quem acompanhava a vida dessas pessoas até então é pensar: "não parecia, jamais imaginava". Os bastidores da vida exposta, que pode talvez até gerar nos espectadores mais fragilizados sentimentos de inveja e comparação, revelariam que as aparências da vida perfeita eram sustentadas em detrimento do que é verdadeiro e saudável. Em resumo: não importa se meu relacionamento, meu trabalho, minha carreira, minha saúde, minha família, meu corpo, tampouco minha mente são saudáveis, ou se tudo isso que eu mostro é real, desde que tudo aparente ser perfeito e seja aprovado aos olhos dos outros (inclusive na contagem dos likes). Porque assim eu me convenço também, já que nesse momento não estou dando conta de reconhecer a verdade e mudar.
Diante desta reflexão, é sempre válido lembrar: não há críticas aqui. Apenas a observação esperançosa de que esse recurso ilusório possa ser utilizado de modo transitório, sendo dissolvido na medida que o indivíduo encontre recursos internos e externos (a Psicoterapia pode ser um bom meio de desenvolvê-los) para lidar com a realidade - que é o que é, independente do que se deseja sobre ela, ou o que se tenta mostrar.
Amanda Carvalho Souza
Psicoterapeuta e escritora
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