
09/06/2025
Ser um profissional do cuidado em saúde é acompanhado de momentos maravilhosos, mas também por outras situações que envolvem desfechos traumáticos. Infelizmente, às vezes a morte é inevitável e independe de um cuidado seguro, individualizado, humanizado e de qualidade. Não existe risco zero, e precisamos falar sobre isso.
Desfechos negativos vêm acompanhados de luto, dor e inconformidade, um sentimento que nos impele a buscar explicações, justificativas que não mudariam desfechos. É parte do processo fazer esses questionamentos e é claro que algumas vezes é possível encontrar mudanças a serem feitas no cuidado, mas nem sempre isso acontece. Até mesmo o profissional mais atualizado e cuidadoso não está isento de riscos e fatalidades.
Reconhecer isso não é desistir da excelência nem diminuir o quão devastadoras são as perdas, mas sim sustentar uma prática mais honesta, ética e humana com os pacientes, com as famílias e com quem cuida. Falar sobre a morte é também abrir espaço para o luto dentro das equipes, acolher a dor sem silenciar, e lembrar que, mesmo diante da perda, o cuidado existe. E isso importa.