28/06/2024
O ano era 2017 e eu absolutamente sem voz apresentei o trabalho de conclusão de curso. Aproveito para agradecer minha orientadora e pessoa incrível que me ajudou em níveis que ela nem deve imaginar. Obrigada, Dani!
Mas queria aproveitar a lembrança para contar um pouco sobre essa época: 22 anos, curiosa e muito crítica. Tema do trabalho: a medicalização do sofrimento psíquico na contemporaneidade. Pauta mais do que atual, considerando o aumento recorde (especialmente no Brasil) do uso de psicotrópicos para o manejo do sofrimento.
Explicando brevemente: a medicalização é quando algo multidimensional é reduzido a um problema médico, fisiológico e de disfuncionalidade. A medicação é uma ferramenta, apenas. Ferramenta esta que em muitos casos é indispensável.
Mas vale lembrar que o sofrimento é um fenômeno complexo, amplo, individual e, ao mesmo tempo, coletivo, além de ser inerente à condição de existência. Entender as nuances, causas, ferramentas para lidar, questões de diversas ordens e o próprio olhar da sociedade sobre isso é mais do que preciso (a perspectiva de que é algo que devemos evitar custe o que custar).
E é absolutamente necessário que essa discussão vá para além das salas de aula e livros. Por isso busque informações, estude, reflita, faça trocas, e se precisar de ajuda profissional invista, busque pessoas com formação, base científica, que ofereça atendimento de qualidade (não vale consulta de 5, 10 minutos) e principalmente que o veja em sua complexidade e potenciais. Caso contrário, estará contribuindo para o próprio adoecimento.
Saúde mental importa! 🤍