Consultório de Psicanálise Vieira Fazenda

Consultório de Psicanálise Vieira Fazenda Clínica, supervisão, ensino e pesquisa em Psicanálise e Psicologia.

Acredito que todos tenham lido a coluna da  ontem (ou ao menos ouviram falar), a qual dizia que a cantora Marília Mendon...
08/11/2021

Acredito que todos tenham lido a coluna da ontem (ou ao menos ouviram falar), a qual dizia que a cantora Marília Mendonça sempre foi uma “gordinha que brigava com a balança".
É bem impressionante que, mesmo diante de uma morte trágica como essa, um homem ainda se sinta à vontade para fazer comentários sobre o corpo e aparência de uma mulher. Que um homem (que sequer a conhecia) ainda tente contar a história de uma mulher, falar sobre e por ela.

O alcance que essa cantora teve em tão pouco tempo, o alcance que ela teve com seu projeto “todos os cantos”… assim como o seu alcance vocal - que era brilhante, parece que não foram suficientes para alcançar o tão alto crivo do colunista, sobre como deveria ser uma cantora de sucesso. ontem resumiu de maneira muito genial, que o seu grave forte e o seu grande alcance vocal fazem uma afirmação da mulher como sujeito. Mas não só isso, a mulher enquanto sujeito aparecia de maneira clara nas suas músicas e também nas suas atitudes.

E talvez esse seja o maior incômodo. Nem todos sabem lidar com uma mulher que se coloca como sujeito. Mulheres que sabem sustentar seus próprios desejos.
É preciso lembrar que, não a toa, muitas mulheres estão mergulhadas em tentativas incessantes para atingir determinados padrões de beleza, e nada, exerce maior controle e silenciamento dos corpos femininos do que o aprisionamento a tais padrões.

Marília foi uma mulher que se fez escutada, falando em nome próprio e em um meio predominantemente masculino. Sua voz continuará ecoando em todos os cantos..

Muito antes das redes sociais, Contardo já transmitia a psicanálise de forma mais democrática, apesar das críticas de se...
31/03/2021

Muito antes das redes sociais, Contardo já transmitia a psicanálise de forma mais democrática, apesar das críticas de seus pares.
Falava para ser entendido. Sem perder o rigor.
Com certeza essa era das coisas que eu mais admirava nele.

Que triste a notícia de seu falecimento. Principalmente em tempos como esse.

A mim f**a a sua enorme contribuição para a psicanálise no Brasil, suas crônicas na Folha, a potência ao falar sobre amor e principalmente a máxima de que ”Não quero ser feliz. Quero é ter uma vida interessante”.

Obrigada por tanto!

“Não descreveremos aqui como procede o analista em sua intervenção. Ele opera em dois registros, o da elucidação intelec...
26/02/2019

“Não descreveremos aqui como procede o analista em sua intervenção. Ele opera em dois registros, o da elucidação intelectual, pela interpretação, e o da manobra afetiva, pela transferência; mas, fixar os tempos delas é uma questão de técnica, que as define em função das reações do sujeito; ajustar sua velocidade é uma questão de tato, pelo qual o analista é alertado sobre o ritmo dessas reações.”

- Lacan falando sobre o lugar do analista e seu manejo, em 1936 -

13/10/2018

Arte Mídia Ninja   Jornal GGN - Entidades Psicanalíticas Brasileiras se posicionam contra o retrocesso representado pelo candidato Jair Bolsonaro. Em carta aberta, dezoito entidades afirmam que

11/10/2018

*SER ANALISTA SOB O ÓDIO*
Por Ilana Katz

Alguém, dilacerado, conta que apanhou em casa por defender suas posições e, na sessão seguinte, outro alguém refere como fake new o que a colega conta sobre amigos homossexuais sofrerem agressões. Alguém diz que não pode votar em corrupto, xinga os corruptos, odeia os corruptos e inflama ao dizer que as instituições da República vão controlar a misoginia e o racismo de Bolsonaro, e renova seus votos. Entra depois a menina que sofreu constrangimento público no metrô por vestir , e nem pessoa nem instituição nenhuma correu em seu socorro.
Essas não são conversas de whatsapp.
Nas duas últimas semanas, o ódio deitou no meu divã e não saiu mais. Entra e sai gente: criança, adulto, adolescente, e esse é o tipo de afeto que circula.
Desde o final do primeiro turno, o ódio tomou mais corpo. Mais corpos. Ouço as histórias, tento escutar, procuro as sutis diferenças. No esforço de escutar esses sujeitos, brigo comigo para abandonar o ritmo do WhatsApp. Aqui, assim como lá, não há trégua porque não há outro tema. Há odiados e odiadores. E eu aprendo, mais uma vez, que ódio varia pouco, e permite poucas variações também.
As palavras em looping não permitem que o sujeito possa se dizer. São as mesmas palavras que ocupam o discurso de uns (corrupção-ladrão- quadrilha-dinheiro-justiça. Eu-não-sou-idiota), e o mesmo medo que distribui os termos dos outros (fascismo-direitos sociais-apanhar-fugir-lutar. Medo-pânico-medo).
O antipetismo é um nome para o ódio. De novo, palavras que encurtam o dizer: autocrítica, criminoso, preso, poste. São palavras que falam de todos e de tudo ao mesmo tempo. Mas, o que dizem para quem diz de quem diz?
O estancamento do dizer é uma tarefa do analista na clínica. É preciso fazer isso trabalhar. É preciso procurar a ligação particular entre esses termos em cada história. Drenar o ódio e oferecer a chance da subjetivação das experiências. Como direção, tocar o gozo, alçar responsabilidade subjetiva.

Por força e exercício do ofício de psicanalistas, sabemos o que a palavra quer dizer como possibilidade para o sujeito e para suas formas de laço. Para que seja possível um viver com os outros.
É assim que aprendemos que psicanálise e democracia se fazem valer do mesmo princípio condicionante, que é a circulação livre das palavras. A diferença entre clínica e espaço público guarda a também fundamental diferença dos níveis de tratamento que a palavra que circula deve receber. A tão famosa neutralidade do analista só vale se, sustentada no Desejo do Analista, garantir a possibilidade de que aquele que fala seja o mais livre possível na sua relação com o que diz.
No exercício do seu ofício, um psicanalista suporta, em sua clínica, a hiância entre o singular e o coletivo que o sintoma sustenta.
Por força e exercício do ofício, um psicanalista se responsabiliza pelo que a psicanálise e a clínica lhe ensinam sobre o que é o controle do dizer, que é também o controle do pensar e do limite do gesto de um outro.
Por força e por exercício do ofício, um psicanalista não pode recuar no espaço público diante da ameaça à democracia. Não pode se curvar ao ódio, e não deve responder especularmente ao ódio.
Para que os odiadores e os odiados possam seguir deslocando-se de seus lugares e posições, para que possamos achar palavra e movimento, hoje desdobro minha condição de psicanalista em direção à cidade para dizer

02/07/2018
28/08/2017

Sobre o dia do Psicólogo

Passei as últimas semanas refletindo muito sobre o lugar da psicologia e da psicanálise em tempos tão nefastos como estes. E hoje, animado pelo desejo de escrever para o dia do psicólogo, só consegui pensar na dimensão política que nossa escuta carrega de maneira inerente e na importância de oferecermos a escuta e a fala para fins clínico-políticos... éticos, em última instância.

Para este dia, desejo que possamos todos, em maior ou menor escala, oferecer um espaço onde o sujeito possa falar e se escutar para além dos nossos frágeis e apequenados narcisos, o do psicólogo e o do paciente. Espaço onde o dizer, sentir, viver e apostar sejam sempre bem vindos.

Desejo também que nós, psicólogos, possamos cada vez mais contribuir para que o encontro, e seu inexorável companheiro, o desencontro, sejam lugares menos violentos, para nós e para o outro. Que possamos suportar, ser suporte e ponte para um além que jamais fique aquém do existir, exatamente por levar em conta, colocar na conta e contar com o desencontro. Desencontro este que, por excelência, é vida, pois pulsa, expulsa e impulsiona para lugares incríveis, inimagináveis, intangíveis em nossa pequena soberba do encontro pelo encontro.

Por fim, desejo do fundo do coração, que possamos, cada vez mais, ser felizes ao olhar para tudo aquilo que tentamos às duras custas excluir de nós. Que nós possamos garantir uma caverna em que sombras e realidade possam produzir um diálogo, para que não esqueçamos, de forma alguma, que só há sombra, porque em algum lugar há luz e que ambas fazem parte de nossa complexa e incrível arte de viver.

Equipe do Consultório de Psicologia Vieira Fazenda.

10/08/2017

Corpo Clínico:

Enzo Cléto Pizzimenti
Psicanalista; psicólogo formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Acompanhante Terapêutico. Mestrando do Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia - USP. Membro do Laboratório Psicanálise Sociedade e Política (PSOPOL - USP). É terapeuta e coordenador de grupos no Instituto de Desenvolvimento e Pesquisa em Saúde Mental e Psicossocial A Casa, onde realizou sua formação em Clínica das Psicoses. Coordena grupos de estudo e trabalho relacionados à transmissão e pesquisa em psicanálise, saúde mental e suas interlocuções.
Contato: 98321-5301

Juliana Capucho Rossi
Graduada em psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui especialização em Sexualidade Humana pela Faculdade de Medicina da USP.
Desde 2013 atua em consultório particular.
Durante 5 anos foi integrante do ambulatório do setor de ginecologia da Faculdade de Medicina do ABC. Ali, coordenou grupos de psicoterapia no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) em conjunto de uma equipe multidisciplinar. Seus interesses de estudo se situam no campo da psicanálise, sendo de maior ênfase em questões da clínica psicanalítica, feminilidade, maternidade e relacionamentos afetivos.
Contato: 98489-0232

No próximo dia 21 de agosto, segunda-feira, apresento uma discussão acerca da direção do tratamento em equipamentos de s...
09/08/2017

No próximo dia 21 de agosto, segunda-feira, apresento uma discussão acerca da direção do tratamento em equipamentos de saúde mental e a direção em um setting mais clássico, o consultório, acompanhado do divã. Pretendo discutir os encontros e desencontros destas duas apostas clínicas, baseadas e investidas desde a ética da psicanálise, tomando como ponto de partida e chegada a escuta do sujeito. Os textos base para o desenvolvimento da questão serão O início do tratamento (FREUD, 1913), A direção do tratamento e os princípios de seu poder (LACAN, 1958) e o livro Psicanálise e Psicoterapia (ZYGOURIS, 2011).

O Evento é gratuito e acontece no Fran's Café da Rua Tomás Carvalhal, 449, Paraíso. Entretanto, se faz necessário reservar vaga pelo e-mail: contato@ilpc.com.br.

Aguardo vocês por lá.
Abraço.

Enzo.

Registro de sábado - conversa ato na Praça da República - feito pela Grazie Pacheco e Frederico Moreira (DocVozes)! Fico...
08/06/2017

Registro de sábado - conversa ato na Praça da República - feito pela Grazie Pacheco e Frederico Moreira (DocVozes)! Ficou lindo!!!

Sábado dia 03 de junho de 2017, psicanalistas foram às ruas propor uma conversa-ato reagindo às medidas violentas tomadas pelas gestões da Prefeitura e do Es...

03/06/2017

Endereço

Vila Mariana, SP

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