25/09/2025
E os casos de insucesso? Ou aqueles que exigem uma longa e difícil trajetória até a cura? Pouco se fala sobre isso, mas eles existem…
Essa semana refleti muito após o retorno de um paciente em tratamento de osteonecrose comigo. Tratar osteonecrose é lidar com frustração, e se você nunca se frustrou tratando, parabéns, porque merece um prêmio. Não é fácil, nem para quem trata, nem para quem enfrenta a doença.
Muitos pacientes já passaram pelas mãos de vários profissionais, realizaram inúmeros procedimentos e utilizaram diferentes medicamentos. O paciente que compartilho hoje está em tratamento para um câncer de próstata, em uso de Zometa, e desenvolveu um quadro de “periimplantite” que levou a vários procedimentos até chegar à explantação, seguido de novas intervenções e medicamentos. Durante o acompanhamento de 16 meses comigo, apresentou duas recidivas, o que nos levou a reabordagens cirúrgicas em três momentos distintos e diversas outras abordagens. Hoje, está há seis meses da última cirurgia, sem sinais de recidiva ou sintomatologia.
Mas a cada nova fístula, a cada sintoma que retornava, a frustração também voltava. Trago esse relato para lembrar: você não está só. Osteonecrose não tem receita de bolo, e não se deixe enganar por promessas fáceis nas redes sociais. O tratamento é árduo, mas também é feito de persistência e esperança.
Dr. Joab Cabral Ramos
CRO-SP 138164.