10/04/2025
Hoje é meu dia. E antes de qualquer celebração, eu escolho sentir.
Gosto de refletir sobre o ano que passou e tudo o que venci.
Também olho para o que não deu certo, para as minhas falhas, dores e mancadas.
O Instagram trouxe pra gente uma visão “margarina” da vida dos outros.
Mesmo sabendo que não é bem assim, a gente teima em acreditar.
Achamos, quase sempre, que estamos no pior cenário.
Nos sentimos assim — além de outras razões singulares — porque temos dificuldade de nos enxergar por inteiro.
Porque nos cobramos demais.
E nos validamos de menos.
Porque só postamos as alegrias, os acertos, as conquistas.
Hoje, por exemplo: uma pessoa que não gosta de mim não vai fazer um post dizendo “Não gosto da Erika.”
Vou receber só coisas boas.
E por isso, hoje parece um dia doce de mim.
É o dia do Instagram.
O dia perfeito.
Cheio de gente que me ama, me dizendo que me ama.
O dia em que tudo o que eu faço é validado. E perdoado.
O dia em que eu posto coisas maravilhosas.
Mas os dias são mais complexos do que isso.
Cheios de achismos nossos.
E com pouco contato com a realidade.
É mais fácil acreditar que a vida do outro é perfeita e a nossa, um caos.
Assim, a gente justifica a dor.
A angústia.
O buraco. Como psicóloga, eu sei o quanto isso é real.
É por isso que me conecto tanto com a minha profissão.
A maior fatia de mim é feita de emoções.
Mas tem outra que é de dissociação e festa.
A gente precisa das duas pra viver.
Eu sou feliz, sim, na maior parte do tempo.
Mas eu enxergo o mundo.
E também sofro.
Tenho passado.
Tenho dores.
Tenho medos. Muitos.
Mas eu trabalho para vencê-los.
E é por isso que estou aqui, hoje, me sentindo com licença poética para compartilhar isso com vocês.
E me parabenizar — sem achar que isso é prepotente.
Porque eu mereço.
Feliz vida pra mim.
Com tudo que sou. Tudo que sinto. E tudo que ainda vou me permitir ser.