Marcia Britto de Macedo Soares - Médica Psiquiatra

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Marcia Britto de Macedo Soares - Médica Psiquiatra Consultório Médico - Psiquiatria - CRM: 62264-SP / RQE 78546
Estudou na Faculdade de Medicina-USP,

A saúde mental não se limita apenas a desequilíbrios neuroquímicos. Um número crescente de pesquisas aponta a inflamação...
22/07/2025

A saúde mental não se limita apenas a desequilíbrios neuroquímicos. Um número crescente de pesquisas aponta a inflamação como um fator relevante na fisiopatologia de diversas condições psiquiátricas, como depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar.

Essa perspectiva amplia o olhar sobre as origens e as possibilidades terapêuticas desses transtornos.
Um dos achados mais promissores nesse campo é o conceito do eixo intestino–cérebro, uma via de comunicação complexa entre o sistema digestivo, o sistema nervoso e o sistema imunológico.

Estudos têm demonstrado que a microbiota intestinal — o conjunto de microrganismos que habitam o intestino — pode influenciar diretamente o funcionamento cerebral.

A disbiose intestinal (desequilíbrio na composição da microbiota) pode induzir a ativação de respostas inflamatórias sistêmicas e no sistema nervoso central, e estaria associada a mudanças no comportamento, no humor e na cognição.

Revisões sistemáticas identificaram alterações na composição da microbiota intestinal em indivíduos com transtornos como esquizofrenia, depressão maior e transtorno bipolar.

A partir dessas descobertas, surgem novas possibilidades terapêuticas, como o uso de psicobióticos (probióticos com efeitos sobre a saúde mental), medicamentos imunomoduladores e estratégias nutricionais voltadas para a modulação da inflamação e da microbiota intestinal.

Os pesquisadores ressaltam que ainda são necessárias mais investigações para compreender com maior profundidade os mecanismos envolvidos.

Mesmo assim, é possível afirmar que a interação entre sistema imunológico, microbiota e cérebro representa um avanço significativo na compreensão dos transtornos mentais, abrindo caminho para abordagens mais integradas, personalizadas e eficazes no cuidado à saúde mental.

Referência:
OUABBOU S. et al. DOI: 10.1007/s12264-020-00535-1

Dra. Marcia B. Macedo Soares
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A leitura é uma prática enriquecedora. Por meio dela, ampliamos nossa visão de mundo, entramos em contato com o universo...
17/07/2025

A leitura é uma prática enriquecedora. Por meio dela, ampliamos nossa visão de mundo, entramos em contato com o universo interior e aprimoramos habilidades cognitivas, como a concentração e a memória. Mas a leitura pode ser mais do que um hábito intelectual — pode também se tornar uma aliada no cuidado com a saúde mental. É nesse contexto que surge a biblioterapia.

A biblioterapia é uma prática terapêutica que utiliza a leitura como ferramenta para aliviar o estresse, promover o autoconhecimento e estimular a expressão emocional. Pode ser aplicada em sessões individuais ou em grupo, com o objetivo de criar um espaço de acolhimento, reflexão e diálogo por meio da literatura.

Existem diferentes formas de conduzir essa prática. Na biblioterapia reflexiva, o foco está em estimular a pessoa a relacionar o conteúdo do texto com suas próprias vivências e emoções. Já a biblioterapia dialogada promove conversas entre os participantes, incentivando a troca de percepções e sentimentos despertados pela leitura. Há ainda a biblioterapia com escrita terapêutica, que combina a leitura com atividades de escrita como forma de expressão e elaboração de experiências.

As sessões podem ser conduzidas por psicólogos, biblioterapeutas ou educadores capacitados na área. Embora a biblioterapia não substitua tratamentos psicológicos ou psiquiátricos, ela pode atuar como uma terapia complementar, auxiliando no processo de autoconhecimento, na elaboração de emoções e no fortalecimento do vínculo com a própria história.

Dra. Marcia B. Macedo Soares
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As apostas acompanham o comportamento humano há milênios. No entanto, com os avanços da tecnologia, os jogos de azar tor...
16/07/2025

As apostas acompanham o comportamento humano há milênios. No entanto, com os avanços da tecnologia, os jogos de azar tornaram-se acessíveis a qualquer hora e lugar. Com poucos cliques no celular, é possível apostar em cassinos virtuais, jogos esportivos e plataformas de bets. Mas o que o uso excessivo do smartphone tem a ver com o aumento dos casos de vício em apostas?

Pesquisadores da Universidade de Freiburg, na Alemanha, observaram que pessoas que passam mais tempo no celular tendem a buscar gratificações imediatas — um padrão associado à maior impulsividade.

O estudo analisou a relação entre o uso de smartphones e a preferência por recompensas imediatas em 101 participantes. Os resultados sugerem que o tempo de tela pode estar relacionado a uma menor capacidade de adiar recompensas, o que fragiliza o autocontrole.

Além disso, os aplicativos de apostas são desenvolvidos com algoritmos que ativam o sistema de recompensa do cérebro, de forma semelhante ao que ocorre com dr**as, jogos eletrônicos e redes sociais. Notificações frequentes, bônus, rodadas grátis e a possibilidade de apostar a qualquer momento reforçam o ciclo de compulsão. Ou seja, quanto mais tempo passamos conectados, maiores são as chances de sermos capturados por estímulos que favorecem comportamentos impulsivos e repetitivos.

Diante desse cenário, é fundamental saber identificar os sinais de alerta. Apostar valores cada vez maiores, sentir necessidade de recuperar perdas, comprometer dinheiro destinado a despesas básicas, esconder o comportamento de familiares ou sentir ansiedade e irritação longe do celular são indicativos claros de que algo não vai bem. Nesses casos, buscar ajuda profissional é essencial. Reconhecer o problema é o primeiro passo para retomar o controle.

Referência:
ENDERT, TS et al. PLoS ONE, v. 15, n. 11, e0241383, 2020. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0241383

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Você já ouviu falar em te**es genéticos que podem indicar como uma pessoa responde a um medicamento? Essa área da medici...
10/07/2025

Você já ouviu falar em te**es genéticos que podem indicar como uma pessoa responde a um medicamento? Essa área da medicina se chama farmacogenética, e ela investiga como o seu DNA pode influenciar a forma como seu corpo metaboliza certos medicamentos.

Em psiquiatria, o principal foco está em identificar variantes genéticas que afetam a ação de enzimas como a CYP 3A4, CYP2D6 e CYP2C19 — envolvidas no metabolismo de muitos antidepressivos e antipsicóticos.

Na prática, isso significa que algumas pessoas metabolizam certas medicações muito rápido (reduzindo a eficácia), enquanto outras metabolizam muito devagar (aumentando o risco de efeitos colaterais). O teste pode ajudar o médico a aumentar doses ou evitar medicamentos com maior risco de efeitos colaterais para aquele perfil genético.

Mas atenção esses te**es não dizem qual remédio vai “funcionar melhor” no seu caso, nem substituem a avaliação clínica cuidadosa. Eles são mais úteis em situações específicas, como quando houve falha com várias medicações, quando há muitos efeitos adversos inesperados, em pacientes com histórico familiar de sensibilidade medicamentosa.

A decisão sobre quando solicitar um teste genético deve ser feita caso a caso, sempre com orientação médica. A genética é uma peça do quebra-cabeça — importante, mas não a única.

Dra. Marcia B. Macedo Soares
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A adolescência é uma fase intensa de mudanças — físicas, emocionais e sociais. Por isso, sentir ansiedade de vez em quan...
08/07/2025

A adolescência é uma fase intensa de mudanças — físicas, emocionais e sociais. Por isso, sentir ansiedade de vez em quando é absolutamente normal. Mas como diferenciar o que faz parte do desenvolvimento do que merece atenção?

A ansiedade saudável aparece em situações novas ou desafiadoras (provas, mudanças, interações sociais), ela vem e vai, sem impedir a rotina, e motiva o jovem a se preparar e buscar soluções.

São sinais de alerta a ansiedade muito intensa ou frequente, sem um motivo claro, a evitação persistente de atividades (escola, encontros sociais, sair de casa), queixas físicas recorrentes (dores, náuseas, insônia), a presença de o irritabilidade, choro fácil ou isolamento, e a queda no rendimento escolar ou uma mudança repentina de comportamento.

Esses sinais podem indicar um transtorno de ansiedade, que atinge cerca de 1 em cada 3 adolescentes em algum momento da vida (WHO, 2021).

O diagnóstico e o tratamento precoces podem evitar sofrimento prolongado e prevenir complicações como depressão, fobias ou abuso de substâncias.

Com escuta, acolhimento e acompanhamento especializado, é possível ajudar adolescentes a atravessarem essa fase com mais leveza e confiança.

Referências:
1. WHO (2021). Adolescent mental health. Disponível em: https://www.who.int

2. de Lijster JM, et al. The age of onset of anxiety disorders: a meta-analysis. Depression and Anxiety. 2016;33(4): 322–335 .

3. Muris, P. Normal and Abnormal Fear and Anxiety in Children and Adolescents. Elsevier, 2007. 373 p. (BRAT Series in Clinical Psychology). ISBN 978‑0‑08‑045073‑5.

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O Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta a memória, o pensamento e o comportamento. Com o temp...
03/07/2025

O Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta a memória, o pensamento e o comportamento. Com o tempo, compromete a autonomia do indivíduo, tornando tarefas simples cada vez mais difíceis. Embora não exista cura, o diagnóstico precoce pode retardar o avanço da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Uma pesquisa brasileira, iniciada em 2012 pelo professor Gustavo Alves Andrade dos Santos — doutor em Biotecnologia e pesquisador colaborador da Unicamp — investiga o uso da saliva como ferramenta para detectar precocemente o Alzheimer. O objetivo é identificar sinais da doença até 20 anos antes dos primeiros sintomas.

A saliva é um fluido biológico rico em biomarcadores, substâncias que sinalizam alterações fisiológicas ligadas a diferentes condições médicas. Entre eles está a proteína tau hiperfosforilada (p‑tau), cuja elevação tem sido associada ao Alzheimer. O exame proposto é simples, não invasivo e de baixo custo — um grande avanço para triagem e acompanhamento da doença.

Detectar o Alzheimer ainda em fase pré-clínica pode permitir intervenções mais precoces, como o controle de fatores de risco e o acompanhamento médico.

Essa linha de pesquisa reforça a importância do investimento contínuo em ciência e tecnologia no Brasil. Iniciativas como a do professor Gustavo dos Santos mostram que o país pode contribuir de forma significativa para o enfrentamento de doenças que afetam milhões de pessoas no mundo todo.

Referências:
1. Santos GA et al. Prospecting salivary tau as a diagnostic for Alzheimer’s type dementia. Dement Neuropsychol. 2025;19:e20240253 .
2. Santos GAA et al. The salivary Tau protein as a biomarker for Alzheimer’s disease. Alzheimer’s & Dementia. 2021;17(S5):e053217.
3. Santos GAA et al. Salivary tau as a probable diagnostic method for Alzheimer’s disease. Alzheimer’s & Dementia. 2023;19(S15):e074321.
4. Santos GA et al. Evaluation of salivary levels of beta amyloid in patients with Alzheimer’s disease. Alzheimer’s & Dementia. 2023;19(S2):e064517.

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Em um mundo cada vez mais digital, escrever à mão pode parecer um hábito ultrapassado. No entanto, essa prática oferece ...
01/07/2025

Em um mundo cada vez mais digital, escrever à mão pode parecer um hábito ultrapassado. No entanto, essa prática oferece diversos benefícios para o funcionamento cerebral — especialmente em áreas ligadas à memória, concentração, coordenação motora e regulação da ansiedade.

Ao escrever com papel e caneta, o cérebro ativa regiões que não são tão estimuladas durante a digitação. Um estudo publicado na Frontiers in Behavioral Neuroscience mostrou que a escrita manual aumenta a atividade do hipocampo e de áreas visuais do cérebro, favorecendo a consolidação da memória de longo prazo¹.

Outro experimento clássico revelou que estudantes que tomavam notas à mão retinham melhor o conteúdo e compreendiam mais profundamente os conceitos, em comparação com aqueles que digitavam².

Além disso, pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) observaram que a escrita manual ativa circuitos cerebrais mais amplos, promovendo maior conectividade neural³⁴. Isso se reflete em melhorias na memória, na coordenação motora fina e na atenção sustentada.

Escrever à mão também pode ser uma ferramenta útil para a regulação emocional. Manter um diário manuscrito, por exemplo, pode reduzir sintomas de ansiedade e estresse. O ato físico de escrever ajuda a organizar os pensamentos, o que contribui para acalmar a mente.

Reservar momentos para escrever à mão — seja ao fazer anotações, manter um diário, escrever cartas ou praticar caligrafia — pode fortalecer funções cognitivas e favorecer a saúde mental. Um hábito simples, mas com efeitos profundos sobre o cérebro.

Referências
1. Umejima K et al. (2021) https://doi.org/10.3389/fnbeh.2021.707939

2. Mueller PA; Oppenheimer DM (2014)
https://doi.org/10.1177/0956797614524581

3. Van der Meer ALH; van der Weel FR(2017) https://doi.org/10.3389/fpsyg.2017.00706

4. Van der Weel FRR; Van der Meer ALH (2024) https://doi.org/10.3389/fpsyg.2023.1219945

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A Doença de Parkinson não afeta apenas os movimentos. É uma condição neurológica progressiva que, além de tremores, rigi...
26/06/2025

A Doença de Parkinson não afeta apenas os movimentos. É uma condição neurológica progressiva que, além de tremores, rigidez e lentidão, pode impactar profundamente a saúde mental. Alterações de humor, ansiedade, depressão e apatia são comuns e têm origem em mudanças neuroquímicas no cérebro, envolvendo dopamina e serotonina.

Cerca de 30% dos pacientes apresentam depressão e até 40% sofrem com ansiedade, às vezes antes dos sintomas motores. Também pode haver lentidão no pensamento, dificuldades de atenção e problemas de memória, especialmente nas fases avançadas, o que agrava o sofrimento emocional.

O tratamento medicamentoso ajuda nos sintomas motores, mas o cuidado com a saúde mental é essencial. Acompanhamento psicológico, uso de medicamentos psiquiátricos e apoio de uma equipe multiprofissional fazem diferença. Atividade física, relaxamento, grupos de apoio e rotina estruturada também contribuem para o bem-estar.

Se você ou alguém próximo convive com o Parkinson, saiba que não está sozinho. Com apoio adequado, é possível enfrentar os desafios com mais equilíbrio e qualidade de vida.

Referências:
1. Aarsland, D. et al. (2017). Neuropsychiatric symptoms in Parkinson’s disease – beyond dopamine. Nature Reviews Neurology, 13(5), 217–231. https://doi.org/10.1038/nrneurol.2017.27

2. Friedman, J. H. (2019). The Neuropsychiatric Symptoms of Parkinson’s Disease. Journal of Neuropsychiatry and Clinical Neurosciences, 31(1), 7–12. https://doi.org/10.1176/appi.neuropsych.18080158

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Durante o verão em países escandinavos, por exemplo, o fenômeno do “sol da meia-noite” impede que a noite fique realment...
24/06/2025

Durante o verão em países escandinavos, por exemplo, o fenômeno do “sol da meia-noite” impede que a noite fique realmente escura.

Essa exposição prolongada à luz natural afeta diretamente o nosso ritmo circadiano — o sistema interno de 24 horas que regula o sono, a liberação hormonal, a temperatura corporal e outros processos vitais.

Por que a escuridão é tão importante?
A produção de melatonina, conhecida como “hormônio do sono”, depende da ausência de luz. Quando a escuridão não ocorre, a secreção de melatonina é suprimida, prejudicando a indução e a manutenção do sono profundo e reparador.

Os principais efeitos observados são dificuldade para adormecer, sono superficial e despertares noturnos; alterações de humor: aumento da irritabilidade, ansiedade e até sintomas de depressão de verão, e também comprometimento cognitivo, com prejuízo da memória, atenção e capacidade de tomada de decisão.

Desregulação metabólica, com maior risco de resistência à insulina, ganho de peso e inflamação sistêmica, elevação da pressão arterial e aumento do risco de eventos cardíacos podem também ocorrer.

Como proteger o organismo? Uso de máscaras de dormir e cortinas blackout para manter o ambiente escuro, redução da exposição à luz intensa no final da tarde e à noite e manutenção de horários fixos para dormir e acordar ajudam a reforçar a regularidade do ciclo circadiano.

A escuridão não é apenas ausência de luz: ela é um sinal biológico fundamental para a nossa saúde física e mental.

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É possível que duas ou mais pessoas compartilhem os mesmos delírios? Sim. Isso pode acontecer em casos de transtorno psi...
19/06/2025

É possível que duas ou mais pessoas compartilhem os mesmos delírios? Sim. Isso pode acontecer em casos de transtorno psicótico compartilhado (folie à deux), um fenômeno raro em que uma pessoa com delírios persistentes influencia outra — geralmente alguém com forte vínculo afetivo ou de dependência — a adotar as mesmas crenças delirantes.

Esse tipo de transtorno costuma ocorrer entre familiares, casais ou membros de grupos fechados, em contextos marcados por isolamento social e rigidez nas relações. As pessoas envolvidas tendem a se afastar do convívio externo, a desconfiar de todos ao redor e a perder a capacidade de perceber que estão vendo o mundo de forma distorcida.

Há também os chamados episódios psicogênicos coletivos, que podem ser confundidos com o transtorno psicótico compartilhado. Nesses casos, os sintomas não têm base orgânica, mas se espalham por sugestão ou medo em contextos grupais. Esses quadros costumam ser classificados em dois tipos:

• Agudos, quando surgem repentinamente em resposta a uma situação estressante ou ameaçadora, como pânico coletivo;

• Crônicos, quando se desenvolvem e persistem por mais tempo, exigindo investigação mais profunda e criteriosa.

O tratamento envolve avaliação psiquiátrica cuidadosa, apoio psicossocial e, em muitos casos, a separação temporária entre os envolvidos para interromper a retroalimentação dos delírios. Com intervenção adequada, é possível restabelecer a saúde mental e os vínculos com a realidade.

Referências:
1. American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5-TR). 2022.

2. Arnone D, Patel A, Tan GM. The nosological significance of Folie à Deux: a review of the literature. Ann Gen Psychiatry. 2006;5:11. doi:10.1186/1744-859X-5-11

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Nas últimas décadas, tem crescido o número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em vários países. Mas...
17/06/2025

Nas últimas décadas, tem crescido o número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em vários países. Mas isso não significa, necessariamente, que o número de pessoas autistas esteja aumentando. O que mudou foi a forma como o autismo é compreendido, identificado e diagnosticado.

Hoje sabemos que o espectro é amplo: ele abrange desde pessoas com altas necessidades de apoio até aquelas que levam uma vida independente, mas apresentam dificuldades de interação social, comunicação sutil ou padrões repetitivos de comportamento.

Antigamente, o diagnóstico era mais restrito e frequentemente voltado a casos graves, geralmente em meninos, com sinais evidentes desde a infância. Mas hoje há maior reconhecimento de que meninas, mulheres e pessoas com inteligência média ou alta podem mascarar os sintomas — o chamado camuflagem social — e, por isso, passam despercebidas por muitos anos.

Outro fator relevante é o aumento da conscientização. Mais pessoas têm acesso a informações sobre o espectro, identificam traços em si mesmas ou em familiares e buscam avaliação profissional.

Do ponto de vista científico, ainda se estudam possíveis fatores ambientais associados ao autismo, como idade avançada dos pais, prematuridade ou complicações perinatais. No entanto, o componente genético continua sendo o principal determinante, e os fatores ambientais parecem ter impacto limitado.

Ou seja: o que vemos hoje não é um aumento real na prevalência do autismo, mas sim uma mudança cultural e diagnóstica. Ampliaram-se os critérios, melhorou o acesso à saúde e começamos a enxergar com mais sensibilidade e precisão as diferentes formas de ser autista.

Referências:
1. Lord C, Charman T, Havdahl A, et al. The Lancet Commission on the future of care and clinical research in autism. Lancet. 2022;399(10321):271-334. doi:10.1016/S0140-6736(21)01541-5

2. Zeidan J, Fombonne E, Scorah J, et al. Global prevalence of autism: A systematic review update. Autism Res. 2022;15(5):778-790. doi:10.1002/aur.2696

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Por que alguém fingiria estar doente, mesmo sem ter nenhum problema físico real? Embora pareça difícil de entender, esse...
12/06/2025

Por que alguém fingiria estar doente, mesmo sem ter nenhum problema físico real? Embora pareça difícil de entender, esse comportamento tem nome e é reconhecido pela psiquiatria: trata-se do transtorno factício, antes conhecido como Síndrome de Münchausen.

Pessoas com esse transtorno sentem uma necessidade intensa de ocupar o papel de paciente. Para isso, podem inventar sintomas, exagerá-los ou até provocar lesões em si mesmas, buscando atenção médica, cuidados ou empatia.

Importante: isso não acontece por maldade e não deve ser reduzido à ideia de “querer chamar atenção”. É um sofrimento psíquico real, frequentemente ligado a traumas, abandono emocional ou experiências precoces de doença.

O transtorno factício pode trazer consequências graves: além de intervenções médicas desnecessárias, muitas vezes invasivas, a pessoa pode se isolar, enfrentar angústia intensa e apresentar quadros como depressão, ansiedade ou transtornos de personalidade. O diagnóstico é complexo e, muitas vezes, demorado — o que perpetua o ciclo de sofrimento.

O tratamento exige escuta, vínculo terapêutico e manejo cuidadoso, com acompanhamento psiquiátrico e psicoterapêutico. Em alguns casos, pode incluir medicação para sintomas associados, como depressão ou ansiedade severa.

Falar sobre esse transtorno é essencial. Ele existe e precisa ser tratado com empatia e responsabilidade clínica — não com julgamento.

Fontes:
• American Psychiatric Association. (2022). DSM-5-TR: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – Texto Revisado.

• Yates, G. P., & Feldman, M. D. (2016). Factitious Disorder: A Systematic Review of 455 Cases in the Professional Literature. General Hospital Psychiatry, 41, 20–28.

• Bass, C., & Halligan, P. (2014). Factitious disorders and malingering: Challenges for clinical assessment and diagnosis. The Lancet, 383(9926), 1422–1432.

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