27/03/2025
O Perigo da Educação Permissiva e o Impacto na Formação dos Adolescentes
A criação dos filhos tem passado por mudanças significativas nas últimas décadas. Antes, o lar era considerado um refúgio seguro, onde as crianças aprendiam valores, limites e a lidar com frustrações. Hoje, no entanto, com a internet ocupando um espaço central na vida dos jovens, o "quarto" deixou de ser um ambiente protegido e se tornou uma porta de entrada para influências externas muitas vezes prejudiciais, como o cyberbullying e discursos de ódio, especialmente em um ambiente virtual ainda fortemente machista.
Diante dessa nova realidade, muitos pais se veem inseguros sobre como educar seus filhos. Algumas mães, por medo de perder o amor dos filhos, adotam uma postura passiva, não impondo limites e permitindo que eles cresçam sem aprender a lidar com frustrações e conflitos. Outras, na tentativa de protegê-los, acabam sufocando-os com cuidados excessivos, sem perceber que a superproteção também pode ser prejudicial. Já os pais omissos agravam ainda mais o problema ao se afastarem emocionalmente do processo educativo.
A adolescência é uma fase marcada por impulsividade, dificuldades de controle e regulação emocional. Nessa etapa do desenvolvimento, os jovens precisam de tempo de qualidade com os pais, não apenas de presença física, mas de um vínculo genuíno que lhes permita expressar seus sentimentos, compartilhar seus medos e ter um espaço seguro para o diálogo. Mas será que conhecemos realmente nossos filhos? Sabemos o que sentem, pensam e quem são seus amigos?
Se não escutarmos o silêncio dos nossos filhos, acabamos por chorar com o barulho das suas tragédias. Como alerta Melanie Klein, "nenhuma relação humana é sem ambivalência". Isso significa que amor e frustração, carinho e raiva, proteção e limites caminham juntos em qualquer vínculo humano. No contexto familiar, é natural que pais e filhos experimentem momentos de conflito, decepção e até ressentimento. O problema surge quando os pais, com medo de perder o afeto dos filhos, evitam impor limites, negam a existência dos conflitos e optam por uma educação permissiva.