01/08/2025
“Morremos duas vezes: uma quando paramos de respirar, e outra, definitiva, quando somos esquecidos.” A frase, muitas vezes atribuída a Banksy, mas nascida do pensamento do psiquiatra Irvin D. Yalom, parece ter sido escrita para ele.
O ruído é seco, metálico, um estalo que vem em rajadas ritmadas. Começa antes do sol nascer e se prolonga até o cansaço bater, não o físico, mas o dos olhos, da vista que embaça, da nuca que endurece. Às vezes, é madrugada, e o barulho ainda não cessou. Vem da máquina. Ou do teclado, agora.
O gesto é o mesmo, ainda que os instrumentos tenham mudado. Ele está sentado, sempre sentado. O corpo inclinado, os dedos se movendo com uma precisão repetida. Como se cada letra fosse uma célula que precisa expelir. Como se escrever não fosse uma escolha, mas uma reação.
José Carlos Ryoki de Alpoim Inoue, conhecido por um de seus pseudônimos mais estáveis, Ryoki Inoue, já publicou mais de mil livros. O número oficial, registrado no “Guinness World Records”, é 1.058. Mas esse dado tem quase trinta anos. Ryoki não parou. Continuou escrevendo, todos os dias, como quem mantém uma promessa que não pode ser explicada em voz alta. Para quem o vê de fora — poucos o veem — trata-se de um escritor prolífico. Para ele, trata-se de respirar.
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