18/12/2024
Ontem, ao finalizar o dia, me lembrei de falar sobre os três pilares diagnósticos na Ginecologia. É muito comum que a paciente na primeira consulta queira logo mostrar os exames e ir direto ao assunto. Muitas vezes, a paciente e até os familiares já desejam uma opinião no início ou no meio da consulta. Entendo a ansiedade que um diagnóstico de câncer pode gerar, mas é importante saber que existe uma rotina diagnóstica que sempre devemos seguir, na ordem correta:
Primeiro: a anamnese
Além de perguntar diretamente sobre os sintomas atuais, também investigamos fatos importantes que influenciam uma cirurgia e os cuidados pós-operatórios. Por exemplo, se a paciente for tabagista, fico ainda mais alerta em relação ao risco de trombose. Se a paciente tiver um histórico de cirurgia ortopédica, atenção especial é dada ao posicionamento antes da cirurgia, pois ela pode ter alguma limitação de movimento no quadril, por exemplo. Existe uma infinidade de detalhes que precisamos saber para conduzir um processo cirúrgico da forma mais segura possível.
Segundo: o exame físico
Na ginecologia, este é um item de extrema importância. Um exame físico aparentemente simples, como o toque va**nal, pode revelar muito: o tamanho do útero, se ele é móvel ou fixo, os ligamentos ao redor, a presença de dor e se ela corresponde mais à endometriose ou infecção, além de avaliar os ovários, entre outros. Veja quanta informação obtemos com um simples toque va**nal. E estou falando de apenas uma pequena parte do exame físico.
Terceiro: exames laboratoriais (imagem e de sangue)
Eles são importantes, mas não mais do que a anamnese e o exame físico. Eu mesmo uso o aparelho de ultrassom em algumas cirurgias e valorizo muito as imagens de ultrassom e ressonância magnética; porém esses exames não são mais importantes do que a anamnese e o exame físico. Esses três pilares são igualmente importantes.
Por isso, eu só costumo dizer a minha opinião e explico tudo com calma no final da consulta, após ter avaliado esses 3 pilares.
Abraço.