08/07/2016
Glúten , excluir ou não da alimentação???
Sociedade Brasileira de Alimentação e nutrição divulga relatório sobre o glúten
1 – Não há evidências suficientes para assumir que pessoas saudáveis se beneficiem de uma dieta sem glúten.
2 – Estudos recentes sugerem que a sensibilidade ao glúten (que atinge cerca de 6% da população) pode ser confundida com a sensibilidade à baixa fermentação e má absorção de alguns carboidratos conhecidos como Fodmaps, sigla, em inglês, para oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis. Esses carboidratos de difícil digestão estão presentes no trigo, na cevada, no centeio e também em frutas e legumes como brócolis, maçã, beterraba e abacate. Como eles não são absorvidos com facilidade no intestino delgado, podem formar gases que causam estufamento e flatulência.
3 – Dados epidemiológicos sustentam que pessoas com doença celíaca e excesso de peso não apresentam perda de peso sob uma dieta sem glúten.
4 – Dados experimentais recentes mostraram possíveis efeitos nocivos da dieta sem glúten ao intestino de pessoas saudáveis. Isso foi atribuído principalmente ao aumento do consumo de produtos glúten-free ultraprocessados e nutricionalmente pobres, ou seja, à diminuição do consumo de cereais integrais e fibras importantes para a saúde do intestino. “Os cereais integrais têm efeito prebiótico: alimentam as bactérias do bem do intestino, contribuindo para a redução no risco de câncer de intestino, doenças inflamatórias e doenças cardiovasculares, devido à presença de fibras”, afirma a nutricionista Cynthia Antonaccio. “Daí a importância de fazerem parte da dieta de quem não é celíaco nem tem sensibilidade ao glúten”, completa a especialista.
5 – Dietas sem glúten podem eventualmente ser saudáveis para a população em geral, desde que a retirada dos alimentos com glúten seja compensada pela ingestão de outros grãos integrais e de hortaliças.