12/11/2025
Ser cabeleireiro sempre foi sobre transformar pessoas. Sobre olhar nos olhos de alguém e devolver a ela o brilho que o espelho apagou. Mas hoje, parece que não basta mais ser bom de transformação é preciso também ser bom de câmera, de legenda, de algoritmo… A gente passa o dia em pé, com as mãos cansadas e o coração cheio, tentando entregar o nosso melhor pra cada cliente. Só que, quando o expediente termina, começa outro: o das redes sociais. Posta, grava, edita, responde, engaja, performa… Tudo pra continuar sendo visto, pra não ser esquecido, pra não perder espaço. E, nesse processo, acabamos perdendo até mesmo a nossa própria personalidade e essência para se encaixar em likes e elogios, com a nova era parece ser importando só transformar vidas, pois o mais importante parece ser transformar o nosso ego! Mas ninguém fala sobre isso, porque o like tá valendo mais do que a transformação! É um cansaço que não dá pra mostrar em stories. Um peso que ninguém vê. Porque quando o foco sai da arte e vai pros números, a gente começa a se perder um pouco. Começa a duvidar do nosso próprio valor se o vídeo não entrega, se o post não bomba, se o algoritmo não ajuda. Mas a verdade é que o que faz a gente ser grande não está nos likes… está nas mãos, na alma e na entrega. Está na confiança que o cliente deposita, no brilho de quem sai da cadeira mais confiante do que entrou.
Ser cabeleireiro é sobre pessoas, não sobre métricas. E às vezes a maior coragem é continuar sendo real, mesmo quando o mundo inteiro parece preferir o filtro. Eu sou, Robson Viana.