Gustavo Schvartsman

Gustavo Schvartsman Oncologista
Hospital Israelita Albert Einstein
EPM-UNIFESP
Fellowship MD Anderson Cance

O melanoma uveal é um tipo raro de câncer que afeta estruturas oculares, muitas vezes diagnosticado em estágios onde as ...
13/05/2025

O melanoma uveal é um tipo raro de câncer que afeta estruturas oculares, muitas vezes diagnosticado em estágios onde as opções de tratamento são limitadas.

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o Tebentafusp (KIMMTRAK) para pacientes com melanoma uveal avançado, representando uma conquista relevante no cenário oncológico.

Trata-se de uma terapia biespecífica que reconhece a proteína gp100 (presente nas células tumorais) em indivíduos HLA-A*02:01 positivos e aciona as células T para destruir o tumor, tendo demonstrado aumento significativo na sobrevida global em ensaios clínicos.

Com essa aprovação, os brasileiros passam a contar com uma nova estratégia para controlar a progressão da doença. É fundamental que se teste a tipagem do HLA do paciente para avaliar a elegibilidade.

Conhece alguém que vai se beneficiar desta informação? Compartilhe esse post!

08/05/2025

Uma dúvida comum no consultório é se existem cânceres que dão mais sintomas do que outros. A resposta está menos no tipo de tumor e mais no local onde ele cresce e na velocidade de crescimento.

Por exemplo, um câncer de pulmão pode atingir o tamanho de uma laranja antes de causar qualquer sintoma, porque os pulmões não têm muitas terminações nervosas e, dependendo da localização do tumor, ele pode não comprimir nenhuma estrutura importante. Quando os sintomas aparecem, muitas vezes o diagnóstico já é tardio.

Já cânceres como o de mama ou o de pele podem ser percebidos mais rapidamente, porque é possível ver, palpar ou notar mudanças visíveis, como um nódulo ou uma pinta que alterou de cor e formato.

É por isso que a detecção precoce não pode depender apenas dos sintomas. Exames de rastreamento são fundamentais para identificar tumores que dificilmente se manifestam no início. A mamografia, a colonoscopia, a tomografia de tórax para câncer de pulmão e outros exames preventivos são a melhor forma de encontrar tumores antes que eles causem sintomas – e, com isso, salvar vidas.

Se você tem dúvidas sobre quais exames deve fazer, converse com seu médico e mantenha seus exames em dia. Quanto mais cedo um câncer for identificado, maiores são as chances de tratamento e cura.

O Câncer de Pulmão de Pequenas Células (CPPC) é conhecido pela sua agressividade e pelo diagnóstico frequente em estágio...
06/05/2025

O Câncer de Pulmão de Pequenas Células (CPPC) é conhecido pela sua agressividade e pelo diagnóstico frequente em estágios avançados. No final de 2024, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o Tarlatamabe para pacientes com CPPC refratário ao tratamento com quimioterapia à base de platina, representando um avanço importante no combate a uma das neoplasias de pior prognóstico.

Trata-se de um anticorpo biespecífico que direciona as células de defesa (linfócitos T) contra as células tumorais por meio da ligação à proteína DLL3, altamente expressa nesse tipo de câncer. Estudos clínicos apontam melhor controle da doença e possível ganho em sobrevida para quem não respondia ao tratamento padrão, embora resultados de longo prazo ainda estejam em acompanhamento.

Com a aprovação, o Brasil passa a contar com mais uma estratégia terapêutica, mas a indicação do Tarlatamabe deve ser avaliada em conjunto com o oncologista, levando em conta o perfil clínico do paciente e a disponibilidade da terapia.

Temos também estudos avaliando o papel dessa molécula em cenários mais precoces, para pacientes com diagnóstico de doença avançada mas que ainda não receberam tratamento prévio.

Tem dúvidas sobre o tema? Quer entender se ele pode ser uma indicação? Converse com seu oncologista ou deixe aqui nos comentários os seus questionamentos.

Muitos pacientes me perguntam sobre o uso do celular e a relação com o câncer. Afinal, esse é um tema que gera bastante ...
29/04/2025

Muitos pacientes me perguntam sobre o uso do celular e a relação com o câncer. Afinal, esse é um tema que gera bastante preocupação. O que eu sempre explico é que, até o momento, não há evidências científicas consistentes que comprovem essa associação. Diversos estudos de grande porte já investigaram o tema, e os resultados não indicaram um risco significativo.

O Interphone Study, uma das maiores pesquisas internacionais, avaliou mais de 5.000 pessoas com tumores cerebrais e não encontrou uma ligação direta entre o uso prolongado de celulares e o desenvolvimento de câncer. Da mesma forma, a Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC), ligada à OMS, classificou a radiação de celulares como "possivelmente cancerígena" (Grupo 2B). Isso significa que, embora a ciência ainda esteja investigando, não há provas conclusivas.

Mas o que exatamente é essa radiação que o celular emite? Diferente da radiação ionizante (como a dos raios-X), que tem potencial para causar mutações no DNA, a radiação não ionizante, emitida pelos celulares, é de baixa energia. Ela não tem capacidade de alterar o DNA ou gerar o tipo de dano associado ao desenvolvimento de câncer.

Mesmo assim, algumas medidas simples podem ajudar a minimizar a exposição, especialmente para quem se sente preocupado:

Usar fones de ouvido ou viva-voz para chamadas longas.
Evitar dormir com o celular muito próximo ao corpo.

Até o momento, não há motivo para alarme. A ciência continua acompanhando os efeitos de longo prazo, mas, no dia a dia, é importante manter o equilíbrio e evitar exageros.

24/04/2025

Uma pergunta frequente no consultório é se suplementos aumentam o risco de câncer. De forma geral, não há evidências sólidas de que suplementações comuns, como whey protein e creatina, causem câncer. Porém, tudo depende da dose e do uso consciente. O excesso pode ser prejudicial, principalmente quando feito sem orientação profissional.

É importante lembrar que os estudos sobre suplementos costumam avaliar benefícios de curto prazo, mas ainda não sabemos quais podem ser os impactos no corpo depois de 10, 20 ou 30 anos.

Já os esteroides anabolizantes são um caso à parte. Seu uso prolongado pode, sim, aumentar o risco de desenvolver câncer, pois essas substâncias estimulam o crescimento celular e podem acelerar a transformação de células malignas. Tenho pacientes que usaram anabolizantes e desenvolveram câncer anos depois.

O foco da saúde precisa ser a longo prazo, e não apenas na performance imediata. Sempre avalie os riscos antes de decidir o que colocar no seu corpo.

Um estudo publicado na Nature Cancer revelou que células tumorais consomem grandes quantidades de glicose, a principal f...
22/04/2025

Um estudo publicado na Nature Cancer revelou que células tumorais consomem grandes quantidades de glicose, a principal fonte de energia para o corpo e, especialmente, para o cérebro. É importante esclarecer que essa glicose não está diretamente relacionada ao consumo de açúcar na dieta. Trata-se do combustível que o organismo gera a partir dos alimentos e distribui através do sangue para manter funções essenciais, como raciocínio, memória e concentração.

As células cancerígenas, devido à sua rápida multiplicação, aumentam drasticamente a demanda por glicose, o que cria uma competição entre o tumor e os tecidos saudáveis. Essa competição pode reduzir a quantidade de energia disponível para o cérebro, afetando o seu metabolismo e comprometendo funções cognitivas. Pacientes com câncer podem, assim, apresentar dificuldades de memória, falta de foco e alterações no processo de tomada de decisões, fatores que afetam diretamente a qualidade de vida.

Os cientistas acreditam que essa descoberta pode abrir caminho para novas terapias que visem proteger o cérebro durante o tratamento do câncer. Ao buscar estratégias para equilibrar o uso de glicose no organismo, seria possível minimizar esses efeitos colaterais, garantindo um cuidado mais completo aos pacientes.

17/04/2025

Os sarcomas são um grupo raro de tumores que afetam ossos e tecidos moles, e muitas pessoas nunca ouviram falar sobre eles. Justamente por serem pouco comuns, o diagnóstico é um dos maiores desafios. Existem mais de 50 subtipos diferentes, e para identificá-los corretamente, um patologista especializado é essencial.

Sempre que um paciente chega ao consultório com suspeita de sarcoma, recomendo solicitar uma revisão das lâminas. O diagnóstico correto é o que define o caminho do tratamento, e qualquer erro nesse momento pode impactar diretamente as decisões médicas.

Conhecer melhor essa doença é fundamental para um diagnóstico precoce e um tratamento mais eficaz. Entenda mais sobre os sarcomas, os diferentes subtipos e as estatísticas que envolvem essa condição.

A imunoterapia, especialmente os inibidores de checkpoints imunológicos, transformou o tratamento de muitos cânceres ava...
15/04/2025

A imunoterapia, especialmente os inibidores de checkpoints imunológicos, transformou o tratamento de muitos cânceres avançados. Recentemente, sua aplicação no contexto neoadjuvante — ou seja, antes da cirurgia — tem mostrado resultados promissores. Estudos indicam que administrar imunoterapia antes da remoção cirúrgica do tumor pode reduzir o tamanho da neoplasia, eliminar micrometástases ocultas e potencialmente melhorar as taxas de cura, quando comparada a mesma imunoterapia no pós-operatório.

Além disso, essa abordagem pode induzir uma resposta imunológica sistêmica mais robusta, preparando o sistema imunológico para combater possíveis recidivas. Esses achados sugerem que a imunoterapia neoadjuvante pode se tornar uma estratégia padrão em diversos protocolos oncológicos.

10/04/2025

A jornada do câncer não é vivida apenas pelo paciente. Os acompanhantes, que estão ali oferecendo apoio, também carregam uma carga emocional enorme e, muitas vezes, colocam a própria saúde em segundo plano.

Sempre que possível, gosto de voltar a atenção para quem acompanha a consulta. Não apenas para ajudar nas decisões, mas para lembrar da importância do autocuidado. Um exemplo recente foi de uma acompanhante para quem sugeri uma colonoscopia – exame essencial para o rastreamento do câncer de intestino. E já vi outras situações em que um exame de rotina detectou doenças em estágio inicial, garantindo um tratamento mais eficaz.

Se você acompanha alguém no tratamento, lembre-se: sua saúde também importa. Estar bem significa poder oferecer o melhor suporte a quem precisa, sem deixar de se cuidar. Fazer seus exames de rastreamento pode ser a diferença entre um diagnóstico precoce e um tratamento mais difícil. Quem cuida também precisa ser cuidado.

A revista Nature Cancer destacou avanços significativos nas terapias baseadas em células T, com a aprovação de duas nova...
08/04/2025

A revista Nature Cancer destacou avanços significativos nas terapias baseadas em células T, com a aprovação de duas novas abordagens pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos. Essas aprovações representam um marco importante no combate aos tumores sólidos, um tipo de câncer que até então desafiava a aplicação dessas terapias.

As terapias com células T, especialmente as conhecidas células CAR-T (receptores de antígeno quimérico), já haviam demonstrado grande eficácia no tratamento de neoplasias hematológicas, como leucemias e linfomas. Entretanto, sua aplicação em tumores sólidos enfrentava barreiras complexas, como a heterogeneidade tumoral (diferenças entre as células do tumor) e o microambiente imunossupressor, que dificulta a ação do sistema imunológico.

As recentes aprovações do FDA indicam que novas tecnologias estão superando esses desafios. A expansão de células nativas do microambiente tumoral (tumor-infiltrating lymphocytes, ou TILs) gerou um produto aprovado para melanoma metastático. Em sarcoma sinovial, tumor raro, uma manipulação do receptor de célula T contra um antígeno específico, MAGE-A4, também resultou em uma aprovação em 2024. Múltiplas outros produtos de terapia celular avançados estão em estudo e podem trazer esperança aos pacientes.

03/04/2025

Receber um diagnóstico de câncer carrega um peso enorme. No primeiro momento, o impacto emocional, o medo e a incerteza tomam conta. Mas, ao longo do tratamento, vejo muitos pacientes descobrirem algo que jamais imaginavam: o câncer pode ser um ponto de virada.

A doença tem o poder de provocar reflexões profundas e mudanças que, de outra forma, talvez nunca acontecessem. É um momento que leva a repensar hábitos, relações, trabalho e até a forma de enxergar a vida. Muitos pacientes me dizem que, apesar de tudo, saíram dessa jornada mais fortes, mais presentes e valorizando aspectos que antes passavam despercebidos.

Não é sobre romantizar a doença, mas sobre encontrar significado na transformação. Se você está passando por um câncer, tente se apegar a isso. Permita-se viver essa nova fase com uma perspectiva diferente. A vida depois do câncer pode – e deve – ser ainda melhor do que antes. A luz no fim do túnel existe, e o futuro pode surpreender de formas que você nunca imaginou.

A ideia de que a dieta alcalina pode curar ou prevenir o câncer é algo que muitos pacientes me trazem em consulta. Algun...
01/04/2025

A ideia de que a dieta alcalina pode curar ou prevenir o câncer é algo que muitos pacientes me trazem em consulta. Alguns lêem sobre isso na internet ou ouvem de conhecidos. Porém, essa teoria não tem respaldo científico sólido. O corpo humano mantém o pH do sangue em níveis estáveis, entre 7,35 e 7,45, independentemente do tipo de alimento consumido. Ou seja, uma alimentação alcalina não altera o pH do sangue de forma significativa.

Células cancerígenas realmente crescem melhor em ambientes ácidos, mas essa acidez é um subproduto do próprio metabolismo tumoral, e não causada pela alimentação. A dieta, portanto, não consegue "alcalinizar" o ambiente interno para impedir o crescimento do tumor. A urina muitas vezes pode ficar mais alcalina, mas isso seria apenas um subproduto de um sistema de regulação bem funcionante do corpo, que elimina o excesso de alcalinização.

Porém, alimentos mais alcalinos tendem a ser alimentos mais naturais e saudáveis, como frutas, legumes e castanhas. Uma dieta balanceada pode reduzir fatores de risco, como obesidade e inflamações, que estão associados ao desenvolvimento de câncer.
O câncer é uma doença multifatorial, influenciada por fatores genéticos, ambientais e comportamentais.

Não existe dieta milagrosa, mas manter hábitos alimentares saudáveis é essencial para a prevenção de várias doenças, incluindo o câncer.

Você já tinha ouvido falar sobre a dieta alcalina no câncer? Deixe nos comentários.

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Rua Ruggero Fasano
São Paulo, SP
05653120

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