
04/03/2023
O uso de telas é comum na vida das famílias atualmente, benefícios e malefícios acompanham essa prática. O tempo de tela está se tornando maior e crianças em idades cada vez mais precoces têm acesso a celulares, computadores, tablets e televisões tanto em casa quanto em outros ambientes como escola, restaurantes, carros. O principal objetivo do uso de telas, nesse caso, não é educativo e sim fazer com que a criança fique "quieta".
O desenvolvimento infantil é muito acelerado nos primeiros 5 anos de vida e quando crianças pequenas estão assistindo telas isso pode fazê - las perder oportunidade de brincar com outras crianças e desenvolver suas habilidades sociais, além de ficarem sentadas e não terem oportunidade de melhor desenvolvimento motor e de coordenação motora fina e grossa. Geralmente as crianças estão chegando às salas de aula mal preparadas para escrever, cortar com tesoura ou fazer outras atividades que exijam força muscular nos dedos ocasionando despreparo a falta de atividades tradicionais como colorir, encaixar peças (por ex. lego), montar quebra cabeças.
Quando as crianças veem telas em grande quantidade (ou até mesmo em menor quantidade) pode acontecer uma hiperestimulação seja por desenhos, filmes, jogos ou mesmo aplicativos educativos. Esse estímulo em excesso gera uma saturação dos sentidos pois as crianças estão expostas a luzes coloridas e brilhantes, músicas repetitivas, trocas de cenas, recompensas imediatas (ex. mudar de nível em um aplicativo educativo ou jogo).
A saturação dos sentidos faz com que as crianças busquem de estímulos cada vez maiores, o mundo fora das telas se torna tedioso e surge a agitação, nervosismo e necessidade de procurar novos estímulos gerando inquietação. As consequências são ainda mais prejudiciais pois são crianças e adolescentes que podem ter baixo limiar à frustração, não conseguir esperar, não saber lidar com os sentimentos quando algo lhes é negado ou adiado.
Outro ponto prejudicial da hiperestimulação e excesso de telas é que as crianças e adolescentes não exploram os ambientes, não desenvolvem brincadeiras sem telas, recebem tudo pronto e acabam aprendendo que isso é o "normal". Por não se esforçarem e não buscarem possibilidades fora do mundo tecnológico podem se tornar passivos, sem iniciativa e até mesmo preguiçosos.