09/05/2023
A maior parte da vitamina D (>90%) em nosso corpo é produzida pela pele, com a exposição solar, sendo uma pequena parte adquirida pela dieta (peixes, ovos, vegetais). Por este motivo, a deficiência de vitamina D é extremamente comum, sobretudo em pessoas de áreas urbanas, idosos (redução da capacidade da pele de produzir a vitamina D), além de pessoas negras (que tem mais melanina na pele, inibindo a atuação da radiação para produção da vitamina) e naquelas que vivem nos polos do globo (locais mais frios).
Assim, recomendamos a reposição via oral na população geral com deficiência de vitamina D (< 20 ng/mL) e na população com risco de fraturas e osteoporose, com níveis de vitamina < 30. Portanto, devemos dosar a vitamina D nestas condições de risco: > 60 anos, pouca exposição solar, alto risco de quedas (sarcopenia), doenças ósseas (osteopenia, osteoporose, osteomalácia, hiperparatireoidismo) e fatores de risco para doenças ósseas (doenças reumatológicas, uso de corticoides crônicos, anticonvulsivantes, antiretrovirais, DM, doença renal crônica, síndromes de má absorção). Em gestantes, a reposição da vitamina D parece se associara menor risco de pre eclampsia, prematuridade e baixo peso. Por isso, também se recomenda manter níveis > 30, além de nível máximo de 60 para evitar intoxicação.
A dose de reposição varia entre as pessoas, de 800 ui a no máximo 4000 ui por dia – podendo ser semanal também (5.000 a 28.000 ui). Uma quantidade equivalente de vitamina D pode ser obtida pela exposição solar de 30 min por dia, de braços, rosto, pescoço e tronco. Porém, a Sociedade de Dermatologia não recomenda a reposição através do sol, devido à radiação ultravioleta na pele, sob risco de câncer e envelhecimento precoce. Pode haver necessidade de dose maior por 8 semanas (fase de ataque, com 50.000 ui por semana), se houver a deficiência (< 20ng/mL), sempre seguida da fase de manutenção. Já em pessoas com má absorção de nutrientes, como nos bariátricos, por exemplo, pode ser necessário doses maiores.
É importante ressaltar que, caso não haja mudança do estilo de vida para maior exposição solar, é necessário manter esta reposição de vitamina D para sempre! Do contrário, poderá ter maior risco de Osteoporose no futuro, além de uma possível influência negativa na força muscular.