04/11/2025
Quando a maturidade chega…
Eu, que sempre fui uma pessoa precoce em tudo na vida, me sinto à vontade para falar dessa tal maturidade. Embora, aos 50 anos, em muitos momentos eu me sinta como uma adolescente, saltitante, feliz e sem conta pra pagar… (rsrsrs)”
Vamos lá… quero deixar aqui uma reflexão sobre a minha trajetória pessoal.
Muitas vezes, o raso traz uma ideia de profundidade e o inverso, o que é genuinamente profundo, pode parecer simples demais para ser notado.
A maturidade ensina essa diferença: nem tudo que brilha é verdadeiro, e nem tudo que é silencioso é vazio.
Com o tempo, algumas coisas se desencantam, não porque perderam o brilho, mas porque pararam de nos enganar.
A lucidez que vem com o amadurecimento dissolve ilusões com delicadeza, sem amargura. O olhar maduro não precisa mais se deslumbrar com o que é raso, nem insistir no que não cabe.
O encanto não desaparece, ele apenas muda de lugar. Deixa as aparências e passa a morar na coerência, nos gestos sutis, nas presenças inteiras. Sem desconfiança, eu diria que esse encanto encontra um lugar mais seguro e sereno.
A falsa profundidade encanta rápido, mas se esvai na primeira contradição. A verdadeira, essa sim, cresce no silêncio, floresce no tempo e se sustenta sutilmente, como se ali, ela sempre existiu.
No fim, amadurecer me parece que podemos enxergar com clareza o que antes parecia mágico e descobrir que o real, quando é autêntico, também encanta. Apenas de outro modo: com verdade, com calma, com alma.
Erika Lee | CRP 06/148502