
22/06/2025
Essa é uma história real.
De uma paciente. E de um gesto.
Num dia comum de sessão, conversávamos sobre o desejo que eu tinha de plantar um pé de limão cravo no quintal. Ela ouviu. E levou com ela.
Na sessão seguinte, apareceu com dois limões nas mãos.
Havia encontrado no mercado e lembrou de mim.
Foi só isso... e foi tudo.
Porque na clínica, há um lugar que não se escreve nos manuais:
O lugar do afeto, da escuta mútua, do humano que existe em ambos os lados.
Hoje, esse pé de limão cresce no meu quintal.
E com ele, crescem memórias.
Cresce gratidão.
Cresce cuidado.
Essa paciente, infelizmente, não está mais aqui.
Mas deixou raízes. E talvez esse seja o maior sentido da psicoterapia:
cultivar o que faz viver, mesmo quando a dor também está presente.
Eu sou psicólogo. Mas antes de tudo, sou humano.
E como todo ser humano, também me transformo com os vínculos que construo.
A psicoterapia é troca.
E às vezes, ela começa com uma palavra.
Outras vezes, com um limão. 💙