12/05/2025
“A Filha Perdida” é um filme disponível na netflix também baseado num livro do mesmo nome da autora Elena Ferrante. Na história do filme vemos a personagem Leda tirando férias na Itália e se deparando com uma família extremamente barulhenta, focando sua atenção numa jovem mãe com sua filha pequena e sua boneca. As interações e observações de Leda a fazem refletir sobre sua própria vida e passado, principalmente na sua relação com a maternidade e o fato de ter deixado suas duas filhas com o pai após o divórcio para voltar a se descobrir como mulher e seu lugar ao mundo.
O filme traz vários pontos importantes a serem discutidos, refletidos e repensados sobre o ideal da maternidade, a romantização de “ser mãe” e como nos apegamos à ideais de papéis sociais que muitas vezes não condizem com a nossa realidade como pessoas. Dá uma visão de sentimentos muitas vezes negativos quando vamos contra o esperado socialmente em relação ao ser imaculado que é a mãe. Vemos uma mulher cansada, infeliz e pouco afetuosa que mesmo sentindo a liberdade de escolher deixar as filhas com o pai para uma vida melhor (a todos os envolvidos) carrega por anos sentimentos de culpa, sofrimento e remorso.
Conseguimos aprofundar na construção de Leda como uma mulher, sua complexidade, ambivalência e personalidade que não são definidas pelo simples fato de ter se tornado uma mãe em sua juventude. Acompanhamos seus desejos e o lado da maternidade que nem sempre nos é exposto: o quanto é difícil, dolorido e nem um pouco perfeito em toda sua prática. Leda é nos colocada como uma mulher real, assim como suas filhas.
A romantização da maternidade é nociva não apenas para quem é mãe, mas para todos os filhos e pessoas que ficam presas a expectativas e reféns de suas frustrações. É uma história incômoda mas que humaniza as relações e vivências de cada personagem. São muitos os pontos importantes que gostaria de colocar aqui, mas não cabe rs
Se você já assistiu ou já leu, me conta o que achou! Se ainda não viu/leu recomendo!