Psicólogo Matheus Ribeiro

Psicólogo Matheus Ribeiro Psicólogo Matheus Ribeiro
CRP12/15598

Formado pela UFSC, Pós-Graduando em Gestalt-Terapia pelo QUEM SOU EU? O QUE ESPERAR DE UMA SESSÃO DE GESTALT-TERAPIA?

Matheus Ribeiro – Psicólogo Gestalt-Terapeuta

1) Quem sou eu?
2) O que esperar de uma sessão de Gestalt-Terapia? Meu nome é Matheus Arouca Matos Ribeiro, e sou Psicólogo formado pela Universidade Federal de Santa Catarina e registrado no Conselho de Psicologia sob número 12/15598. Atualmente, continuo me atualizando na área, sendo Pós-Graduando no curso de formação plena em Gestalt-Terapia do Ins

tituto Granzotto de Psicologia. Tenho experiência de trabalho nos campos da saúde mental, saúde do trabalhador e atualmente trabalho com Psicologia Clínica em consultório particular. Por fim, sou apaixonado por escrever – você pode conferir meu trabalho mais de perto dando uma olhada nos textos sobre psicoterapia publicados nessa página. Trabalhando através de métodos que resgatam nossa criatividade, o Gestalt-Terapeuta é um profissional que preza por um contato espontâneo, que permita uma expressão emocional que resulte em crescimento. Para isso, utiliza desde o diálogo até técnicas expressivas e experimentos vividos no aqui-agora da sessão clínica. Não acredita saber o melhor para o cliente, não sabe de antemão o caminho a ser percorrido. Ao contrário, se faz disponível para caminhar junto, seja qual for o caminho que descobrirem juntos. Por isso, não há regras nas sessões. Ali encaramos o que de fato interessa, o que mobiliza, provoca, amendronta, afeta, machuca… enfim: encaramos a vida em toda sua intensidade, em suas dores e delícias. Acreditamos que ao se implicar na experiência, somos afetados e podemos então nos transformar, criando novas possibilidades existenciais e vivenciando nossos desejos. Caso tenha se interessado, marque um horário para uma consulta inicial ou tire suas dúvidas:

Whatsapp: 48 9 9638-2762
Matheusribeiropsi@gmail.com
Ou mande uma mensagem aqui mesmo na página! Atendimento Psicoterapêutico de adolescentes, adultos e casais no Centro de Florianópolis. Tem um amigo ou parente com desejo ou necessidade de fazer terapia? Compartilhe o contato!

08/06/2022
ÉTICA DELIRANTE E A PANDEMIAHá uma dimensão ética na vida humana que consiste no fato de que, por mais que nos fechemos ...
23/03/2021

ÉTICA DELIRANTE E A PANDEMIA

Há uma dimensão ética na vida humana que consiste no fato de que, por mais que nos fechemos em nossas bolhas e conhecimentos, o mundo nunca para de ser novo. Ou seja, mesmo lá onde nos sentimentos seguros podemos ser atravessados por algo de estranho – a ética é a maneira com que nos relacionamos com ele.

O estranho se manifesta de muitas formas: pode ser uma pessoa, um jeito de viver ou mesmo um vírus. O vírus, particularmente, materializa muito bem a figura do estranho. Afinal de contas, ele é um perigo “exterior”, que tem o poder de nos invadir, adoecer e matar.

É compreensível então que o modo como uma cultura lida com a alteridade – ou seja, com o que é “alter” (o estranho) - esteja diretamente relacionado com o modo com que irá lidar com uma pandemia viral.

Escrevo esse texto hoje após ver um vídeo onde um político brasileiro tenta usar – pasmem – fumaça de solda e faísca para curar um homem adoecido pela COVID-19. O que isso diz sobre nós? Acredito que a busca por curas milagrosas – a cloroquina, depois a ivermectina, isso sem nem mencionar o ozônio… - é um indicativo de certo discurso delirante.

Um delírio é uma forma de lidar com isso de estranho que nos atravessa e descentra. Mais precisamente, o delírio é uma forma organizadora, uma tentativa de retomar uma estabilidade que exclui aquele do qual se defende. O problema é que este organizar é, de alguma forma, “mágico”. Podemos repetir quantas vezes necessárias que o “tratamento precoce” cura a COVID-19, e isso talvez tenha a “vantagem psicológica” de nos trazer segurança, mas uma mentira dita mil vezes ainda é uma mentira.

O que o negacionista nega? O fato de que o vírus é real, perigoso, que matou e ainda mata muita gente. Nao é por acaso que o governo federal brasileiro questiona se os hospitais realmente estão lotados – sua estratégia deliberada é o discurso delirante.

Para escaparmos do delírio, é necessária admitir nosso lugar de vulnerabilidade frente ao estranho: não temos – ainda – remédios específicos para a COVID-19, e NÃO EXISTE TRATAMENTO PRECOCE. Só assim podemos lidar com o problema a partir da realidade apontada por cientistas: de que precisamos de vacinação em massa e distanciamento social.

Até que ponto chegará o delírio brasileiro para não ter que lidar com a realidade de seus mortos?

Olá pessoal, meu site está online!Lá da pra conhecer meu trabalho e ler todos meus textos no blog 😃http://matheusribeiro...
02/03/2021

Olá pessoal, meu site está online!

Lá da pra conhecer meu trabalho e ler todos meus textos no blog 😃

http://matheusribeiropsi.com.br/

Olá, meu nome é Matheus Ribeiro, sou psicólogo clínico Aqui você pode conhecer meu trabalho e agendar uma consulta. Seja bem vindo!  Fale comigo pelo whatsapp! Anterior Próximo Nas fotos você pode me ver com as turmas e cursos que participei em minha formação como terapeuta. Em tempos caó...

Encontro online de Gestalt Terapia: Gestalt em todo lugar
19/11/2020

Encontro online de Gestalt Terapia: Gestalt em todo lugar

Gestalt em todo lugar.
Encontro Online de Gestalt-terapia
O sofrimento ético-político e a clínica gestáltica
Este evento vem inaugurar uma nova fase nos eventos promovidos pelo Instituto Granzotto.
Preocupados com os efeitos psíquicos da pandemia, do aumento da desigualdade social acirrada pelo ethos neoliberal e pelos retrocessos nas políticas públicas, vamos tematizar neste encontro o Sofrimento Ético-político e a Clínica Gestáltica, através de debates sobre este sofrimento nas diferentes populações excluídas pelos dispositivos de poder e pelas diferentes estruturas sociais que promovem discriminação, exploração e menos valia.
Convidamos a todos os clínicos, educadores, profissionais e estudantes da área da saúde a participarem deste evento conosco.
Acreditamos que a consciência crítica e a construção conjunta sejam a potência necessária para transformar.
Data: 21 e 22 de novembro das 09h às 19h.
Cronograma completo no site do IGP ou no Sympla.
Link do evento na bio e no final deste post.
https://www.sympla.com.br/gestalt-em-todo-lugar__1018421.

AMOR, DESENCANTO E AQUELE BRILHO NO OLHAREntre os inúmeros escritores que se dedicaram a estudar o amor está o filósofo ...
29/09/2020

AMOR, DESENCANTO E AQUELE BRILHO NO OLHAR

Entre os inúmeros escritores que se dedicaram a estudar o amor está o filósofo francês Jean-Paul Sartre. Para Sartre, não amamos o ser amado da mesma forma que entramos em contato com um objeto. Não são as qualidades físicas ou as propriedades objetivas que nos levam a amar alguém.

Ao contrário, é o próprio olhar que o outro nos dirige que nos faz apaixonar. Ao sermos desejados ou amados – ao percebermos o tal do brilho no olhar - sentimo-nos enfim inteiros. Nosso projeto pessoal, sempre finito, incompleto e inacabado, assume enfim um tom de completude que nunca antes havíamos experienciado. No olhar amoroso sentimo-nos valorizados em nossos pequenos detalhes, temos por um breve momento o sentimento de que nosso corpo e nossa existência é justa, absoluta e alegre.

São os estilos do outro, suas formas, manifestas na expressão de sua liberdade, que nos fazem desejá-lo. Tal qual circulo vicioso, uma vez que assim desejamos ser desejados, amamos ser amados. Amo o outro porque ele me olha com amor, e ele me ama porque o olho com amor, ambos em sua liberdade desejante.

Entretanto, justamente por se tratarem de liberdades em contato, o amor e o desejo estão sempre em perigo. A qualquer momento aquele que me valorizava acima de tudo, que me amava com brilho no olhar pode voltar a olhar-me como mais um entre outros. Este é o desencanto. Momento doloroso para quem ainda amava. O ciclo está enfim quebrado, e aos poucos o Outro se torna apenas mais um outro.

É por esse motivo que os seres humanos amam os filmes de amor e sonham com o dia de seu casamento (mas não gostam muito dos casamentos em si). Nada mais tentador do que a garantia do amor do outro, do que a certeza de minha própria plenitude existencial.

Para nossa ampla tristeza, esses projetos e ideais fracassam com frequência, uma vez que só poderia haver garantia absoluta em um universo em que não houvesse liberdade alguma. E já que não vivemos – felizmente? - nesse universo, por enquanto lidemos da melhor forma possível com nossas dores, incertezas e amores. Mesmo quando o olhar já não brilhar mais.

Psicólogo Matheus Ribeiro

O VIZINHO É PERIGOSO?(CORONA PARTE 2)Até duas semanas atrás, Corona Vírus era assunto de noticiário. Certamente curioso,...
15/03/2020

O VIZINHO É PERIGOSO?
(CORONA PARTE 2)

Até duas semanas atrás, Corona Vírus era assunto de noticiário. Certamente curioso, mas ainda nao despertava metade do interesse que tem hoje.

Com os primeiros casos brasileiros e a tendência estatística da explosão gráf**a que estamos observando, algo muda. O estranho desconhecido agora está entre nós.

As pessoas, afetadas pela paranoia coletiva começam a desconfiar de seu próximo, seu vizinho, de seu semelhante e principalmente de seu diferente.

Espirrar e tossir já se tornaram pecados recebidos com feios olhares. Qualquer um pode ser o portador do mal. Todo ser humano é um potencial inimigo.

Em certo sentido, o corona vírus demonstra muito do que o psicanalista Christian Dunker chama de narrativa do objeto intrusivo: um discurso onde elegemos um Outro perigoso para isolar, fora de nós mesmos, enquanto nos fortif**amos em nossos condomínios higienicamente ensimesmados.

Necessário pontuar: não é que o vírus não seja real, ou que a higiene não seja fundamental. Como em todo sintoma paranoico, há uma verdade no potencial destrutivo dessa alteridade.

Mas, como estamos observando nesse caso, a paranoia com este vírus que pode estar em qualquer lugar e em qualquer pessoa acaba levando ao exercício da xenofobia: o ódio ao estranho. Não por acaso, observamos um aumento dos casos de racismo e agressividade direcionado a pessoas asiáticas em solo brasileiro.

O que é necessário f**ar claro é que a pandemia não será combatida através do ódio ao diferente, através da xenofobia, mas sim através da ampla divulgação da informação, da mudança dos hábitos cotidianos e do fortalecimento das redes públicas de saúde.

Psicólogo Matheus Ribeiro

CORONA VÍRUS: ENTRE PARANOIA E… DESEJO?O autor germano-coreano Byung-Chul Han inicia sua análise da sociedade neoliberal...
13/03/2020

CORONA VÍRUS: ENTRE PARANOIA E… DESEJO?

O autor germano-coreano Byung-Chul Han inicia sua análise da sociedade neoliberal contemporânea afirmando que não vivemos mais em um século "viral".

Segundo ele, o século passado foi marcado fortemente pelas díades amigo-inimigo, interior-exterior, familiar-estranho, igual-diferente. Tratava-se de um momento de forte negatividade, no sentido dialético da palavra: poder de negar, infiltrar e invadir o que está dado. O vírus é um dos representantes dessa estranha negatividade: adentra o organismo como um intruso, antes de transformá-lo, por vezes o destruindo por completo.

Hoje, ao contrário, estaríamos em um momento da positividade. Segundo Han, vivemos em uma cultura do desempenho e do narcisismo, onde ao invés de entrar em conflito com o diferente que poderia nos invadir, nos apropriamos dele de forma a esvaziá-lo de sua estranheza, num movimento homogeneizante e em certo sentido anti-ético. Byung-Chul Han nos mostra os perigos e violências que decorrem do excesso de positividade: ao sermos exigidos – e desejarmos – sempre mais status, mais riqueza, mais rendimento, mais produtividade, etc. acabamos por nos esgotar, em uma espécie de autotortura narcisista solitária desprovida de transformação genuína – esta última que só decorre do contato com o mundo e com os outros em sua negatividade, em sua estranheza, em sua singularidade.

Chegamos em 2020. O mundo em profundo surto com o COVID-19, o novo corona vírus. Estariam as análises de Byung-Chul Han equivocadas? Já não haveríamos superado o momento de nos preocupar com a invasão de um agente estranho?

Não parece que num país como o Brasil, por exemplo, onde – ao escrever esse texto – ainda temos menos de 100 casos confirmados, tal paranoia coletiva é desproporcional? De onde provém tamanha relevância simbólica, ao ponto de estarmos interrompendo nossos eventos e até mesmo nossas atividades cotidianas?

Ora, me parece que o corona provoca tamanhos efeitos afetivos coletivos justamente por seu caráter desconhecido e destrutivo. Em certo sentido, ele encarna a alteridade que temos perdido em meio a nosso narcisismo social - que tem por característica precisamente o acúmulo de experiências imagéticas-construtivas.

O corona traz consigo destruição, ameaçando nossas conquistas, nossa integridade, nossas instituições e nossos familiares. Ele se tornou a representação simbólica da negatividade por excelência, um grande Outro ameaçando abalar todo o edifício social.

Assim, a crise mundial é marcada por profunda ambiguidade: temos medo e adotamos todas as medidas necessárias para se proteger desse estranho ameaçador, ao ponto de interrompermos os ciclos fundamentais do neoliberalismo: não é por acaso que a bolsa de valores precisou de um “Circuit Breaker”, ou seja, de uma ação deliberada que impediu a compra e venda de ações.

Mais perto do cotidiano, vemos eventos sendo cancelados, universidades cancelando suas atividades, e logo mais devemos ver o mercado de trabalho sendo afetado.

Nesse sentido, ao interromper o “bom” funcionamento social, o corona vírus provoca rupturas, põe limites, interrompe processos, desestrutura a positividade autoproliferante. E assim, provoca efeitos destrutivos e também transformativos na vida de todos nós.

É possível observar frequentemente em sintomas paranoicos que no fundo do medo exacerbado há um desejo destrutivo. Que, mais no fundo, é o desejo do fim de um ciclo e o início de outros.

Nossa paranoia social coletiva com o corona vírus também contém um fragmento de verdade, um paradoxal desejo de tragédia. Da mesma forma como assistimos seriados e filmes apocalípticos e pós-apocalípticos, assistimos a pandemia do COVID-19 desejando que ela nos tire de nosso cotidiano de autotortura narcísica depressivizante.

Estamos cansados do mesmo, e o corona é um grande acontecimento social, um grande Outro que se anuncia desde um horizonte, e com o qual temos que lidar da melhor forma que conseguirmos: ajustamento criativo.

Psicólogo Matheus Ribeiro

ANSIEDADEou, título alternativo, DOS MOTIVOS PELOS QUAIS AMO MEUS AMIGOSou aindaUMA HISTÓRIA DE CARNAVALSábado o carnava...
23/02/2020

ANSIEDADE
ou, título alternativo,
DOS MOTIVOS PELOS QUAIS AMO MEUS AMIGOS
ou ainda
UMA HISTÓRIA DE CARNAVAL

Sábado o carnaval está em seu auge, o caos está instaurado, a cidade respira - mas também sufoca. Cheguei no centro e imediatamente me deparei com o caminho bloqueado.

Tive, então, que fazer uma rota completamente alternativa e improvisada para chegar ao meu destino. No caminho, milhares de foliões tentavam ativamente - ou assim me parecia - me impedir a todo custo de ter uma caminhada desestressada.

O excesso de gente transformava tudo em uma grande confusão de estímulos, todos demandando atenção ao mesmo tempo. Sem celular - furtado no dia anterior - não havia uber que viesse ao resgate ou quem pudesse me confortar com um "já estamos aqui te esperando" pelo whatsapp.

Depois de mais de meia hora costurando errantemente entre formas e vultos - que, suspeito, eram seres humanos - enfim cheguei ao lugar onde meus amigos estariam. Mas o dano já estava feito. A caminhada ininterrupta e caótica ja havia provocado seus efeitos. Eu estava ansioso.

Os sinais eram óbvios. A respiração ofegante, a não-tão-leve tremedeira, a vontade de ir pra literalmente qualquer lugar mais tranquilo.

Foi o que fiz. Fui ao supermercado mais próximo apenas para descobrir que não estava aberto. "Ótimo", além de tudo não teria facilidade para comprar água, comida ou usar o banheiro. Considerei ir embora. De onde eu estava, o terminal de ônibus não era tão longe.

- Mas eu já estou aqui. Uma última tentativa não vai me matar.

Voltei ao bloquinho. Antes, na pressa ansiosa, não havia me demorado o suficiente para encontrar meus amigos. Dessa vez, fui atrás de cada um deles. Logo estava rodeado por algumas das pessoas que mais amo nesta vida.

Mas a ansiedade ainda estava lá. Tal qual estado afetivo corporal, ela perdura para além da situação que a desencadeou originalmente.

Mas amigo que é amigo, assim como mãe, sempre sabe. Logo que perceberam meu estado, fizeram questão de ir comigo para a periferia do bloco.

Pleno auge do carnaval. Eles poderiam estar pulando, dançando, beijando na boca e se divertindo. Mas estavam comigo, conversando e me confortando até a ansiedade baixar.

A tarde progredia. Conforme encontrava meus amigos e conhecidos, sentia cada vez mais DESEJO de estar ali. Cada vez mais seguro, cada vez mais confortável.

Mas ainda completamente elétrico. Sim, pensei, faz sentido com tudo que estudo e tudo que vejo no consultório cotidianamente. A ansiedade é, de certa forma, energia represada no corpo. Ansiedade pode se tornar excitamento desde que tenhamos suporte e a inibição possa ser atravessada.

De certo ângulo, minha escolha por continuar foi um ato de fé. Fé no que conheço sobre ansiedade, mas principalmente fé no suporte que estava me sendo oferecido pelas pessoas ao meu redor.

Quem me viu ontem talvez lembre da cena, que não durou menos de uma hora. Eu pulava, gritava, dançava, corria. Ansiedade ou energia? Nem sabia mais. Como era carnaval, ninguém estranhava.

P**a pra próxima cena. Seis horas depois, eu indo embora, depois de aproveitar tudo que eu queria ter aproveitado.

Não teria conseguido sem meus amigos. Esse texto é, mais do que tudo, um agradecimento a eles ❤️

QUAL O RESULTADO DA GESTALT-TERAPIA?A princípio, pode parecer contraditório falar em resultados em gestalt-terapia. Afin...
12/02/2020

QUAL O RESULTADO DA GESTALT-TERAPIA?

A princípio, pode parecer contraditório falar em resultados em gestalt-terapia. Afinal, trata-se de uma abordagem que se pretende antidogmática, que constantemente tenta se desviar de ideais normativos – mesmo ideais do que seria uma saúde adequada ou um bom estilo de vida.

Se não há maneira correta de viver, como avaliar se um processo terapêutico tem bons resultados? Como saber se foi bem feito? Onde entra o rigor clínico, que diferencia uma psicoterapia gestáltica de outras formas de terapia e também de qualquer outro processo de cuidado e transformação?

Ora, os criadores da Gestalt-Terapia nos dão uma resposta no livro que funda a abordagem. Lá, eles sugerem que a experiência aqui-e-agora é rica o suficiente em detalhes, complexidade e profundidade – histórica e afetiva – para nos dar, a cada nova sessão, um critério intrínseco a ela mesma.

Isso signif**a que a cada novo acontecimento, o gestalt-terapeuta se orientará não pela normatividade social ou mesmo pelas teorias psicológicas que sistematizam o que é uma mente saudável, mas sim pela qualidade do contato presente.

No desenrolar de cada sessão, o contato que ocorre entre o terapeuta e seu cliente se revela espontaneamente como forte, fraco, brilhante, nulo, obscuro, agressivo, radiante, pífio, superficial, cindido, belo, profundo, horroroso, explosivo, enigmático…

A atitude gestáltica é a fé de que ao imergimos com disponibilidade e responsabilidade nesses detalhes da experiência presente, ela se intensif**a, se modif**a, se dobra e desdobra, até eventualmente se tornar algo diferente, algo totalmente outro.

Assim, conforme as sessões passam, percebemos no corpo, na vivacidade e nas atitudes de nossos clientes que eles se mostram mais fortes, sensíveis, focados, implicados, empoderados, responsáveis, livres…

“mas Matheus, isso é uma promessa? Esses são os resultados da Gestalt-Terapia?”

Não e sim. Sim e não.

Na realidade, todas essas formas de crescimento são “apenas” consequências da disponibilidade e da entrega do terapeuta e do cliente.

Na medida que o gestalt-terapeuta se deixa arrebatar pelas dimensões da experiência presente, ele convida seu cliente a fazer a mesma coisa – se afinar com sua força, seus hábitos, sua sensibilidade, suas inibições, seus desejos, sua afetividade, sua agressividade, suas identidades, sua ternura, sua capacidade de construir vínculo, sua capacidade de f**ar sozinho, e assim por diante.

Assim, a cada novo encontro, cliente e terapeuta descobrem novas formas, novos estilos de vida, e mesmo novas versões deles mesmos. Se transformam ao mesmo tempo que se aceitam.

Justamente por estar implicado emocionalmente nesse campo, o terapeuta também pode tomar como critério do resultado o seu próprio afeto e sua própria percepção na experiência presente.

Vez ou outra há momentos em que ele se flagra admirando a beleza de uma transformação, em que se descobre tocado ali onde menos esperava.

É este critério – certamente intuitivo, ético e estético – o mais importante para avaliar o resultado de um processo na gestalt-terapia.

Psicólogo Matheus Ribeiro

Novo ano, novos horários disponíveis no centro de Florianópolis! 😁
07/01/2020

Novo ano, novos horários disponíveis no centro de Florianópolis! 😁

essa aqui vou compartilhar só pra não perder o costume!uma ótima black friday, com ou sem compras e sempre com muita ref...
29/11/2019

essa aqui vou compartilhar só pra não perder o costume!

uma ótima black friday, com ou sem compras e sempre com muita reflexão! 😉

BLACK FRIDAY

Talvez a Black Friday seja o melhor representante simbólico do consumismo contemporâneo. Conhecida em todo o mundo globalizado, ela escancara as artimanhas capitalistas que manipulam afetivamente as massas, criando um caótico dia de compras que se anuncia sempre como oportunidade imperdível. Na maioria das vezes, tratam-se de produtos desvinculados das necessidades, desejos e afetos espontâneos, criando identidades “alienígenas” através da propaganda ou, em linguagem Gestáltica, introjetos.

Não que se trate de uma operação meramente vertical. As massas que participam destes eventos não são apenas um receptáculo dos dispositivos de poder, “tábulas rasas” prontas para serem manipuladas. Há de fato possibilidades não-alienadas de satisfação, economia de recursos materiais e daí por diante: vivência de ajustamento criador frente às demandas excessivas de consumo e dívida feitas pelo desejo do Outro Capitalista.

A questão para o Gestalt-Terapeuta sempre será em que medida, neste campo, esta vivência é emancipadora, empoderadora frente ao desejo do Outro, e em que medida é a própria morte do desejo espontâneo.

Matheus Ribeiro
Psicólogo Gestalt-Terapeuta
CRP 12/15598

Feriadão e solzinho gostoso: uma ótima combinação pra deitar na rede e dar início ao estudo de uma nova abordagem 😍
15/11/2019

Feriadão e solzinho gostoso: uma ótima combinação pra deitar na rede e dar início ao estudo de uma nova abordagem 😍

Se ninguém vai problematizar, eu vou! 😂😂Tem rodado pelas redes sociais (mais especif**amente no twitter) o meme da “psic...
26/10/2019

Se ninguém vai problematizar, eu vou! 😂😂

Tem rodado pelas redes sociais (mais especif**amente no twitter) o meme da “psicóloga decepcionada”. Trata-se de um pequeno diálogo de três momentos que sempre se desenrola da mesma maneira.

Psicóloga: e o que a gente faz quando isso acontece?
Eu: [insira aqui um comportamento qualquer]
Psicóloga: não

Então, para efeitos de exemplo, alguns tweets originais que viralizaram com esse meme:

Psicóloga: e o que a gente faz quando isso acontece?
Eu: se isola e vai assistir série
Psicóloga: não

Psicóloga: e o que a gente faz quando isso acontece?
Eu: pinta o cabelo e faz tatuagem
Psicóloga: não

Psicóloga: e o que a gente faz quando isso acontece?
Eu: se afoga em livros pra esquecer da realidade
Psicóloga: não

Psicóloga: e o que a gente faz quando isso acontece?
Eu: posto que to triste no twitter
Psicóloga: não

Ok, vamos lá! O humor da coisa toda está no fato de que o comportamento que o cliente apresenta como resposta no segundo momento é dissonante do que a psicóloga estabelece como saudável. O cliente tem apresentado um comportamento supostamente repetitivo e regressivo, que nada teria de aproveitável. A psicóloga então procede a retrabalhar tudo, desde o começo, porque – f**a implícito – esse cliente simplesmente não aprende ou não quer aprender.

Qual o problema aqui? A psicóloga representada nesse meme é uma agente da norma. Talvez isso possa f**ar mascarado pelo fato de se tratar de uma norma “positiva” - um ideal de saúde. Mas mesmo a ideia do que é saudável pode ser aprisionadora e carregar uma espécie de demanda.

Ao trabalhar a partir do que ela acredita ser saudável, não realiza um exercício clínico libertador, mas simplesmente um trabalho adaptativo. Aquele cliente está sendo moldado dentro do que aquela psicóloga acredita ser a melhor forma de viver – o que, inevitavelmente, carrega certos preconceitos de sua teoria e também de sua vida pessoal. Em um nível político, essa psicóloga exerce um certo tipo de poder ideológico, mascarado, na exata medida em que se apresenta como neutralidade científ**a.

Acho curioso: nesse meme, em geral não nos identif**amos com a psicóloga. Somos sempre o cliente. Ele serve, na realidade, pra transformar em humor a nossa “errância” e incapacidade de se adequar aos ideais de saúde e qualidade de vida. Afinal de contas, qual o problema de eventualmente, em nossas vidas, precisarmos nos isolar para assistir uma série, fazer uma tatuagem impulsiva, encontrar formas de escapar da realidade ou compartilhar nossa tristeza com estranhos? Certamente muitos desses comportamentos podem ser improdutivos, mas aqui não estamos falando apenas de produtividade, mas de afetividade. Talvez justamente por isso esses comportamentos irritem profissionais que se apoiam em ideais dogmáticos e produtivistas.

Fato é: nossas formas de viver, sofrer e se afetar não cabem dentro de códigos e manuais. Somos por demais criativos e estranhos para seguir à risca o que alguém nos diz que é a maneira correta de viver.

Fico feliz que o cliente do meme desobedece essa psicóloga chata.

Aos meus colegas de profissão, f**a o pedido: vamos esquecer essa história de achar que sabemos melhor que as pessoas como a vida deve ser vivida. Só aí vamos conseguir escutá-las de verdade.

Psicólogo Matheus Ribeiro

Existe ALTA em GESTALT-TERAPIA?Pode parecer contraditório com tudo que falo aqui na página escrever sobre “alta”. Afinal...
10/10/2019

Existe ALTA em GESTALT-TERAPIA?

Pode parecer contraditório com tudo que falo aqui na página escrever sobre “alta”. Afinal de contas, não é o gestalt-terapeuta aquele que não sabe o melhor pro cliente? Não é ele aquele que não decide nada, mas convoca e provoca o exercício da autonomia?

Tudo isso é verdade. A princípio, a ideia de alta em terapia parece paradoxal ou contraproducente. Entretanto, na experiência, a história é outra. Como em qualquer evento temporal, um processo terapêutico é composto de início, meio e fim.

O fim da terapia pode certamente ocorrer de forma abrupta. Talvez o cliente ache um outro lugar onde possa depositar suas ansiedades ou angústias. Talvez o terapeuta não tenha conseguido “captar” aquele afeto especial que precisava ser acolhido, e sua intervenção deixou de fazer sentido naquele campo terapêutico. Nesse caso, eu acreditaria ser melhor dizer: essa terapia acabou sem seu fim. Ela não foi até o final, não fechou a tal da gestalt.

Mas há outros casos, onde tudo parece acontecer naturalmente. As questões e problemas trazidos pelo cliente inicialmente, suas incapacidades, seus padrões estereotipados, tudo parece se esvaziar, perder a energia e a atenção que demandavam.

Aos poucos (frequentemente, bem devagar!) ele se apropria de suas próprias formas de viver e de não viver, de sentir e de sofrer, de manipular, delirar, destruir, de se alienar, de repetir.

E curiosamente, ao se apropriar, vez ou outra sente desejo de implicar-se nelas, seja para aceitá-las ou rejeitá-las, transformar-se ou transformar o mundo. Nossos clientes descobrem seu próprio poder e sua própria sensibilidade.

Chega um momento onde a assistência continuada do terapeuta parece parar de fazer sentido. O cliente já não necessita mais daquele “lugar” ou daquele “papel” ao qual, a princípio, convidava o terapeuta a fazer parte. O drama não mais se desenrola da mesma maneira, e talvez não haja mais necessidade que o faça.

Muitas vezes emocionado, com um sorriso bobo no rosto, o terapeuta percebe que não é mais necessário. Como tudo que é belo na vida, aquele momento acabou.

Psicólogo Matheus Ribeiro

O desenrolar dos dados sensíveis sob nosso olhar ou sob nossas mãos é como uma linguagem que se ensinaria por si mesma, ...
08/10/2019

O desenrolar dos dados sensíveis sob nosso olhar ou sob nossas mãos é como uma linguagem que se ensinaria por si mesma, em que a signif**ação seria secretada pela própria estrutura dos signos, e é por isso que se pode dizer, literalmente, que nossos sentidos interrogam as coisas e que elas lhe respondem.

Maurice Merleau-Ponty

04/10/2019

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São José, SC

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Matheus Ribeiro – Psicólogo Gestalt-Terapeuta 1) Quem sou eu? 2) O que esperar de uma sessão de Gestalt-Terapia? QUEM SOU EU? Meu nome é Matheus Ribeiro, e sou Psicólogo formado pela Universidade Federal de Santa Catarina e registrado no Conselho de Psicologia sob número 12/15598. Além disso, concluí também pós-graduação no curso de formação plena em Gestalt-Terapia do Instituto Granzotto de Psicologia. Tenho experiência de trabalho nos campos da saúde mental, saúde do trabalhador e atualmente trabalho com Psicologia Clínica em consultório particular. Por fim, sou apaixonado por escrever – você pode conferir meu trabalho mais de perto dando uma olhada nos textos sobre psicoterapia publicados nessa página. O QUE ESPERAR DE UMA SESSÃO DE GESTALT-TERAPIA? Trabalhando através de métodos que resgatam nossa criatividade, o Gestalt-Terapeuta é um profissional que preza por um contato espontâneo, que permita uma expressão emocional que resulte em crescimento. Para isso, utiliza desde o diálogo até técnicas expressivas e experimentos vividos no aqui-agora da sessão clínica. Não acredita saber o melhor para o cliente, não sabe de antemão o caminho a ser percorrido. Ao contrário, se faz disponível para caminhar junto, seja qual for o caminho que descobrirem juntos. Por isso, não há regras nas sessões. Ali encaramos o que de fato interessa, o que mobiliza, provoca, amendronta, afeta, machuca… enfim: encaramos a vida em toda sua intensidade, em suas dores e delícias. Acreditamos que ao se implicar na experiência, somos afetados e podemos então nos transformar, criando novas possibilidades existenciais e vivenciando nossos desejos. Caso tenha se interessado, marque um horário para uma consulta inicial ou tire suas dúvidas: Whatsapp: 48 9 9638-2762 Matheusribeiropsi@gmail.com Ou mande uma mensagem aqui mesmo na página! Atendimento Psicoterapêutico de adolescentes, adultos e casais no bairro Campinas, em Sâo José/SC. Rua Victor Meirelles, n.600. Centro Empresarial Orlando Odílio Koerich Tem um amigo ou parente com desejo ou necessidade de fazer terapia? Compartilhe o contato!