
18/02/2025
E quando a televisão é a rede de apoio da mãe?
E quando, por trás da terceira hora de tablet, existe uma mulher tentando finalizar uma entrega urgente?
Quando há um marido ausente ou que trabalha fora; quando a criança está doente em casa ou de férias; quando não existe um pai ou outra mãe; quando não há rede de apoio para aliviar a carga mental de quem precisa cuidar da casa, preparar almoço, dar remédio, trabalhar, preparar a mochila, tomar banho, dar banho, cuidar de outra(s) criança(s), às vezes de um bebê pequeno, a tela vira um mecanismo de sobrevivência. E quem vai julgar essa mãe?
Sabemos de todos os prejuízos do excesso de telas (e eles são reais). Mas pensar em uma solução para a diminuição do tempo de exposição aos gadgets passa não só por dicas de como entreter a criança, mas por uma mudança na nossa configuração social na qual as mulheres são, muitas vezes, as únicas responsáveis pelo trabalho de cuidado (da casa, das crianças), mesmo quando trabalham.
Quais ferramentas estamos oferecendo, enquanto sociedade, para que as telas não sejam a única possibilidade de assistência para uma mãe sobrecarregada?
Que atire a primeira pedra quem cuida sozinha/o de uma criança e nunca precisou de um apoio que não existe.